Open-access Avaliação das propriedades psicométricas da versão brasileira do Short Portable Mental Status Questionnaire (SPMSQ) de Pfeiffer

Resumo

Objetivo  Avaliar as propriedades psicométricas, contemplando validade, confiabilidade, sensibilidade e especificidade do SPMSQ-BR.

Método  A análise foi realizada em 93 idosos, avaliados com a versão brasileira do SPMSQ, Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Teste do Desenho do Relógio (TDR) e Teste de Fluência Verbal (TFV). A consistência interna foi estimada pelo coeficiente alfa de Cronbach. Para avaliar a estabilidade intra-avaliador e a reprodutibilidade inter-avaliador, utilizou-se o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com intervalo de confiança de 95%. Para a validade concorrente e convergente, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. A acurácia para estabelecer o ponto de corte do SPMSQ-BR para rastreamento da sensibilidade e especificidade realizou-se através da curva ROC. Resultado: O SPMSQ-BR demonstrou excelente consistência interna (α=0,803), alta confiabilidade intra e inter-avaliador (CCI-0,977) e (CCI-0,973) respectivamente. Na validade concorrente apresentou forte correlação linear com o MEEM (-0,799 p<0,001), já com TDR (-0,584 p<0,01) e TFV (-0,569 p<0,01) foram encontradas correlações moderadas. O SPMSQ-BR mostrou-se capaz de discriminar o comprometimento cognitivo com ponto de corte a partir de 3 erros, conforme a escala original. A área sob a curva considerando a escolaridade foi de AUC=0,905 (S=81,3% e E=76,9%) e sem considerar a escolaridade AUC=0,927 (S=87,5% e E=80,8%) apresentando uma boa sensibilidade e especificidade em ambos os casos.

Conclusão  O estudo demonstrou que a versão brasileira do SPMSQ estabelecida como Breve Escala de Capacidade Cognitiva apresentou-se estável, reprodutível, válida e confiável para avaliar a capacidade cognitiva de idosos, além de ser sensível na identificação de comprometimento cognitivo.

Palavras-Chave: Estudo de Validação; Saúde do Idoso; Testes de Estado Mental e Demência; Envelhecimento Cognitivo; Sensibilidade e Especificidade

Abstract

Objective  To evaluate the psychometric properties, including validity, reliability, sensitivity, and specificity of the SPMSQ-BR.

Method  The analysis was conducted on 93 older adults, assessed with the Brazilian version of the SPMSQ, Mini-Mental State Examination (MMSE), Clock Drawing Test (CDT), and Verbal Fluency Test (VFT). Internal consistency was estimated using Cronbach's alpha coefficient. In order to assess intra-rater stability and inter-rater reproducibility, the intraclass correlation coefficient (ICC) with a 95% confidence interval was employed. For concurrent and convergent validity, Spearman's correlation coefficient was utilized. Accuracy in establishing the cutoff point for the SPMSQ-BR to screen sensitivity and specificity was assessed through ROC curve analysis.

Result  The SPMSQ-BR demonstrated excellent internal consistency (α=0.803), high intra-rater and inter-rater reliability (ICC=0.977 and ICC=0.973), respectively. In terms of concurrent validity, it showed a strong negative linear correlation with the MMSE (-0.799, p<0.001), while moderate correlations were found with the CDT (-0.584, p<0.01) and VFT (-0.569, p<0.01). The SPMSQ-BR proved capable of discriminating cognitive impairment with a cutoff point of 3 errors, following the original scale. The area under the curve (AUC) considering education level was 0.905 (sensitivity=81.3%, specificity=76.9%), and without considering education level, the AUC was 0.927 (sensitivity=87.5%, specificity=80.8%), indicating good sensitivity and specificity in both cases.

Conclusion  The study demonstrated that the Brazilian version of the SPMSQ, established as a Brief Cognitive Capacity Scale, proved to be stable, reproducible, valid, and reliable for assessing the cognitive capacity of older adults. Furthermore, it showed sensitivity in identifying cognitive impairment.

Keywords Validation Study; Elderly Health; Mental Status and Dementia Tests; Cognitive Aging; Sensitivity and Specificity

INTRODUÇÃO

A ampliação da expectativa de vida é um processo que implica mudanças na organização das sociedades. Em meio às discussões sobre as medidas mais adequadas para se adaptar às novas configurações populacionais, a projeção de um tempo de vida mais longo tem efeitos, sobretudo com a saúde dessa população1. O processo de envelhecimento caracteriza-se pelo comprometimento no funcionamento dos sistemas do organismo. Essas limitações progressivas podem ser agravadas pelas doenças crônicas não transmissíveis, acarretando alterações na capacidade funcional1,2.

