Open-access Equilíbrio, quedas e risco de quedas na DPOC: revisão sistemática dos instrumentos de avaliação, propriedades de medida e utilidade clínica

Resumo

Objetivos  Identificar os instrumentos de avaliação de equilíbrio, quedas e risco de quedas utilizados na DPOC, avaliar suas propriedades de medida, qualidade da evidência e utilidade clínica.

Método  A revisão foi produzida seguindo as orientações PRISMA e COSMIN, registrada no PROSPERO: CRD42021235118. As pesquisas foram realizadas de novembro de 2021 a setembro de 2022 nas bases de dados PubMed, LILACS, CINAHL, Embase, Web of Science e PEDro. Estudos observacionais transversais e coorte foram incluídos, sem restrição de idioma ou ano de publicação, desde que descreveram instrumentos clínicos de avaliação do equilíbrio, quedas e risco de quedas reportando no mínimo, uma das propriedades de medida: validade, confiabilidade e responsividade. Dois revisores independentemente aplicaram os critérios de elegibilidade, risco de viés pela COSMIN, qualidade da evidência pela abordagem GRADE e a avaliação da utilidade clínica pela Escala de Tyson e Connell.

Resultados  9.102 estudos foram selecionados e 21 incluídos na revisão, nove estudos demonstraram propriedades de medida adequadas e suficientes e 12 instrumentos foram identificados, dos quais seis, foram avaliados quanto a qualidade de evidência.

Conclusão  Revisões sistemáticas de propriedades de medida requerem revisores especializados e habilidade em análise qualitativa. Com grau de recomendação “A”, a Berg Balance Scale (BBS) e o teste Timed Up and Go (TUG) foram os instrumentos mais indicados na DPOC. Ao acrescentar a avaliação da utilidade clínica ao resultado, o TUG demonstra superioridade ao BBS, demostrando ser uma ótima ferramenta para triar indivíduos que necessitem de uma avaliação minuciosa do equilíbrio, quedas e risco de quedas.

Palavras-Chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; Equilíbrio; Quedas; Risco de Quedas; Propriedades de Medidas

Abstract

Objectives  to identify balance assessment instruments, issues and risks of issues used in COPD, evaluate their measurement properties, quality of evidence and clinical utility.

Method  A review was produced following the PRISMA and COSMIN guidelines, registered in PROSPERO: CRD42021235118. Searches were carried out from November 2021 to September 2022 in the PubMed, LILACS, CINAHL, Embase, Web of Science and PEDro databases. Cross-sectional and cohort observational studies were included, without restrictions on language or year of publication, as long as they described clinical instruments for assessing balance, falls and risk of falls reporting at least one of the measurement properties: validity, reliability and responsiveness. Two reviewers will independently apply the eligibility criteria, travel risk by COSMIN, quality of evidence by the GRADE approach and assessment of clinical utility by the Tyson and Connell Scale.

Results  9,102 studies were selected and 21 included in the review, nine studies demonstrated adequate and sufficient measurement properties and 12 instruments were identified, of which six were evaluated for the quality of evidence.

Conclusion  Systematic reviews of measurement properties require specialized reviewers and skills in qualitative analysis. With a recommendation GRADE of “A”, the Berg Balance Scale (BBS) and the Timed Up and Go (TUG) test were the most recommended instruments for COPD. By requiring the evaluation of the clinical utility of the result, the TUG demonstrates superiority to the BBS, proving to be a great tool for judging individuals who need a thorough assessment of balance, falls and risk of falls.

Keywords Chronic Obstructive Pulmonary Disease; Balance; Falls; Risk of falls; Measurement properties

INTRODUÇÃO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença comum, evitável e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e presença de limitação do fluxo aéreo1-4. O comprometimento da DPOC não se limita à função respiratória4,5. Pessoas com DPOC têm alteração comprometimento do controle postural quando comparadas a indivíduos saudáveis da mesma faixa etária5-7. Os deficit na função e mobilidade têm sido associados a um maior risco de quedas em idosos7 e impactam negativamente na qualidade de vida8-10.

