Autores e ano. (Região do estudo) |
Objetivos |
Desenhos Metodológicos |
Desfechos |
Limitações |
Dyall et al.99 Dyall L, Kepa M, The R, Mules R, Moyes SA, Wham C, et al. Cultural and social factors and quality of life of Maori in advanced age. Te puawaitanga o nga tapuwae kia ora tonu - Life and living in advanced age: a cohort study in New Zealand (LiLACS NZ). N Z Med J. 2014;127(1393):62-79., 2014. (Nova Zelândia) |
Relacionar o perfil socioeconômico e cultural à qualidade de vida. |
Público-alvo: 421 idosos indígenas neozelandeses (maori) e 516 não-maori; Variação da idade: 80-90 anos; Desenho: Transversal, dados da coorte. |
1) O contato com a cultura e linguagem maoris foi relacionado à melhor percepção de bem-estar. 2) A frequência de visita às tribos era diretamente relacionada ao engajamento em atividades culturais, com melhor percepção de qualidade de vida, nos aspectos físicos. |
1) Estudo transversal não permite alegações de causalidade. 2) O instrumento de avaliação utilizado traz conceitos de qualidade de vida da sociedade ocidental, que pode ser diferente do conceito neozelandês. |
Lai1010 Lai CH. An integrated approach to untangling mediated connectedness with online and mobile media. Comput Human Behav. 2014;31(1):20-6., 2014. (Estados Unidos) |
Correlacionar o uso de tecnologias à participação em práticas socioculturais. |
Público-alvo: 2.250 adultos e idosos americanos; Variação da idade: 31- 70 anos; Desenho: Transversal. |
1) O uso da internet e dos aplicativos foram associados ao engajamento em atividades socioculturais, com aumento no número de idas aos equipamentos culturais. |
1) Estudo transversal não permite alegações de causalidade. 2) Havia poucas variáveis de resposta no instrumento de avaliação e isso pode ter contribuído para efeitos não-significativos. |
Thomson e Chatterjee1111 Thomson LJM, Chatterjee HJ. Well-being with objects: evaluating a museum object-handling intervention for older adults in health care settings. J Appl Gerontol. 2014;24(1):1-14., 2014. (Reino Unido) |
Correlacionar a exploração tátil em obras de arte ao afeto e bem-estar. |
Público-alvo: 40 idosos britânicos; Variação da idade: 65-85; anos; Desenho: Transversal. |
1) A exploração tátil resultou aumento do afeto positivo, bem-estar e felicidade, além de diminuição do afeto negativo, nos cenários hospitalar e residencial. 2) Nas enfermarias psiquiátricas não houve diferença no afeto positivo e na percepção de bem-estar, no pós-intervenção. 3) Aqueles que nunca haviam visitado o museu, demonstraram desinteresse para manusear as peças de arte e preferiram ficar lendo as fichas técnicas, demonstrando curiosidade. |
1) Amostra pequena, com intervenções em curto prazo. 2) Não teve grupo controle. 4) Foram utilizadas duas intervenções (individual e em grupo) e não se sabe os efeitos em separado. |
Ejechi1212 Ejechi EO. Social activities of retired Nigerian academics: the applicability of the continuity theory. Act Adapt Aging. 2015;39(1):64-76., 2015. (Nigéria) |
Correlacionar o nível de engajamento em atividades socioculturais à percepção de saúde. |
Público-alvo: 514 adultos e idosos nigerianos; Variação da idade: 55- 75 anos; Desenho: Qualitativo. |
1) Entre professores aposentados e não-aposentados não houve diferença significativa para os tipos de participação sociocultural. 2) A participação em atividades acadêmicas diminuiu significativamente nos professores aposentados e aumentou a participação social, sobretudo nas tradições culturais |
1) A amostra se restringiu à categoria de professores universitários. Assim, não se sabe s a manutenção das tradições culturais se aplicam à população nigeriana. |