A capacidade funcional refere-se à habilidade de realizar as atividades básicas de vida diária (AVDs) e atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), que abrangem, em um de seus aspectos, o deficit cognitivo. No envelhecimento, o sistema nervoso central é um dos mais afetados com o desenvolvimento de alterações no sistema de neurotransmissores e hipotrofia cerebral2,3. Essas modificações acontecem normalmente nas regiões responsáveis pelas funções cognitivas e, é comum observar desde mínimos até significativos prejuízos dessa função entre os indivíduos idosos3. O diagnóstico precoce é fundamental para a implementação de medidas que preservem a autonomia e a independência da pessoa idosa3,4.

Os quadros demenciais são apontados como principais contribuintes para o desenvolvimento de dependência funcional e estão relacionadas a esse declínio. As síndromes demenciais, que apesar de não serem características inerentes do envelhecimento, são mais prevalentes nesse grupo etário. Estima-se que entre 2% e 10% de todos os casos de demência comecem antes dos 65 anos. Depois dessa idade a prevalência de casos tende a duplicar a cada cinco anos de vida4,5.

Estudos evidenciam a prevalência de quadros de demência na população brasileira muito próxima a de estudos estrangeiros6, demonstrando acarretar prejuízos significativos para a funcionalidade e, consequentemente, para a qualidade de vida da pessoa idosa e de quem está próximo4,6. Isso requer programas de intervenção específicos para adaptar as atividades rotineiras, para instrumentalizar o cuidado e para o controle de alterações comportamentais5.

Nesse sentido, torna-se imprescindível a realização de uma avaliação que considere esses aspectos presentes no processo de envelhecimento. Identificar os fatores de risco e rastrear pessoas que possam ter alguma demência é essencial para o tratamento precoce, bem como retardar os efeitos da doença3,6,7. Para tanto, é fundamental ter instrumentos práticos, acessíveis e confiáveis que permitam detectar a existência de uma alteração cognitiva. Ressalta-se a importância de verificar se o instrumento foi validado7.

O Short Portable Mental Status Questionnaire (SPMSQ) de Pfeiffer8 é um instrumento de rastreio cognitivo e suporte diagnóstico para demência, projetado especificamente para pessoas idosas. Teste de fácil administração, com apenas 10 questões, pode ser aplicado por qualquer profissional da área da saúde e apresenta uma boa sensibilidade (S=86%) e especificidade (E=99%) em sua versão original em inglês8. É utilizado para acompanhar medidas terapêuticas e evolução do deficit cognitivo, avaliar a memória, a orientação temporal, a orientação espacial, a capacidade matemática e informações sobre fatos e habilidades cotidianas. Tal instrumento permite a classificação do idoso em capacidade cognitiva preservada, incapacidade cognitiva leve, moderada ou severa, que leva em consideração a escolaridade do avaliado8,9, já traduzido e adaptado culturalmente para o Brasil por TEIGÃO et al.10.

Após o processo de adaptação transcultural do instrumento, há a necessidade de analisar as propriedades psicométricas, a fim de verificar se as características do instrumento original foram mantidas. As propriedades de medida mais consideradas são a validade, confiabilidade e acurácia, considerados os aspectos fundamentais para avaliar a qualidade de um instrumento11,12.

A validade refere-se à qualidade de um instrumento, se ele avalia exatamente o que se propõe medir13, enquanto a confiabilidade diz respeito ao grau em que um instrumento permite reprodução e consistência de resultados quando aplicado em ocasiões diferentes14, referindo-se à estabilidade e à reprodutibilidade dos resultados de uma avaliação para verificar se os resultados são acurados e consistentes15,16. A acurácia trata-se da sensibilidade e especificidade, está na capacidade do instrumento em discriminar doentes de não doentes e em detectar maior número possível de acertos (verdadeiros positivos) e minimizar os erros (falsos positivos)13,16.

Para atender a essa necessidade, o objetivo do presente estudo foi avaliar as propriedades psicométricas, sendo a validade, confiabilidade, estabilidade, reprodutibilidade, sensibilidade e especificidade, da versão brasileira do Short Portable Mental Status Questionnaire (SPMSQ-BR) de Pfeiffer.