Estudos sugerem que a DPOC é uma das doenças crônicas com maior prevalência de quedas1,5,6. Em estudo com amostra de 4.050 mulheres, com idade entre 60 e 79 anos, a prevalência de quedas aumentou com o número de doenças crônicas. O risco atribuível à população de ter sofrido pelo menos uma queda nos últimos 12 meses estimado por modelos ajustáveis foi de 17,4% (10,4% a 23,9%) para artrite, 9,4% (5,4% a 13,3%) para depressão, 8% (3,3% a 12.4%) para DPOC, 6,2% (1,6% a 10,5%) para doenças circulatórias e 6,2% (2% a 10%) para doenças coronarianas11. As quedas estão associadas não apenas à mortalidade e morbidade, mas também à perda de autonomia5,6,8. Mecanismos fisiológicos, como alteração da força muscular, propriocepção, oscilação corporal e equilíbrio comprometido, podem estar associados a um maior risco de quedas na DPOC e contribuir para piora das condições de saúde7-13. Pesquisas têm destacado a importância de identificar fatores de risco para quedas e favorecer a prevenção14, 15. Para que a prevenção seja eficaz, é necessário identificar a população em risco, introduzir medidas de avaliação padronizadas e confiáveis e, em seguida, estabelecer intervenções multidimensionais específicas focadas na redução dos fatores de risco modificáveis identificados10, 13,14.

Os instrumentos de avaliação do equilíbrio, quedas e risco de quedas quando aplicados na DPOC permitem aos profissionais identificar e quantificar os possíveis deficit encontrados no equilíbrio, a presença de quedas e o risco de uma queda ocorrer. Tais instrumentos permitem um monitoramento dessas alterações e favorecem uma tomada de decisão clínica adequada e direcionada a uma melhor intervenção. É necessário que os instrumentos sejam válidos, confiáveis e responsivos, caso contrário, há o risco de obter resultados que possam levar a conclusões e condutas equivocadas6, 16,17.

Revisões sistemáticas de instrumentos de medida de resultados são ferramentas importantes para selecionar o instrumento mais adequado para o construto de interesse e fornecer uma visão geral da qualidade por meio das propriedades de medida16-20. Portanto, é importante determinar se os instrumentos de avaliação disponíveis capturam todas as dimensões relacionadas ao construto. Uma melhor compreensão das propriedades de medida ajudará o profissional a selecionar os instrumentos mais adequados para utilizar em sua prática clínica.

Uma ampla variedade de instrumentos para medir equilíbrio, quedas e risco de quedas pode ser utilizada na DPOC. Nosso objetivo foi identificar os instrumentos de avaliação de equilíbrio, quedas e risco de quedas utilizados na DPOC, avaliar suas propriedades de medida, qualidade da evidência e utilidade clínica.

MÉTODO

Esta revisão sistemática está em conformidade com a orientação PRISMA e COSMIN para revisões sistemáticas de instrumentos de medida de resultados e o protocolo foi registrado no PROSPERO: CRD42021235118. Foram incluídos nesta revisão estudos observacionais do tipo transversal e coorte de adultos com idade igual ou superior a 50 anos, com diagnóstico de DPOC, de acordo com as diretrizes internacionais1,3, independente de sexo ou nível de incapacidade. Foram elegíveis os estudos que relatassem instrumentos de equilíbrio, quedas e risco de quedas incluindo testes, escalas ou questionários, estudos metodológicos que desenvolveram os instrumentos e/ou avaliaram suas propriedades de medida reportando a avaliação de no mínimo, uma das propriedades de medida: validade, confiabilidade e responsividade. Foram excluídos estudos de caso e relatos de série, protocolos de estudos, ensaios clínicos e estudos não disponíveis em sua totalidade. As classificações foram acordadas por consenso entre a equipe da revisão para reduzir a variabilidade de interpretação.

Foi realizada uma extensa pesquisa literária em bases de dados eletrônicas de novembro de 2021 a setembro de 2022 nas bases de dados PubMed, LILACS, CINAHL, Embase, Web of Science e PEDro. A pesquisa não restringiu idioma ou ano de publicação. A estratégia de busca foi realizada para cada base de dados, incluindo vocabulário controlado de banco de dados quando disponível (MeSH, EMTREE e CINAHL Subjetive Headings) e termos livres com a combinação das palavras “Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica”, “equilíbrio”, “quedas”, “risco de quedas”. Em seguida as palavras “propriedades de medidas”, “confiabilidade”, “validade” e “reprodutibilidade” foram adicionadas com o propósito de aumentar à sensibilidade da pesquisa e adequar à metodologia COSMIN.

