Resumo
Objetivo
Compreender as Representações Sociais dos profissionais enfermeiros, médicos e odontólogos da Atenção Primária em Saúde (APS) sobre Cuidados Paliativos (CP) para a pessoa idosa.
Método
Pesquisa fundamentada na Teoria das Representações Sociais. Os dados foram obtidos por meio de entrevista semiestruturada a partir de questões fechadas (dados sociodemográficos e profissionais) e abertas (Fale qual a sua compreensão sobre Cuidado Paliativo para o idoso e Fale como você realiza o cuidado paliativo para os idosos que você cuida aqui da unidade). Para análise e organização dos dados, foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo.
Resultados
Frente a questão sobre o que os profissionais compreendiam do CP para o idoso, resultaram quatro Ideias Centrais: diagnóstico incurável; cuidado biopsicossocial e humanizado para a pessoa idosa e família; qualidade de vida e educação em saúde. As cinco ideias centrais sobre como esse cuidado era realizado na unidade foram: visita domiciliar; atenção biopsicossocioespiritual a pessoa idosa e família; grupos de atividades; promoção da qualidade de vida e assistência no momento da morte.
Conclusão
Os dados obtidos permitiram identificar as representações sociais de profissionais de saúde da APS sobre o CP para a pessoa idosa, bem como sua execução. As compreensões sobre CP estão intimamente relacionadas com o preconizado pela Organização Mundial de Saúde, com exceção da educação em saúde que é um princípio e não um conceito. Essas compreensões permitiram, também, identificar ações de enfermeiros, médicos e odontólogos que demonstram como realizam o cuidado paliativo para a pessoa idosa.
Palavras-Chave:
Cuidado Paliativo; Idoso; Representação Social; Atenção Primária à Saúde; Estratégias de Saúde Nacionais
Abstract
Objective
To comprehend the Social Representations of nurses, physicians, and dentists working in Primary Health Care (PHC) regarding Palliative Care (PC) for older adults.
Method
This research was grounded in the Theory of Social Representations. Data were obtained through semi-structured interviews comprising closed-ended questions (socio-demographic and professional data) and open-ended questions (Describe your understanding of Palliative Care for older adults and Explain how you provide palliative care for the older adults under your care at this unit). For data analysis and organization, the Collective Subject Discourse technique was employed.
Results
Regarding the question about what professionals understood about Palliative Care for older adults, four Central Ideas emerged: incurable diagnosis; biopsychosocial and humanized care for the older adult and family; quality of life; and health education. The five central ideas concerning how this care was conducted at the unit were: home visits; biopsychosocial and spiritual care for the older adult and family; activity groups; promotion of quality of life; and assistance at the moment of death.
Conclusion
The data obtained allowed for the identification of the social representations of PHC professionals regarding PC for older adults, as well as its implementation. The understandings of PC are closely related to those advocated by the World Health Organization, with the exception of health education, which is a principle rather than a concept. These understandings also allowed for the identification of actions by nurses, physicians, and dentists that demonstrate how they provide palliative care for older adults.
Keywords
Palliative Care; Older Adults; Social Representation; Primary Health Care; National Health Strategies
INTRODUÇÃO
O processo do envelhecimento propicia maior probabilidade de doenças crônicas e fragilidades, necessitando que o cuidado atenda suas demandas de maneira integral, equitativa e holística11 Oliveira MR, Veras RP, Cordeiro HA. A importância da porta de entrada no sistema: o modelo integral de saúde para o idoso. [Internet] Physis: Rev de Saúde Coletiva. 2018 [acesso 08 de agosto de 2022] 28(4). Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-73312018280411.
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. Tendo isso em vista associado a longevidade e ao aumento de determinadas doenças, o Cuidado Paliativo (CP) tem como finalidade proporcionar a pessoa e a família, a dignidade durante o envelhecimento.