MÉTODO

Estudo do tipo metodológico de validação, desenvolvido na cidade de Curitiba (PR), Brasil. A investigação contou com uma amostra não probabilística ou de conveniência. Seguindo as recomendações internacionais para o processo de investigação das propriedades psicométricas de questionários em saúde, a amostra foi composta por 93 pessoas com idade <60 anos. Procurou-se uniformizar os grupos segundo sexo, nível de escolaridade e local de moradia (institucionalizados e não institucionalizados), o que possibilitou que o SPMSQ-BR fosse testado em grupos com realidades distintas em diferentes aspectos, conduzindo-se de acordo com sua versão original.

O processo de abordagem e recrutamento dos idosos foi realizado em duas etapas. Primeiramente houve uma apresentação do projeto à diretoria das Instituições de longa permanência para idosos (ILPI) para liberação do acesso às pessoas idosas institucionalizadas. Em seguida foram abordadas em seu próprio ambiente e convidadas a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), após todos os esclarecimentos sobre o projeto. A coleta foi realizada no local em que se sentiam mais confortáveis dentro da instituição, respeitando sua privacidade. O mesmo ocorreu para os participantes dos Centros-Dia (modalidade não asilar, espaço onde o idoso passa o dia com assistência médica e multiprofissional) e para às pessoas idosas da comunidade que estavam registradas e frequentavam um Centro de Convivência de uma cidade metropolitana de Curitiba.

Os integrantes da pesquisa selecionados tinham idade >60 anos, e o idioma português como língua materna. Excluíram-se aqueles com deficiência auditiva grave não corrigida e comprometimento psiquiátrico grave.

Foram coletadas as informações sociodemográficas com um questionário estruturado para a caracterização da amostra antes da aplicação do questionário.

Foram testadas a validade concorrente e convergente, por meio do coeficiente de correlação de Spearman-Rank, que ocorre quando existe a correlação entre o instrumento traduzido comparado a escala de uma outra medida similar, já construída e validada, considerada padrão-ouro11,15.

Para testar a validade concorrente e convergente, os escores obtidos com o SPMSQ-BR foram correlacionados com testes considerados padrão-ouro. Para a validade concorrente os escores da versão brasileira do Mini-exame do estado mental (MEEM)17. Para a validade convergente, foi correlacionado com os escores do Teste do desenho do relógio (TDR)18 e Teste de fluência verbal (TFV)19, cujas validade e confiabilidade já foram demonstradas17,18,19.

O SPMSQ-BR9 é composto por dez questões que avaliam a memória, orientação temporal, capacidade matemática e informações cotidianas. Sua pontuação varia de 0 a 10, considerando a soma dos erros do avaliado, quanto menor a pontuação, melhor a capacidade cognitiva. Ele permite a classificação do indivíduo em capacidade cognitiva preservada (0-2 erros), incapacidade cognitiva leve (3-4 erros), moderada (5-7 erros) ou severa (8-10 erros), levando em consideração a escolaridade do avaliado.

O MEEM é um teste de rastreio cognitivo, considerado padrão-ouro. Sua composição apresenta trinta itens, no presente estudo foi empregado a versão brasileira adaptada por Brucki e colaboradores17. A pontuação varia de 0 a 30, quando maior a pontuação melhor a capacidade cognitiva do indivíduo, os pontos de corte também são definidos pela escolaridade.

No TDR18, foi solicitado ao sujeito desenhar um relógio de ponteiros com todos os números marcando 11h10. A pontuação variou entre 0 (pior) a 5 (melhor).

Já no TFV19 o participante precisou dizer o maior número de animais que conseguiu lembrar em 1 minuto, sem repetir nenhum deles. A pontuação do teste varia de acordo com a escolaridade dos participantes, quanto maior o número de palavras, melhor o desempenho no teste.

A validade foi examinada por meio do coeficiente de correlação de Spearman-Rank (ρ). Para obtenção da confiabilidade do instrumento foram utilizadas as medidas de consistência interna, estabilidade temporal e reprodutibilidade intra e inter-avaliador.

A consistência interna foi avaliada pelo α de Cronbach e a estabilidade teste-reteste intra-avaliador foi analisada através do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI). Já a reprodutibilidade teste-reteste inter-avaliador foi testada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com intervalo de confiança de 95% (IC95%).

