Resumo
Objetivo
Investigar a incidência e variáveis associadas à estabilidade e à mudança da satisfação com a vida (SV) em medidas de linha de base (LB) e seguimento (SG) realizadas a um intervalo de nove anos, em idosos recrutados na comunidade.
Método
Estudo longitudinal prospectivo com dados da LB (2008-2009) e do SG (2016-2017) do Estudo Fragilidade em Idosos Brasileiros, envolvendo 360 idosos com 71,7±5,0 anos na LB (68,9% mulheres). Foram calculadas associações entre variáveis sociodemográficas, indicadores objetivos e subjetivos de saúde e variáveis psicossociais em LB e a incidência de estabilidade e mudança em SV no SG.
Resultados
Nove anos depois da LB, foram observadas: maior incidência de estabilidade (61,1%) do que de piora (26,4%) ou melhora (12,5%) da SV; menor incidência de piora no grupo de 80 anos e mais do que no de 70 a 79; maior incidência de mudança do que estabilidade da SV entre os idosos com multimorbidades e com pontuação > 6 em sintomas depressivos; maior incidência de piora da SV entre os idosos com baixos níveis de autoavaliação de saúde (risco relativo; RR=2,26) e de satisfação com a memória (RR=2,33).
Conclusões
A incidência de estabilidade em SV em idosos foi mais frequente do que a de piora ou melhora. Indicadores subjetivos de saúde física e satisfação com a memória podem ser sinalizadores de deterioração em bem-estar no tempo e sintomas depressivos de instabilidade nas avaliações, possivelmente acompanhando a redução ou o aumento da SV. Foi observada considerável heterogeneidade nas manifestações de SV entre idosos.
Palavras-Chave:
Idoso; Satisfação Pessoal; Memória; Depressão; Estudos Longitudinais