Dois revisores (A.L. e B.L.) aplicaram independentemente os critérios de elegibilidade para a seleção dos estudos, como objetivos do estudo, características da população, medida clínica avaliada, instrumentos de medida, examinadores, operacionalização das medidas e tipo de análise estatística. Outro revisor (S.V.) foi requisitado no caso de discordância ou dúvida. Todos os dados coletados foram alocados no programa de gerenciamento de referências Mendelay e a análise das referências foi realizada de forma manual. Após remoção das duplicatas, revisores (A.L. e B.L.) independentemente examinaram os títulos e resumos seguidos pela triagem de texto completo de forma cega usando formulários eletrônicos padronizados. Desacordos foram resolvidos por consenso.

Dois pesquisadores independentemente (A.L. e B.L.) analisaram a qualidade dos estudos incluídos através do Consensus-based in COSMIN Risk of Bias tool to assess the quality of studies on reliability and measurement error of outcome measurement instrument 15-19 . The COSMIN Risk of Bios tool rastreia o risco de viés dos estudos individuais incluídos e descreve os elementos que juntos nos auxiliam na construção de uma questão de pesquisa e fornece uma visão abrangente dos componentes da medida de resultados assim como os requisitos de projeto e métodos estatísticos preferidos sobre a confiabilidade e erro de medida dos instrumentos.

A classificação da evidência dos instrumentos foi realizada usando a abordagem GRADE modificada pelo COSMIN.

Dois pesquisadores independentes (A. L. e B. L.) avaliaram a utilidade clínica dos instrumentos de medida encontrados na revisão sistemática pela escala de utilidade clínica de Tyson e Connell20 que avalia quatro itens: tempo de aplicação do instrumento, análise e interpretação dos dados, custo, necessidade de equipamento e treinamento específico e portabilidade. O escore final quantifica se um instrumento específico pode ser usado e recomendado para a prática clínica. Para o instrumento ser recomendado ele deve apresentar pontuação superior ou igual a nove.

DISPONIBILIDADE DE DADOS

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo está disponível mediante solicitação ao autor correspondente [Ana Cristina Lamezon].

RESULTADOS

A estratégia de pesquisa identificou 9.102 estudos. Os resultados da pesquisa em base de dados e o processo de seleção estão detalhados na Figura 1. Desse total, 21 estudos preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídos nesta revisão sistemática e 12 instrumentos de avaliação de equilíbrio, quedas e risco de queda foram encontrados. As características dos participantes nos estudos incluídos estão resumidas na Tabela 1.

Figura 1
Fluxograma da seleção dos estudos segundo o Preferred Reporting Items for systematic Reviews and MetaAnalyses. Curitiba, PR, Brasil, 2023.
Tabela 1
Características dos estudos incluídos na Revisão Sistemática. Curitiba, PR, Brasil,2023.

Os instrumentos de avaliação do equilíbrio, quedas e risco de quedas encontrados nesta revisão foram categorizados em instrumentos de desempenho (PerFORM): Berg Balance Scale (BBS), Balance Evaluation Systems Test (BESTest), MINI-BESTest, Brief-BESTest, Timed up and Go (TUG), Timed up and Go dupla tarefa (TUGDT), Single-Leg Stance (SLS), Tinetti get up and go test, Unipodal Stance Test (UST); Instrumentos com resultados relatados pelo avaliador, (ClinROM): Plataforma de força ou posturografia; Questionários de auto-relato (PROM): autorelato de quedas e o Elderly Falls Screening Test (EFST).

O risco de viés dos estudos incluídos segundo COSMIN Risk of Bias checklist 9-12 está apresentado na Tabela 2. As principais propriedades de medida avaliadas foram confiabilidade, consistência interna e validade de construto. A validade de critério foi demonstrada apenas em um estudo onde o instrumento abreviado MiniBESTest foi validado a partir do BESTest. Nos 21 estudos incluídos, nove apresentaram propriedades de medida consideradas adequadas e suficientes, cinco adequados e insuficientes, um adequado e indeterminado, quatro estudos foram classificados como duvidosos e insuficientes e um estudo classificado como duvidoso e indeterminado seguindo a metodologia COSMIN.