A análise da Curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) foi realizada para avaliar a sensibilidade e a especificidade da versão brasileira do SPMSQ. Essa análise fornece a Área Sob a Curva (AUC), que estabelece um ponto de corte na escala, o que ajuda na probabilidade de o questionário identificar corretamente pacientes com comprometimento cognitivo (verdadeiros positivos) em comparação com aqueles sem comprometimento cognitivo (verdadeiros negativos) com a estimativa do erro padrão (EP).

De acordo com os critérios estabelecidos na Classificação Internacional de Doenças, em sua décima revisão (CID-10) e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quarta edição (DSM-IV), os geriatras diagnosticaram às pessoas idosas institucionalizadas com demência ou sem demência baseados em testes de rastreio cognitivo e exames de imagem, como tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética, considerados padrão de referência.

O teste foi rodado com os dados de pessoas idosas cujo acesso ao prontuário foi conseguido (n=51) e através das informações foi verificado se apresentavam demência, mas sem detalhar a gravidade (leve, moderada ou grave) nem o tipo (doença de Alzheimer, corpos de lewy, demência vascular etc.). A análise se limitou à presença ou não de alteração cognitiva.

O estudo foi realizado após a autorização para o uso do instrumento pela Duke University Center for the Study of Aging and Human Development, que detém os direitos autorais desse questionário. Apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUC-PR sob nº 17222319.9.0000.0020 e está de acordo com as Resoluções nº 466/2012 e nº510/2016 em pesquisas que envolvem seres humanos.

Todos os participantes foram informados sobre o objetivo do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 93 idosos, sendo 66,7% mulheres e 33,3% homens, com média de idade 75,1 anos, com intervalo de confiança de 73,3-76,9 e desvio padrão de 8,83. Na característica escolaridade, 11,8% não eram alfabetizados, 46,2% cursaram até 4 anos de estudo, 15,1% cursaram de 5 a 9 anos, 15,1% cursaram de 9 a 11 anos e 11,8% cursaram ensino superior.

Em relação à moradia, 51,6% eram institucionalizados e 48,4% da comunidade. Quanto ao estado civil, os solteiros representaram 37,6% da amostra, seguido de 24,7% de viúvos, 21,5% de divorciados e 16,1% de casados.

A avaliação da validade foi realizada, correlacionando a versão brasileira do SPMSQ com outros questionários que avaliam a função cognitiva. A validade concorrente foi verificada através da correlação do SPMSQ-BR com o MEEM considerado ‘padrão-ouro’, e para validade convergente a escala foi correlacionada com o TDR e TFV. A Tabela 1 demostra as correlações.

Tabela 1
Índice de validade concorrente e convergente do SPMSQ-BR. Curitiba, PR, 2020.

As correlações realizadas com os testes (SPMSQ-BR, MEEM, TDR e TFV) revelaram uma boa relação linear, essa relação é negativa, pois os testes são inversamente proporcionais, ou seja, quanto menor o valor do SPMSQ-BR, melhor a função cognitiva e os demais testes quanto maior o valor, melhor o desempenho cognitivo do indivíduo.

Houve forte correlação linear entre SPMSQ-BR e o MEEM (padrão-ouro) com 0,799. Já com o TDR e TFV foi apresentado correlações lineares moderadas com 0,584 e 0,569 respectivamente.

A escala do SPMSQ-BR apresentou boa consistência interna, com um valor de Alpha de Cronbach de 0,803. Isso significa que os itens da escala estão bem coesos e medem o mesmo construto de forma consistente.

A importância de cada item foi verificada através da análise de sua significância individual. Todos os itens se mostraram relevantes, pois a exclusão de qualquer um deles diminuiria o valor do Alpha de Cronbach, indicando que a escala perderia consistência (Tabela 2).

Tabela 2
Análise da Consistência interna se o item for excluído. Curitiba, PR, 2020.

A estabilidade temporal foi avaliada através da comparação dos escores obtidos entre duas aplicações (teste-reteste) realizada pelo mesmo avaliador (intra-avaliador), com intervalo de sete dias, apresentando excelente correlação (0,977), o que demonstrou ser uma escala estável conforme Tabela 3.

Tabela 3
Análise da estabilidade e da reprodutibilidade. Curitiba, PR, 2020.

