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Observações do buraco de ozônio em Punta Arenas, Chile

Observations of ozone hole at Punta Arenas, Chile

Observações do buraco de ozônio em Punta Arenas, Chile

Claudio Angel Rigoberto Casiccia Salgado

Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial, orientada pelo Dr. Volker Walter Johann Heinrich Kirchhoff, aprovada em 19 de março de 1996 (INPE/MCT).

0 "Buraco" na camada de ozônio é uma realidade para as localidades próximas ao Polo Sul. Durante episódios do fenômeno do buraco da camada de ozônio, na primavera local, a coluna de ozônio pode diminuir em mais de 50%, durante vários dias, e nestas ocasiões, a radiação UV-B, danosa aos seres vivos, aumenta. A região habitada fisicamente mais próxima, da região do buraco, é a cidade de Punta Arenas, Chile, com 100.000 habitantes. Neste trabalho faz-se um levantamento quantitativo da coluna de ozônio em Punta Arenas, resultado de uma colaboração especial entre o INPE e a Universidade de Magallanes, UMAG, desta cidade. O período deste trabalho inclui os anos de 1992, 1993, e 1994. Para obter dados nesta localidade o INPE instalou na UMAG um espectrofotômetro Brewer. A grande vantagem do instrumento Brewer, além de ser um instrumento todo moderno e automatizado, é a sua capacidade de medir radiação UV-B simultaneamente ao ozônio. A partir de dados disponíveis obtidos pelo instrumento TOMS a bordo do satélite Nimbus 7, obteve-se uma climatologia para Punta Arenas. Os dados obtidos em Punta Arenas são comparados com esta climatologia de ozônio de 15 anos. A climatologia obtida dos dados da NASA mostra, globalmente, uma queda na coluna de ozônio entre 1978 e 1992, de -0,4% por ano. Para a latitude de Punta Arenas, a média anual aumenta para 1,3% ao ano, considerando as médias do mês de outubro, e de -0,82% ao ano, se considerarmos as médias anuais. Isto demonstra claramente que Punta Arenas tem influências fortes relacionadas com o buraco de ozônio da Antártica. Como exemplo de casos extremos de coluna de ozônio muito reduzidas, citamos os dias 27 de setembro de 1993, com 205,9 UD (Unidades Dobson); 5 de outubro de 1992, com 209,3 UD; 17 de outubro de 1994, com 145, 8 UD; e 10 de novembro de 1994, com 204,6 UD. Comprova-se grandes aumentos de radiação UV-B por ocasião das reduções de ozônio. No entanto, os valores excepcionais observados nestas ocasiões ainda não são maiores do que os valores normais medidos no período do verão, e são menores também do que níveis normalmente observados na estação de baixa latitude Natal (6° S), no Brasil.

Observations of ozone hole at Punta Arenas, Chile-The ozone "hole" is a reality for locations near the South Pole. During episodes of the ozone hole, in the southern Spring, the ozone column may become depleted by as much as 50% during several days, and during these occasions, the UV-B radiation increases. The largest populated area closest to the ozone hole region is the city of Punta Arenas, Chile, with about 100,000 inhabitants. This work describes the ozone column over Punta Arenas as a result of a collaboration program between the local University of Magallanes and INPE. The interval of this study covers the years of 1992, 1993, and 1994. In order to obtain ozone data in Punta Arenas, INPE installed a Brewer spectrophotometer at the UMAG campus. The great advantage provided by the Brewer instrument is that it measures also de UV-B radiation, in addition to being totally automatic. The ozone data obtained in Punta Arenas are compared with an ozone climatology of 15 years, obtained from data by the TOMS instrument developed by NASA for measurements from the Nimbus 7 satellite. Between 1978 and 1992 the global average decay of the ozone column (the global ozone trend) is -0.4% per year; using the data for Punta Arenas, this trend becomes -0.82% per year using the yearly averages, and -1.3% per year, using the October averages. This clearly shows that Punta Arenas is strongly influenced by the Antarctic Ozone Hole. Low ozone column examples were observed on 27 September 1993, with 205.9 DU (Dobson Units); 5 October 1992, with 209.3 DU; 17 October 1994, with 145.8 DU; 10 November 1994, with 204.6 DU. Large variations of UV-B are seen on these occasions. However, the excepcional values observed under these circumstances are still not larger than the normal values observed during summer; they are also lower than the normal summer values observed for example at the low latitude station Natal (6

o S), in Brazil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Maio 2000
  • Data do Fascículo
    Mar 1999
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