A World Health Organization (WHO) conceitua o CP como cuidados dispensados aos pacientes de todas as idades, que enfrentam doenças graves e ameaçadoras da vida. Objetiva contribuir para que pacientes e familiares tenham melhor qualidade vida, por meio da identificação precoce da dor, avaliação e tratamento, promovendo o alívio dos sintomas físicos, sociais, emocionais e espirituais22 World Health Organization. Integrating palliative care into PHC services. In: Why palliative care is an essential function of primary health care. [Internet] 2018 [acesso 10 de outubro de 2022] p. 8-15. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/primary-health-care-conference/palliative.pdf?sfvrsn=ecab9b11_2&ua=1
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, além de uma morte menos dolorosa, inserida em um campo interdisciplinar de cuidados em saúde33 Azevedo C, Rates CM, Pessalacia JD, Mata LR. Prospects for palliative care in primary healthcare: a descriptive study. [Internet] Online braz j nurs. 2016 [acesso 08 de outubro de 2022]dez.15 (4): 683-693. Disponível em: https://doi.org/10.17665/1676-4285.20165370
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Os CP não devem ser confundidos com os direcionados na terminalidade, visto que são indicados a partir do diagnóstico de uma doença potencialmente fatal, momento considerado propício para que o CP agregue-se a terapêutica remissiva44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
Quando abordamos a integralidade do serviço, a Rede de Atenção à Saúde (RAS) tem como objetivo garantir essa forma de cuidado, apontando para um serviço intersetorial, cooperativo, poliárquico, relacionando-se horizontalmente55 Brasil. Portaria nº. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). [Internet]. [acesso 08 de outubro de 2023]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.
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. A Atenção Primária à Saúde (APS) é o alicerce do usuário e família na RAS. A Estratégia Saúde da Família (ESF), inserida na APS, apresenta propriedade para a orientação e acolhimento necessários dos pacientes em CP, remetendo a sua essência e objetivo66 Justino ET, Kasper M, Santos KS, Quaglio RC, Fortuna CM. Palliative care in primary health care: scoping review. [Internet] Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2020 [acesso 02 de dezembro de 2020] 28:e 3324. Disponível em: doi http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3858.3324.
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De acordo com a WHO, pacientes com indicação de CP, cujos sintomas estão controlados, podem ser direcionados ao cuidado domiciliar. À medida que os sintomas se tornam mais severos, há necessidade de articulação assistencial entre os diferentes níveis de complexidade da rede22 World Health Organization. Integrating palliative care into PHC services. In: Why palliative care is an essential function of primary health care. [Internet] 2018 [acesso 10 de outubro de 2022] p. 8-15. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/primary-health-care-conference/palliative.pdf?sfvrsn=ecab9b11_2&ua=1
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Apesar disso, as principais barreiras apontadas pela WHO são a acessibilidade aos CP, a ausência de políticas, formação e preparo dos profissionais, sendo limitadas ou até mesmo inexistentes, assim como o acesso a medicamentos essenciais para o alívio da dor, como os opioides77 World Health Organization. Palliative Care. Key facts. 2020. [acesso 26 de setembro de 2022]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/palliative-careCuidadospaliativos (who.int).
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Nesse sentido, o CP traz o cuidado domiciliar na doença crônico degenerativa ou em fase terminal88 Pessini L, Bertachini L. Novas perspectivas em cuidados paliativos: ética, geriatria, gerontologia, comunicação e espiritualidade. [Internet] Rev. Mundo da Saúde. 2005; out-dez. 29(4): 491-509. [acesso 05 de fevereiro de 2021]. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-421864., reforçando a necessidade de conhecimento e preparo das equipes da APS para o CP na pessoa idosa. Sendo assim, a presente pesquisa parte da seguinte questão norteadora: Qual é a compreensão de profissionais da APS sobre cuidado paliativo na pessoa idosa?
Frente ao exposto, esta pesquisa visa compreender as Representações Sociais dos profissionais médicos, enfermeiros e odontólogos da APS relacionadas ao CP para a pessoa idosa.
MÉTODO
Pesquisa qualitativa fundamentada nos pressupostos da Teoria das Representações Sociais (TRS)99 Durkheim É. As Regras do Método Sociológico. São Paulo (SP): Martins Fontes; 2007.,1010 Moscovici S. Representações Sociais: Investigações em psicologia social. 11a ed. Petrópolis (RJ): Vozes; 2015., conduzida em um município de médio porte do interior do estado de São Paulo, Brasil. Dentre as 41 Unidades de Saúde da Família (USF) do município, foram elencadas dez unidades, a partir do perfil epidemiológico e demográfico com maior população idosa; distribuídas em oito unidades urbanas sendo duas em cada região e duas unidades rurais. Os participantes foram selecionados de forma intencional, ou seja, profissionais de nível superior da ESF.