A reprodutibilidade foi avaliada através da comparação dos escores obtidos entre duas aplicações realizadas no mesmo dia por dois avaliadores diferentes (inter-avaliador).

Realizado através do coeficiente de correlação intraclasse, com intervalo de confiança de 95%, a escala mostrou ser reprodutível apresentando excelente correlação (0,973) como é possível observar na Tabela 3.

A acurácia realizada através da análise da Curva ROC, seguiu a proposta de Pfeiffer, autor do questionário original, que leva em consideração o nível de escolaridade, de modo que, para as pessoas idosas não alfabetizadas foi permitido um erro a mais, e para pessoas idosas com ensino superior foi permitido um erro a menos, como resultado a área sob a curva foi de AUC=0,905 (EP=0,04; p<0,01; IC95%=0,817–0,993). Na análise com as respostas sem considerar o nível de escolaridade, a curva apresentou AUC=0,927 (EP=0,03; p<0,01; IC95%=0,852–1,000). Esses resultados demonstram que, sendo escolhidos aleatoriamente, 90 a 92% dos casos clínicos apresentarão escores maiores do que os casos não clínicos no SPMSQ-BR. Os resultados demonstraram curvas estatisticamente significativas em ambos os casos, que podem ser observados na Figura 1 e Tabela 4.

Figura 1
Áreas sob a curva ROC. Curitiba, PR, 2020.
Tabela 4
Sensibilidade e Especificidade do SPMSQ-BR de acordo com o ponto de corte. Curitiba, PR, 2020.

As curvas da Figura 1 demonstram que quanto mais os resultados estão próximos do canto superior esquerdo do gráfico, maior a sensibilidade e menor proporção de falsos positivos, o que demonstra ser um teste preciso em ambos os resultados.

Os melhores parâmetros de sensibilidade e especificidade são obtidos com um ponto de corte de 3 ou mais erros como vemos na Tabela 4.

DISCUSSÃO

Experiências recentes com o SPMSQ demonstram seu poder como ferramenta de rastreio e acompanhamento de desfechos clínicos19,20,21. Um estudo realizado em Israel analisou através do SPMSQ o impacto dos medicamentos sedativos na cognição de idosos hospitalizados que estavam cognitivamente intactos na admissão22, e concluiu que a carga sedativa é um importante fator de risco para o declínio cognitivo adquirido no hospital. Essa identificação ajudará também no Brasil para acompanhar pessoas idosas com um potencial aumento da carga sedativa e auxiliar no delineamento de intervenções para reduzir o risco de declínio cognitivo durante a internação hospitalar.

Em outro estudo, realizado na Alemanha por Schönstein et al.23, o SPMSQ foi utilizado para verificação de estratificação de risco em pacientes idosos no setor de emergência. Os resultados demonstraram que ele sozinho não é uma ferramenta precisa de estratificação, porém os achados demonstraram que o SPMSQ é um preditor significativo de resultados adversos a longo prazo. Apesar de suas limitações, vale destacar que o SPMSQ é utilizado em diversos estudos como um instrumento de triagem para critérios de inclusão e exclusão em pesquisas, como o estudo de Sri-on et al.24 realizado na Tailândia.

Recentemente o SPMSQ teve sua validação no Irã25. Há a utilização do SPMSQ em vários países, porém, alguns não citam se a escala foi adaptada ou validada para o país em questão. Um exemplo é o estudo de Ferruci et al.26, realizado na Itália, de modo prospectivo, com 5.024 sujeitos, os quais foram acompanhados por três anos, para verificação da associação do comprometimento cognitivo (com SPMSQ) ao risco de acidente vascular encefálico (AVE), independentemente de outros fatores de risco. O estudo concluiu que a incidência de AVE era menor naqueles com escore normal e mais alta naqueles com comprometimento grave.

Apesar de sua relevância, os autores do referido estudo realizado na Itália, baseiam-se na escala original e em sua validação para a população americana. No entanto, realizam alterações significativas, como a exclusão da questão 3 e adaptação da pontuação final, sem apresentar justificativas adequadas, o que pode ter comprometido a fidedignidade dos resultados.

Pelas razões supracitadas, a devida adaptação transcultural e sua validação são essenciais para mostrar o poder de evidência do instrumento e decretar se o mesmo é adequado para ser utilizado no contexto cultural adaptado, bem como se atende seus objetivos propostos13. A validação requer a demonstração de caraterísticas psicométricas robustas para aceitação e aplicação de um novo teste cognitivo14.