Rapacciuolo et al.1313 Rapacciuolo A, Filardi PP, Cuomo R, Mauriello V, Quarto M, Kisslinger A, et al. The impact of social and cultural engagement and dieting on well-being and resilience in a group of residents in the metropolitan area of Naples. J Aging Res. 2016;1(1):1-11., 2016. (Itália) |
Investigar a relação entre o bem-estar subjetivo e o impacto social e participação cultural, de residentes de uma cidade italiana em um momento de crise econômica. |
Público-alvo: 571 idosos italianos; Variação da idade: 62- 77 anos; Desenho: Transversal. |
1) Há associação entre a participação em atividades socioculturais e o bem-estar subjetivo e resiliência. 2) Muitos estavam desempregados e a cidade estava em crise econômica. Como as mulheres não estavam participando de atividades sociais e culturais, estas apresentaram menor bem-estar e resiliência, pois a disponibilidade e acesso às atividades culturais e sociais foi um elemento-chave para um ambiente saudável. 3) As mulheres tiveram uma pontuação maior do que os homens em felicidade, quando media a satisfação pela vida. |
1) Não foram apresentadas pelos autores, mas a limitação se dá pelo desenho do estudo. Estudos longitudinais são mais adequados para investigar os aspectos emocionais e suas relações com o acesso e participação cultural. 2) Não destacaram a variável condição socioeconômica, uma vez que esse foi o motivo para a restrita participação das mulheres nos dispositivos culturais. |
Annear et al.1414 Annear MJ, Otani J, Sun J. Experiences of Japanese aged care: the pursuit of optimal health and cultural engagement. Age Ageing. 2016;45(6):753-6., 2016. (Austrália) |
Identificar as práticas adotadas nas instituições asilares para manter os idosos conectados às suas culturas. |
Público-alvo: 3 instituições com idosos japoneses; Variação da idade: não se aplica; Desenho: Descritivo. |
1) Para promover o engajamento cultural, as instituições de longa permanência para idosos realizavam preservavam as tradições japonesas (flores, comidas e danças) para manter os idosos conectados à cultura. |
1) Os autores não retratam as limitações, mas a coleta de dados não contemplou a percepção dos idosos sobre as estratégias para os manter em conexão com as tradições culturais. |
Shepherd et al.44 Shepherd SM, Delgado RH, Sherwood J, Paradie Y. The impact of indigenous cultural identity and cultural engagement on violent offending. BMC Public Health. 2018;18(1):50-7., 2018. (Austrália) |
Relacionar a identidade e engajamento cultural à reincidência de violência em indígenas que estão sob custódia. |
Público-alvo: 119 adultos e idosos indígenas australianos; Variação da idade: 19-63 anos; Desenho: Longitudinal. |
1) O nível de engajamento cultural foi mais elevado naqueles que possuíam uma identidade cultural mais forte. 2) Há relação negativa entre engajamento cultural e reincidência de violência, explicadas pelo aumento da autoestima, autoconfiança, apoio social e propósito de vida. |
1) Apesar dos participantes serem indígenas, estes eram de regiões diferentes e poderiam variar amplamente os valores culturais. 2) Não se sabe se os indígenas abrigavam múltiplas identidades, sem atribuir preferência à sua identidade indígena. |
Fancourt et al1515 Fancourt D, Steptoe A, Cadar D. Cultural engagement and cognitive reserve: museum attendance and dementia incidence over a 10-year period. Br J Psychiatr. 2018;213(5):661-3., 2018. (Reino Unido) |
Relacionar o engajamento cultural ao risco para desenvolver demência. |
Público-alvo: 3.911 adultos e idosos britânicos; Variação da idade: 56-72 anos; Desenho: Coorte. |