Os critérios de inclusão foram profissionais de nível superior, alocados nas USFs com maior população idosa, considerando a caracterização demográfica. Foram excluídos os profissionais que estavam de férias ou de afastamento laboral.
Os dados foram obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas, realizadas nas USFs, entre junho e agosto/2022. O instrumento de coleta de dados foi composto por questões fechadas (dados sociodemográficos e profissionais) e abertas (Fale qual a sua compreensão sobre Cuidado Paliativo para o idoso e Fale como você realiza o cuidado paliativo para os idosos que você cuida aqui da unidade). Cada entrevista teve em média 15 minutos de duração, gravada em áudio MP4 e transcrita na íntegra.
Os dados de caracterização sociodemográfica e profissional foram apresentados na forma de frequência simples e relativa. Para a organização dos dados qualitativos foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) que consiste num conjunto de procedimentos de tabulação e organização de dados provenientes de depoimentos orais dos profissionais entrevistados. Os seguintes passos englobam essa técnica: seleção das expressões-chave (ECH) de cada discurso. As ECH são segmentos contínuos ou descontínuos de discurso que revelam o principal do conteúdo das respostas obtidas; identificação da ideia central (IC) de cada uma dessas ECH e que é a síntese do conteúdo dessas expressões; identificação das ideias centrais semelhantes ou complementares; e reunião das ECH referentes às IC, em um discurso síntese, na primeira pessoa do singular, o qual é o DSC1111 Lefèvre F. Discurso do Sujeito Coletivo: nossos modos de pensar; nosso eu coletivo. São Paulo (SP): Andreoli; 2017..
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, sob o parecer 5.412.880 e CAAE 57598522.5.0000.5413. Antes de cada entrevista foram explicados os objetivos, ocasião em que o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi lido e após assinado voluntariamente. Visando a garantia do anonimato, cada participante foi codificado com a letra inicial de sua formação (E= enfermeiro, M= médico e O= odontólogo) seguido pela sequência numérica de 1 até 10. Os áudios das entrevistas foram arquivados considerando a categoria profissional e organizados em pastas de acordo a unidade entrevistada. Após as transcrições, os mesmos foram deletados.
RESULTADOS
Dos 30 profissionais convidados, 10 enfermeiros, 9 médicos e 9 odontólogos participaram. A maioria estava na faixa etária entre 41 e 50 anos, 82% representam o sexo feminino, 36% possuem tempo de formação de até 5 anos e 43% possuem tempo de atuação na APS de até 9 anos.
Em relação à questão “Fale qual a sua compreensão sobre Cuidado Paliativo para o idoso” foi possível identificar quatro ICs: Diagnóstico incurável, Cuidado biopsicossocial e humanizado para o idoso e família, Qualidade de vida e Educação em saúde (Quadro 1).
Ideias Centrais e Discurso do Sujeito Coletivo de enfermeiros, médicos e odontólogos da APS sobre a compreensão de cuidados paliativos na pessoa idosa. Marília, SP, 2022.
Frente a segunda questão “Fale como você realiza o cuidado paliativo para os idosos que você cuida aqui da unidade” foi possível identificar cinco ICs: Visita domiciliar, Atenção biopsicossocioespiritual ao idoso e família, Grupos de atividades, Promoção da qualidade de vida e Assistência no momento da morte (Quadro 2).
Ideias Centrais e Discurso do Sujeito Coletivo de Enfermeiros, Médicos e Odontólogos da APS sobre Como você realiza o cuidado paliativo para os idosos que você cuida aqui da unidade. Marília, SP, 2022.