Com a escala já traduzida e adaptada para o Brasil9, para a validação foram utilizados os mesmos critérios da criação do instrumento por Pfeiffer8, seguindo todo rigor metodológico.

Na amostra para a validação, houve predominância de mulheres, fato que pode estar relacionado ao fenômeno conhecido como feminização do envelhecimento, maior proporção de mulheres do que homens na população idosa, especialmente nas idades mais avançadas27 e a maioria apresentou escolaridade formal baixa.

Para análise da validade concorrente, foi calculada a correlação com o MEEM, considerado padrão-ouro, observou-se uma forte correlação linear significativa e inversamente proporcional (r=-0,799 p<0,001), achado que corroborou com a validação do SPMSQ em Singapura (r=-0,814, p <0,001) e na Espanha (r=-0,738, p <0,001) os quais também o correlacionaram com MEEM e evidenciaram resultados próximos aos achados da presente pesquisa10,28.

A validade convergente foi analisada através da correlação entre os escores do SPMSQ-BR e os testes TDR e TFV, testes que também mensuram questões cognitivas, porém em outras dimensões. Os resultados obtidos mostraram relações significativas moderadas inversamente proporcionais (-0,584 p<0,001) e (-0,569 p<0,001) respectivamente.

No estudo de validação do TDR para o contexto brasileiro, este também foi correlacionado com o MEEM que obteve relação moderada de 0,464 quando comparados18. Em um estudo realizado no Japão, sobre a validade e confiabilidade da versão japonesa do Dementia Behavior Disturbance Scale (DBD Scale), foi usado o SPMSQ para validade convergente, cujos dados obtidos da correlação também foram moderados 0,54 (p<0,001)29. Relação moderada também foi encontrada no SPMSQ-VE (versão espanhola) quando comparado ao teste do informante versão espanhola (S-IQCODE) com 0,578 (p<0,001)10.

A consistência interna da escala foi altamente satisfatória (α= 0,803) de modo que se algum item da escala fosse excluído, seu valor diminuiria. De acordo com Streiner et al.16, valores de alfa acima de 0,90 indicam duplicação do conteúdo de itens, o que aponta mais para a redundância do que para a homogeneidade. De mesmo modo, a versão iraniana e espanhola do SPMSQ demostraram uma boa consistência interna (α=0,880) e (α=0,824) respectivamente, valor similar ao encontrado na presente pesquisa. Isto significa que todos os itens do construto correspondem à sua medida.

Na estabilidade intra-avaliador, foi obtido o coeficiente de r=0,977, que significa que a classificação que ocorreu na primeira aplicação foi bem próxima da que ocorreu na segunda aplicação. Kanter e Mosquera30 afirmam que o coeficiente de correlação expressa o nível de relação entre dois eventos, quanto mais próximo de 1 positivo, maior é a correspondência. Esses valores foram semelhantes aos encontrados na versão espanhola (0,925)10.

A literatura recomenda que a estabilidade de um teste seja verificada entre 7 e 14 dias após sua primeira aplicação13. A versão original testou a estabilidade após 4 semanas e obteve um bom resultado (0,83)8, com resultados semelhantes na China após 5 semanas (0,70). No entanto, esses valores são inferiores ao encontrado na presente pesquisa (0,97). Essa diferença pode ser explicada por mudanças no humor dos participantes, que pode ser influenciado por acontecimentos que ocorrem entre as duas aplicações, além do fato de que os participantes podem incorporar novos conhecimentos nesse período, o que pode afetar seus resultados. Quanto maior o período entre as aplicações, maior a probabilidade de ocorrer14.

A reprodutibilidade inter-avaliador, demonstrou excelente reprodutibilidade (r=0,973), maior do que encontrado na versão espanhola (0,734)10.

As análises das curvas de ROC do SPMSQ-BR indicaram que o teste apresenta boa capacidade em discriminar idosos com e sem comprometimento cognitivo, o que revelou boa sensibilidade e especificidade. Os melhores parâmetros foram obtidos para um ponto de corte de 3 ou mais erros (S=81,3%-87,5%) e (E=76,9%-80,8%), valores semelhantes aos observados na validação original de Pfeiffer8 (S=87,5%-92,3%) e (E=72,2%-81,9%) e na validação feita na Finlândia31 (S=66,7%-86,2%) e (E=99,0%-100%).

