Resumo
Objetivo
Analisar a associação entre a adesão à terapia medicamentosa com nível de entendimento e complexidade da prescrição, bem como avaliar a concordância entre dois questionários de adesão aplicados a pessoas idosas polimedicadas.
Método
Trata-se de estudo transversal, com pessoas idosas atendidas no ambulatório de geriatria de um hospital universitário do Rio de Janeiro, Brasil. Nesses pacientes foi avaliado a adesão à terapia medicamentosa (Brief Medication Questionarie - BMQ e Instrumento de Avaliação da Atitude frente à tomada de remédios - IAAFTR), o conhecimento sobre os medicamentos prescritos e a complexidade da farmacoterapia. Para análise estatística foram utilizados testes qui-quadrado e exato de Fisher sendo considerado o nível de significância de p-valor ≤0,05. A concordância entre os dois métodos de adesão foi avaliada pelo índice Kappa.
Resultados
Dos 49 idosos entrevistados, 75,5% eram mulheres, hipertensão arterial (82%) e diabetes (37%) as doenças mais prevalentes. Observou-se pelos testes BMQ e IAAFTR que 35% e 45% dos pacientes, respectivamente, eram aderentes a terapia medicamentosa. Não houve concordância de resultado entre os métodos de adesão. Grande parte dos pacientes apresentou bom nível de informação sobre seus medicamentos, porém, a maioria deles foi considerada não aderente. Não foi observado associação estatisticamente significativa entre a complexidade da prescrição frente a adesão e ao nível de informação sobre medicamentos.
Conclusão
A adesão a terapia medicamentosa é um processo multifatorial e as ferramentas de avaliação de adesão e de outros fatores que a influência deve ser criteriosamente escolhida de acordo com a população de estudo, pois em nosso trabalho elas apresentaram respostas diferenciadas.
Palavras-Chave:
Conhecimento do paciente sobre a medicação; Adesão à medicação; Idoso; Polifarmácia