DISCUSSÃO
A TRS, teoria do senso comum ou teoria do saber ingênuo, contribuiu com a investigação proposta, uma vez que busca compreender como o conhecimento produzido pela ciência é transformado no tecido social – nos universos consensuais; ou ainda como aquilo que não é familiar é tornado familiar, como o distante é tornado próximo para a vida prática cotidiana1010 Moscovici S. Representações Sociais: Investigações em psicologia social. 11a ed. Petrópolis (RJ): Vozes; 2015..
Frente a primeira questão “Fale qual a sua compreensão sobre Cuidado Paliativo para o idoso” foram construídas, após análise de cada depoimento, as seguintes IC: (1) Diagnóstico incurável, (2) Cuidado biopsicossocial e humanizado para pessoa idosa e família, (3) Qualidade de vida, (4) Educação em saúde (Quadro 1).
A IC 1 “diagnóstico incurável” associa-se a Representação Social (RS) dos profissionais da APS para diagnóstico sem resolutividade, sendo crônico e/ou terminal, porém passível de acompanhamento. Essa IC está presente na definição de CP, conceituado como cuidados totais ofertados ao paciente, nos casos em que a doença não apresenta resolutividade curativa e direcionado a pacientes e familiares frente a problemas ligados a doenças com potencial de fatalidade44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
A International Association for Hospices and Palliative Care, conceitua como cuidado holístico direcionado a pessoa em todo seu ciclo de vida, que apresente sofrimento ligado à saúde, diante de doenças graves e principalmente daquelas próximas ao fim da vida, trazendo a representatividade do diagnóstico incurável1212 Radbruch L, De Lima L, Knaul F, Wenk R, Ali Z, Bhatnaghar S, et. al. Redefining Palliative Care - A New Consensus-Based Definition. [Internet] Journal of pain as symptom management. 2022[acesso outubro de 2022] out; 60(4):754-764.Disponível em: https://www.jpsmjournal.com/article/S0885-3924(20)30247-5/fulltext..
Quando há o reconhecimento da não cura, o incurável deve ser abordado com ética, reconhecendo o processo ativo de morte. Idosos, sejam eles com doenças crônicas, avançadas ou em terminalidade, necessitam de tratamento digno1313 Brasil. Estatuto do Idoso. Lei federal n° 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. [Internet]. 3a ed. Brasilia (DF); Ministério da Saúde; 2013. [acesso 01 de de dezembro 2020]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf
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Abordar a finitude com a pessoa idosa que apresenta doença grave, ameaçadora da vida, requer abordar a vida, independente do estágio em que se encontra, pois o CP afirma a vida e considera a morte como um processo natural. Portanto, o CP é aplicável desde o início da doença concomitantemente a terapia modificadora, tanto para pessoa idosa, quanto para seus familiares22 World Health Organization. Integrating palliative care into PHC services. In: Why palliative care is an essential function of primary health care. [Internet] 2018 [acesso 10 de outubro de 2022] p. 8-15. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/primary-health-care-conference/palliative.pdf?sfvrsn=ecab9b11_2&ua=1
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,44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
Diante dessa premissa, a RS dos profissionais entrevistados relacionada ao cuidado ofertado para pessoa idosa e familiar, é apresentada pela IC 2 “Cuidado biopsicossocial e humanizado para pessoa idosa e família”.
Os CP objetivam aliviar o sofrimento além de agregar qualidade à vida e ao processo de morrer, sendo indicados ao paciente e familiar, em qualquer fase da doença, visto que o binômio muitas vezes apresenta expectativas e/ou necessidades que requerem atenção. Essa proposta visa o cuidador formal e informal, pois diante de uma doença incurável, gatilhos emocionais são acionados, assim como o desgaste físico e social1414 Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Comissão Permanente de Cuidados Paliativos. Vamos falar de cuidados paliativos. 2015. [Internet] Tradução: Azevedo D. Lets talk about palliative and hospice care. OhioHealth Hospice, Columbus, Ohio, USA. 2014. [acesso 29 de setembro de 2022]. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/11/vamos-falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online.pdf.