Estudo supracitado e realizado na Finlândia31, buscou avaliar a capacidade do SPMSQ em diferenciar pacientes com demência e delirium. O teste apresentou boa sensibilidade e especificidade para identificar demência com ponto de corte de 3 erros, mostrou-se sensível tanto em indivíduos da comunidade quanto em idosos hospitalizados, conforme os achados da presente pesquisa. No mesmo estudo, a validade do SPMSQ para delirium foi menor do que para demência, devido à natureza variável do quadro clínico do delirium, o ponto de corte ideal foi de 2 erros.

No estudo de Singapura28 o ponto de corte foi de 5 ou mais erros (S=78%, E=75%). Já na validação Iraniana25, o ponto de corte foi de acordo com tempo de estudo, 4 erros para pessoas idosas sem alfabetização (S=86%, E=88%) e 3 erros para pessoas idosas alfabetizadas (S=83%, E=93,7%).

Esses estudos demonstram que a escolaridade é um fator importante, e o ponto de corte ideal pode variar de acordo com a população e os objetivos do estudo. Logo, a escolha adequada é necessária para evitar erros por obtenção de resultados falsos positivos e falsos negativos.

A associação entre a baixa escolaridade com processos demenciais é foco de pesquisas desde a década de 1970. Nessa época, um estudo realizado no Centro Médico St. Luke, em Chicago (Estados Unidos da América), com 642 idosos, revelou que cada ano de escolaridade formal poderia reduzir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em até 17%32, tema este que tem sido o objetivo de muitas pesquisas atuais.

Um estudo prospectivo de coorte com 2.458 participantes de diversos estados norte-americanos demonstrou que a baixa escolaridade está diretamente relacionada a uma maior incidência de demência33.

O próprio MEEM sofre influência da escolaridade, pois quanto maior o nível educacional, melhor a pontuação no teste18. Por esse motivo, também autores sugerem a diferenciação de escore para pessoas idosas escolarizadas e para as sem alfabetização, estabelecendo pontos de cortes diferenciados18,34.

No âmbito da prática clínica, propõe-se a realização de uma avaliação inicial do idoso. Essa avaliação deve fornecer uma medida de base para acompanhamento da função cognitiva e, quando necessário, alerte para necessidade de uma investigação mais aprofundada. O SPMSQ-BR surge como uma ferramenta valiosa que atende a essa necessidade.

A escala pode ser acessada pelo seu artigo de tradução e adaptação transcultural9.

Uma limitação a ser citada, também encontrada no estudo de Ferreira et al35, é que a amostra foi coletada na região sul e tendo em vista as dimensões do Brasil, seria importante analisar a influência de diferentes culturas na performance da Breve Escala da Capacidade Cognitiva (SPMSQ-BR), comparar os resultados das diferentes regiões e considerar as variáveis como escolaridade, tipo de demência e sua gravidade. Essas informações poderiam confirmar a unidimensionalidade do instrumento.

O SPMSQ-BR não é um instrumento para diagnóstico definitivo de demência. Sua função principal é servir como um indicador de possíveis distúrbios cognitivos, necessitando de uma avaliação mais aprofundada para confirmar um diagnóstico.

CONCLUSÃO

O processo de avaliação e análise das propriedades psicométricas da versão brasileira do Short Portable Mental Status Questionnaire (SPMSQ-BR) demonstrou que a escala é consistente, estável, reprodutível, válida e confiável na avaliação de comprometimento cognitivo de pessoas idosas.

O SPMSQ-BR contribuirá para os profissionais de saúde e para a comunidade científica, por se tratar de mais uma ferramenta de avaliação disponível válida e confiável, que poderá ser utilizada em ensaios clínicos, comparações internacionais, além de subsidiar o rastreio, planejamento e acompanhamento do tratamento das funções cognitivas das pessoas idosas.

  • Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Brasil.
  • DISPONIBILIDADE DE DADOS
    Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no Figshare e pode ser acessado em 10.6084/m9.figshare.25669545.

REFERÊNCIAS

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Editado por

  • Editado por: Camila Alves dos Santos

Disponibilidade de dados

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no Figshare e pode ser acessado em 10.6084/m9.figshare.25669545.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    05 Dez 2023
  • Aceito
    30 Abr 2024
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