1) Aqueles que visitavam museus, poucas vezes por mês ou mais, apresentaram uma taxa de incidência de demência menor, independente das variáveis: comprometimento sensorial, depressão e condições vasculares. 2) O estímulo cognitivo proporcionado nas visitas a museus, fazem do engajamento cultural uma importante estratégia para manter a reserva cognitiva e diminuir o isolamento social. |
1) O estudo não foi experimental. |
Goulding1616 Goulding A. The role of cultural engagement in older people's lives. Cult Sociol. 2018;12(4):518-39., 2018. (Reino Unido) |
Correlacionar o grau de envolvimento cultural e seus efeitos na vida dos idosos. |
Público-alvo: 40 idosos britânicos; Variação da idade: 64-98 anos; Desenho: qualitativo. |
1) Os participantes se envolviam em atividades culturais para enriquecer-se socialmente. 2) Àqueles com menor escolaridade e baixa classe social, o engajamento cultural era mais restrito. |
1) Os grupos variaram muito em tamanho e as oportunidades para o engajamento cultural. 3) Nem todos idosos eram aposentados, o que refletia em menor participação cultural e podem ter influenciado nos desfechos. |
Fancourt e Steptoe66 Fancourt D, Steptoe A. Physical and psychosocial factors in the prevention of chronic pain in older age. J Pain. 2018;18(1):1385-91., 2018 (a). (Reino Unido) |
Correlacionar engajamento cultural às habilidades cognitivas. |
Público-alvo: 3.445 adultos e idosos britânicos; Variação da idade: 52-90 anos; Desenho: Transversal, dados da coorte. |
1) O engajamento cultural parece ter benefícios para a memória e fluência semântica, independente do status cognitivo, das variáveis demográficas, percepção de saúde e participação em atividades. 2) Quanto maior a frequência de engajamento, maior o fator protetivo para a cognição, exceto na atividade ir ao cinema. 3) Não houve correlação entre ir ao teatro/concertos/ ópera e fluência semântica. |
1) Estudo transversal não permite alegações de causalidade. 2) Os dados foram coletados somente do último ano, sem prazos mais longos, o que não permite concluir sobre a perpetuação dos benefícios. 3) Pode existir uma relação bidirecional entre cultura, engajamento e cognição. |
Fancourt e Steptoe77 Fancourt D, Steptoe A. Cultural engagement predicts changes in cognitive function in older adults over a 10 year period: findings from the English Longitudinal Study of Ageing. Nature. 2018;8(1):10226-34., 2018 (b). (Reino Unido) |
Correlacionar fatores físicos e psicossociais (cultura) à dor crônica. |
Público-alvo: 2.631 adultos e idosos britânicos; Variação da idade: 52-90 anos; Desenho: Transversal, dados da coorte. |
1) O engajamento cultural aparece como fator psicossocial protetor da dor crônica, exceto para as atividades de participação em grupos comunitários. 3) O engajamento cultural mostrou-se benéfica, independente do comportamento sedentários, atividade física e isolamento social. |
1) Estudo transversal não permite alegações de causalidade. 2) Essa amostra é representativa de pessoas brancas britânicas, mas não se sabe os resultados para outras etnias. |
Fancourt e Tymoszuk55 Fancourt D, Tymoszuk U. Cultural engagement and incident depression in older adults: evidence from the English Longitudinal Study of Ageing. Br J Psychiatr. 2019;214(4):225-9., 2019. (Reino Unido) |
Relacionar o engajamento cultural à incidência de depressão. |
Público-alvo: 2.148 adultos e idosos britânicos; Variação da idade: 52-89 anos; Desenho: Coorte. |
1) Quanto maior a frequência de atividades culturais, menor o risco para desenvolver depressão, independente das variáveis sociodemográficas, saúde, comportamento e formas de engajamento social (passatempos, interações sociais, grupo comunitário) e cívico. |
1) Estudo transversal não permite alegações de causalidade. 2) Poderiam ter participantes com humor ou depressão subclínico que explicaria a redução no engajamento. |