Tabela 2
Risco de viés segundo COSMIN Risk of Bias Checklist. Curitiba, PR, Brasil, 2023.

Após consenso entre os autores optamos por analisar apenas os instrumentos de avaliação dos estudos incluídos que apresentaram propriedades de medida adequadas e suficientes. O domínio confiabilidade foi o mais abordado nesses estudos (cinco estudos) e a qualidade da evidência nesses instrumentos foi determinada através da abordagem GRADE modificada e caracterizados pelo grau da evidência em A, B ou C. Os instrumentos classificados como “A” têm evidência suficiente para recomendação de uso na DPOC, “B” não são recomendados e “C” necessitam de mais estudos para recomendação e são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3
Qualidade da evidência segundo GRADE modificada. PR, Brasil, 2023.

Os instrumentos BBS e TUG apresentaram classificação “A” para qualidade de evidência, e são recomendados para avaliação de equilíbrio e risco de quedas no DPOC. Os instrumentos BESTest, MiniBESTest, BriefBEST-test e UST, foram classificados como evidência moderada “C” e necessitam de novos estudos para recomendação. Nenhum dos instrumentos incluídos nesta revisão com propriedades de medidas classificados como adequadas e suficientes foram classificados como “B”.

A Escala de Tyson e Connell20 foi aplicada aos instrumentos que apresentaram propriedades de medida adequadas e suficientes segundo o risco de viés e qualidade de evidência. Observamos que a maioria dos instrumentos obteve pontuação máxima (9/10 ou 10/10) na avaliação da utilidade clínica, como pode ser observado na Tabela 4.

Tabela 4
. Utilidade clínica dos instrumentos de medida. Curitiba, PR, Brasil, 2023.

DISCUSSÃO

Esta revisão sistemática foi idealizada para determinar os instrumentos de avaliação do equilíbrio, quedas e risco de quedas mais adequados para uso na DPOC e fornecer uma visão abrangente das propriedades de medidas encontradas na literatura e fornecer subsídios para a recomendação na prática clínica com evidências suficientes.

A seleção dos instrumentos incluídos foi baseada na evidência da qualidade do resultado desses instrumentos de medida (ou seja, confiabilidade, validade e capacidade de resposta), bem como em aspectos de viabilidade ou utilidade clínica seguindo os critérios da iniciativa COSMIN e escala de utilidade clínica de Tyson e Connell20. Identificamos os seguintes instrumentos de equilíbrio, quedas e risco de quedas utilizadas na DPOC: (1) BBS - avalia equilíbrio funcional e risco de quedas; (2) BESTest, MiniBESTest e BriefBESTest - equilíbrio estático e dinâmico; (3) TUG e TUGDT - mobilidade funcional e risco de quedas, (4) SLS, Tinette Test, UST e posturografia, avaliação do equilíbrio estático, (5) EFST e Autorelato de quedas - avaliação de quedas retrospectivas. Dos 12 instrumentos encontrados, apenas seis, apresentaram qualidade de evidência suficiente para algum grau de recomendação na DPOC. A qualidade da evidência foi avaliada apenas nos instrumentos incluídos em estudos com no mínimo adequada qualidade no desenvolvimento do estudo e suficiente avaliação de confiabilidade15,16.

Todo instrumento deve refletir a estrutura interna do construto, ou seja, a estrutura empírica do instrumento deve refletir a estrutura teórica que deve ser coberta pela medida. A avaliação da estrutura interna, que compreende a validade estrutural, a consistência interna, validade cultural, só será relevante se o instrumento for composto por múltiplos itens e baseado num modelo reflexivo, onde assume que todos os itens de uma escala ou subescala são manifestações de um construto subjacente14-19.

Com relação à validade transcultural, embora muitas versões originais tenham sido traduzidas para outros idiomas ou adaptadas para outras culturas, identificamos apenas três estudos que citaram validações23, 31,35, ou seja, não avaliaram tal medida e apenas em um estudo houve a avaliação da propriedade e foi classificada como adequada35. Tais estudos são necessários para avaliar se as medidas de uma população de uma determinada cultura são equivalentes às de outra população.