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,1515 Anchette D, Carvalho, LF, Reine PS. Dor total. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.95-8.. Em sua maioria, são esposas, filhos e noras já idosos, cuidando de idosos. Isso evidencia a necessidade de cuidar desse binômio, sendo necessário apoio por parte da equipe de saúde, assim como um planejamento e ações de cuidado1616 Fratezi FR, Gutierrez BA. Cuidador familiar do idoso em cuidados paliativos: o processo de morrer no domicílio. [Internet] Ciência & Saúde Coletiva. 2011 [acesso 27 de setembro de 2022] 16 (7): 3241-3248. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800023>. Epub 21 Jul 2011. ISSN 1678-4561.
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Nesses casos, a equipe da APS deve fortalecer o vínculo com esse binômio, identificando precocemente qualquer tipo de dor e sofrimento, visto que o adoecer gera anseios e mudanças em suas vidas1414 Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Comissão Permanente de Cuidados Paliativos. Vamos falar de cuidados paliativos. 2015. [Internet] Tradução: Azevedo D. Lets talk about palliative and hospice care. OhioHealth Hospice, Columbus, Ohio, USA. 2014. [acesso 29 de setembro de 2022]. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/11/vamos-falar-de-cuidados-paliativos-vers--o-online.pdf.
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,1515 Anchette D, Carvalho, LF, Reine PS. Dor total. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.95-8..
A IC 3 “Qualidade de vida” está relacionada as RS de bem-estar nesse período de final de vida. A OMS conceitua qualidade de vida como a percepção que cada ser humano tem de suas necessidades, abordando a autorrealização e suas possibilidades para tal, assim como sua saúde física, psicológica, social e econômica1717 World Health Organization. Promoción de la Salud. Glosario. Genebra. [internet] 1998. [acesso 29 de setembro de 2022]. Calidad de Vida; p. 28. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/67246/WHO_HPR_HEP_98.1_spa.pdf?sequence=1.. Nesse sentido, o CP visa promover qualidade de vida aos pacientes e seus familiares diante de doenças com potencial risco de vida44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
A maioria da população idosa relata a dor como fator limitante de suas atividades de vida diária. A identificação e tratamento precoce da dor em todas as dimensões humanas, de forma articulada, permite a promoção da qualidade de vida1818 Queiroz AH, Pontes RJ, Souza AM, Rodrigues TB. Percepção de familiares e profissionais de saúde sobre os cuidados no final da vida no âmbito da atenção primária à saúde. [Internet] Ciênc. saúde coletiva. 2013. [acesso 26 de novembro de 2020] Rio de Janeiro. 18 (9): 2615-2623. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232013000900016&lng=en&nrm=iso>. DOI https://doi.org/10.1590/S1413- 81232013000900016..
A percepção de qualidade de vida para a pessoa idosa não está exclusivamente pautada no alívio da dor. São apontados o convívio social, afeto, manutenção da saúde e equilíbrio financeiro como qualidade de vida. Nesse sentido, idosos institucionalizados trazem que o convívio social também tem representatividade, sugerindo que a qualidade de vida atende os aspectos biopsicossociais da pessoa idosa, assim como o objetivo da atenção paliativista e o conceito de dor total1919 Elói JF, Dias MD, Nunes TR. Percepção da qualidade de vida de idosos: revisão integrativa da literatura. [Internet] Rev. Kairós Gerontologia. 2018. [acesso 23 de outubro de 2022] 21(4), 389-407. Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i4p389-407.
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A IC 4 “Educação em Saúde” remete a RS do profissional enquanto educador. É indiscutível que o familiar receba orientações frente aos cuidados e a cada etapa vivenciada. Diante disso, os profissionais da APS tem suas ações voltadas a educação em saúde por meio de práticas educativas à população adscrita, visando a qualidade de vida por intermédio de planejamento, articulação e direcionamento de atividades e programas entre a população e a equipe2020 Seabra CA, Xavier SP, Sampaio PC, Oliveira MF de, Quirino GS, Machado MF. Health education as a strategy for the promotion of the health of the elderly: an integrative review. [Internet] Rev Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2019 [acesso 04 de outubro de 2022] 22(04) e190022. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1981-22562019022.190022>. Epub 24 Out 2019. ISSN 1981-2256.
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Embora os profissionais apresentem a IC “Educação em saúde”, a definição propriamente dita de CP não remete a isso, sendo a educação inserida em seus princípios por meio do sistema de apoio fornecido a família e a pessoa idosa, assim como pela abordagem multidisciplinar, incluindo as necessidades e aconselhamento44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), em conjunto a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, lançou cartilha que aborda de forma multidisciplinar as orientações para cuidadores de idosos em CP, mais especificamente, no fim de vida, onde o CP passa a ser exclusivo. A finalidade é justamente a educação em saúde2121 Arantes AM, Fonseca A. Organizadores. Cartilha cuidados de fim de vida à pessoa idosa portadora de doenças não oncológicas. [e-book internet] São Paulo (SP): Academia Nacional de Cuidados Paliativos; 2022 [acesso 04 de outubro de 2022] 47p. Disponível em: Cartilha_Cuidados-Fim-de-Vida-final.pdf (paliativo.org.br)..
Em relação à segunda questão “Como você realiza o cuidado paliativo para os idosos que você cuida aqui da unidade” foi possível identificar as seguintes ICs: (1) Visita domiciliar, (2) Atenção biopsicossocioespiritual à pessoa idosa e família, (3) Grupos de atividades, (4) Promoção da qualidade de vida, (5) Assistência no momento da morte (Quadro 2).
A IC 1 “Visita domiciliar” está associada a RS dos profissionais para assistência no domicílio. Os cuidados no domicílio são direcionados frente as demandas específicas, passível de resolução no domicílio e em doenças terminais2222 World Health Organization. Planning and implementing palliative care services: a guide for programme managers. [Internet] Suíça, 2016. [acesso 09 de novembro de 2022. Disponível em: < http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250584/1/9789241565417-eng.pdf >.
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. Para tal, é necessária uma avaliação da pessoa idosa e dos recursos disponíveis, assim como planejamento e organização2323 Vasconcelos GB, Pereira PM. Cuidados Paliativos em atenção domiciliar: uma revisão bibliográfica. [Internet] Rev de Adm. em Saúde. 2018 [acesso 07 de novembro de 2022] 18(70). Disponível em: https://cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/85. ISSN 2526-3528. doi http://dx.doi.org/10.23973/ras.70.85.
Esse tipo de assistência diminui as internações hospitalares, porém não deve ser visto como uma desospitalização. Sua principal característica é a proximidade do paciente no domicílio com suas preferências, garantindo assistência personalizada e articulação com as demais modalidades paliativas2424 Crispim DH. Gestão em Cuidados Paliativos. In: Castilho RK, Silva VC da, Pinto CS. Organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; 17-22..
Uma das barreiras encontradas é justamente a falta desses recursos e de preparo profissional, o que acaba resultando em internações frente a pioras, as quais poderiam ser assistidas e tratadas no domicílio2323 Vasconcelos GB, Pereira PM. Cuidados Paliativos em atenção domiciliar: uma revisão bibliográfica. [Internet] Rev de Adm. em Saúde. 2018 [acesso 07 de novembro de 2022] 18(70). Disponível em: https://cqh.org.br/ojs-2.4.8/index.php/ras/article/view/85. ISSN 2526-3528. doi http://dx.doi.org/10.23973/ras.70.85.
A IC 2 “Atenção biopsicossocioespiritual à pessoa idosa e família” remete a RS de um cuidado holístico e humanizado, ideia essa, corroborada pelos princípios do CP44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6..
Diante do processo de envelhecimento e de finitude, a pessoa idosa apresenta sofrimento biopsicossocioespiritual, muitas vezes decorrente de perdas de funções e sociais, de morte de entes queridos, necessitando, portanto, ressignificar sua singularidade e integralidade2525 Melo CF, Morais JC, Medeiros LC de, Bonfim LP, Martins JC. O binômio morte e vida para idosos em cuidados paliativos. [Internet] Rev Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do estado de São Paulo SPAGESP. 2021 [acesso 09 de novembro de 2022]; 22(2). ISSN-e 1677-2970. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702021000200002&lng=pt..
O cuidado direcionado à pessoa idosa e familiar deve ser multidimensional, valorizando a biografia de ambos, seus valores e preferências44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6.. Para tal, o diagrama de abordagem multidimensional aborda os aspectos do ser humano, físico, emocional-psíquico, social-familiar, religioso-espiritual, auxiliando os profissionais no planejamento de suas ações, juntamente a família2626 Saporetti LA, Andrade L, Sachs MF, Guimarães TV. Diagnóstico e abordagem do sofrimento humano. In: Carvalho RT, Parsons HA. organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. Ampliado e atualizado. 2a ed. ANCP. 2012. p.42-55.. Embora essas ações estejam presentes entre os profissionais da APS, não há ferramenta/capacitação que norteie esse tipo de ação.
A IC 3 “Grupos de atividades” relaciona-se a RS dos profissionais da saúde como grupos de atividades físicas e terapia ocupacional, corroborada pelo fato de cada vez mais a atividade física ter notoriedade no CP em todas as idades, proporcionando benefícios físicos e mentais, além da reabilitação diante de doenças ameaçadoras da vida, como o câncer2727 Boelsbjerg HB, Glasdam S. Dying fit or not – physical activity as antidote to death? [Internet] OMEGA - Journal of Death and Dying. 2022; [acesso 17 de novembro de 2022] 84(3): 771-791. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0030222820913716.
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Nessa perspectiva, a atividade física pode ser uma aliada diante de doenças crônicas para promover qualidade de vida. Há impacto ainda sobre as dimensões emocionais, sociais e espirituais, sendo umas das prioridades da Política Nacional de Promoção da Saúde. Embora os profissionais da saúde compreendam os fatores que impactam sobre a qualidade de vida, a perspectiva do paciente muitas vezes não é a mesma2727 Boelsbjerg HB, Glasdam S. Dying fit or not – physical activity as antidote to death? [Internet] OMEGA - Journal of Death and Dying. 2022; [acesso 17 de novembro de 2022] 84(3): 771-791. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0030222820913716.
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,2828 Souza AL de, Santos LP dos, Rech CR, Rodrigues-Añez CR, Alberico C, Borges LJ et al. Barriers to physical activity among adults in primary healthcare units in the National Health System: a cross-sectional study in Brazil. [Internet] São Paulo Medical Journal. 2022 [acesso 22 de novembro de 2022]140 (5): 658-667. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1516-3180.2021.0757.R1.20122021>. Epub 29 Aug 2022. ISSN 1806-9460. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2021.0757.R1.20122021
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No que tange a atividades ocupacionais, o profissional de terapia ocupacional visa otimizar integralmente as atividades básicas, instrumentais e avançadas de vida diária, atento as limitações e dificuldades, preservando a dignidade e autonomia da pessoa idosa2929 Queiroz ME de. Terapia ocupacional. In: Castilho RK, Silva VC da, Pinto CS. Organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.192-195..
A IC 4 “Promoção da qualidade de vida” está associada a RS de uma assistência voltada ao conforto e alívio de sinais e sintomas. No âmbito da saúde, não visa apenas conforto físico relacionado a técnicas e procedimentos, abrange as dimensões físicas, emocionais, sociais, espirituais e ambientais, reconhecendo a pessoa idosa enquanto protagonista de sua história, buscando manter harmonia dessas dimensões dentro de suas limitações e potenciais3030 Durante AL, Tonini T, Armini LR. Conforto em cuidados paliativos: o saber-fazer do enfermeiro no hospital geral. [Internet] Rev enferm UFPE. 2014 [acesso 23 de novembro de 2022] 8(3): 530-6. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/9707/9778. DOI: 10.5205. ISSN: 1981-8963.
Esses cuidados corroboram com os objetivos do CP, pois sua política propõe que suas ações abordem o bem-estar físico, social e mental, tendo participação social, econômica, cultural, espiritual e civil, preservando a autonomia da pessoa idosa, inclusive em suas fragilidades3131 World Health Organization. Active Ageing: A policy framework. [Internet] 2005. [acesso em 24 novembro 2022]. Disponível em: https://extranet.who.int/agefriendlyworld/wp-content/uploads/2014/06/WHO-Active-Ageing-Framework.pdf.
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A IC 5 “Assistência no momento da morte” associa-se a RS dos profissionais como uma assistência durante e no pós-óbito imediato. Essa IC é fortalecida pelos princípios dos CP, onde ofertam um sistema de apoio durante a doença e luto, em qualquer estabelecimento, assim como em todos os níveis de atenção à saúde44 Pereira EA, Reys KZ. Conceitos e Princípios. In: Castilho, RK. Silva, VC, Pinto, CS, organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; p.3-6.,2424 Crispim DH. Gestão em Cuidados Paliativos. In: Castilho RK, Silva VC da, Pinto CS. Organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021; 17-22.. Diante disso, o lar frequentemente é apontado como sendo o local onde as pessoas se sentem mais seguras e confortáveis, e onde é garantido a boa morte3232 Pollock K. Is home always the best and preferred place of death? [Internet] BMJ. 2015 [acesso 16 de novembro de 2022] 351, h4855. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmj.h4855.
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A assistência durante a morte gera muitas inseguranças nos profissionais, visto que ainda é pouco abordado ou discutido nos cursos de graduação. Exige a necessidade em se identificar o processo ativo de morte, assim como o cuidado no pós-óbito imediato e luto3333 Cintra AC, Barrioso PD. Pós-óbito imediato. In: Castilho RK, Silva VC da, Pinto CS. Organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021. p.523-7..
A identificação do processo ativo de morte é de suma importância, onde há sinais e sintomas físicos, assim como a necessidade manifesta pelo binômio em acertar pendências que envolvem as dimensões sociais, psicológicas e espirituais. Esse planejamento consiste em uma comunicação efetiva entre a equipe, paciente e família3434 Calice GB, Canosa HG, Chiba T. Processo ativo de morte: Definição e Manejo de sintomas. In: Castilho RK, Silva VC da, Pinto CS. Organizador(s). Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 3a ed. Rio de Janeiro (RJ): Atheneu; 2021. p.515-9..
Ao abordar a preferência da pessoa idosa na finitude, as diretivas antecipadas de vontade são uma ferramenta jurídica de extrema importância, visto garantir que seja expressa e registrada sua vontade frente a doenças graves ou irreversíveis, direcionando a equipe para uma assistência digna3535 Gomes BM, Salomão LA, Simões AC, Rebouças BO, Dadalto L, Barbosa MT. Diretivas antecipadas de vontade em geriatria. [Internet] Revista Bioética.2018 [acesso 16 de novembro de 2022]; 26(3): 429-439. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1983-80422018263263>. ISSN 1983-8034. https://doi.org/10.1590/1983-80422018263263.
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CONCLUSÃO
Os dados obtidos permitiram compreender as Representações Sociais de profissionais de saúde da ESF sobre o CP para a pessoa idosa, bem como sua execução no cenário da APS.
Esses profissionais apontam o CP como um cuidado diante de um diagnóstico incurável, biopsicossocial e humanizado para o idoso e família, qualidade de vida, além da educação em saúde. Essa compreensão corrobora os conceitos nacionais e internacionais sobre CP, com a ressalva da educação em saúde, sendo esse um princípio e não necessariamente um conceito.
Já na execução dos CP direcionados a pessoa idosa na APS, o coletivo aponta ações realizadas por visitas domiciliares, atenção biopsicossocial ao idoso e família, grupos de atividades, promoção da qualidade de vida e assistência no momento da morte. Essas compreensões permitiram identificar ações de enfermeiros, médicos e odontólogos que demonstram como esses profissionais realizam o cuidado paliativo para pessoa idosa.
Embora este estudo possa ter por limitação o fato de que apenas profissionais universitários da ESF participaram do mesmo, a compreensão de suas RS traz seus entendimentos e ações concretas de como executam os CP na APS.
AGRADECIMENTOS
A presente pesquisa foi realizada com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES), a qual agradecemos.
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Financiamento da pesquisa: O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nível Superior – Brasil (CAPES). código de financiamento 001. N° 88887.663708/2022-00. Bolsa de mestrado.
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DISPONIBILIDADE DE DADOS
Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo estará disponível mediante solicitação ao autor correspondente Luciana Meneguim Pereira de Queiroz (lumeneguimpq@gmail.com).
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
21 Jun 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
04 Jul 2023 -
Aceito
08 Abr 2024