A propriedade de medida mais encontrada, e para a qual os instrumentos mostraram evidências suficientes, foi o teste de hipótese para validade de construto onde apenas quatro estudos apresentaram classificação duvidosa. Autores costumam usar o termo validade de critério para estudos em que um instrumento é comparado a outro que medem um construto semelhante. Na maioria dos casos, isso seria considerado evidência para validade de construto, ao invés de validade de critério seguindo as considerações da metodologia COSMIN. Suas definições e análises devem ser demonstradas no teste de hipóteses para validade de construto15-19.

A validade de critério é o grau em que as pontuações de um instrumento são um reflexo de um “padrão-ouro”15-18. Com base nas diretrizes do COSMIN, concordamos que não há padrão-ouro para os instrumentos identificados15, 17,18, a menos que o instrumento tenha uma forma longa e outra resumida. Neste caso a versão completa de uma medida é o “padrão ouro” da forma curta11. Em nosso estudo a validade de critério foi apenas pontuada nos instrumentos MiniBEST e BriefBESTest que são versões resumidas do BESTest23,32.

O domínio confiabilidade através do teste-reteste foi avaliado em sete estudos com medidas adequadas e suficientes22, 27, 28, 31,32. O erro de medida foi relatado em apenas dois estudos e com dados insuficientes para uma adequada classificação22, 31.

Identificamos que o BBS e o TUG foram os instrumentos mais adequados para a DPOC, com grau de recomendação “A”, mas no critério utilidade clínica20 o TUG se sobressaiu devido ao tempo de aplicação ser menor em relação ao BBS, o que demonstra ser útil para triar pacientes que irão necessitar de uma avaliação de equilíbrio mais aprofundada14, 19. Com grau de recomendação B, os instrumentos BESTest, MiniBESTest, BriefBESTest e UST podem ser provisoriamente recomendados até que novos estudos sejam desenvolvidos, principalmente por que nos estudos encontrados com evidências adequadas e suficientes o número de participantes foi abaixo de 100 o que seguindo a avaliação GRADE modificada15 já é o suficiente para um rebaixamento da evidência.

Pesquisas amplas, abrangentes e sensíveis em base de dados e uso de metodologia rigorosa são quesitos a serem destacados nesta revisão. Os estudos foram revisados independentemente, conforme recomendação das melhores evidências da COSMIN, em concordância com a metodologia Cochrane. As classificações foram acordadas por consenso entre a equipe da revisão para reduzir a variabilidade de interpretação.

Como critério de elegibilidade, nosso estudo buscava indivíduos com diagnóstico de DPOC com idade igual ou superior a 50 anos A maioria dos estudos incluídos cumpriu esse critério totalmente, mas no estudo de Singh et al 34 parte da amostra recrutada teve idade superior a 40 anos. É possível que numa população mais jovem com DPOC as recomendações deste estudo não possam ser extrapoladas.

Como atualmente não existem padrões e critérios para validade de conteúdo, a validade de face, que é um julgamento bastante subjetivo sobre se o conteúdo do instrumento realmente parece ser um reflexo adequado do construto a ser medida a avaliação deste critério pelos revisores pode sofrer viés de interpretação.

Como nenhum instrumento foi desenvolvido para a DPOC especificamente, a validade de conteúdo foi presumida e classificada como adequada, já que durante o processo de validação para outras doenças o instrumento foi analisado e apresenta itens relevantes, abrangentes e compreensíveis no que diz respeito ao construto de interesse. Seria interessante que em estudos futuros de validação de instrumentos de medida para a DPOC a validade de conteúdo seja realizada para essa população em específico.

CONCLUSÃO

Revisões sistemáticas de propriedades de medida são complexas e envolvem revisores com conhecimento do construto de interesse, experiência na população alvo e conhecimento em propriedades de medida e análise qualitativa. Pesquisadores e profissionais que estão decidindo sobre o instrumento de medida de equilíbrio, quedas e risco de quedas mais adequado para uso na DPOC podem, muitas vezes encontrar vários modelos de instrumentos e as recomendações observadas nesta revisão sistemática pode auxiliar na decisão clínica mais adequada sobre o uso desses instrumentos.

BBS e TUG foram os instrumentos com maior grau de recomendação para aplicação na DPOC, mas no critério utilidade clínica o TUG se sobressaiu devido ao tempo de aplicação ser de menor duração.

Esta revisão identifica lacunas de presença de evidências de qualidade nos instrumentos de medida disponíveis e, portanto, fornece uma estrutura útil tanto para novas avaliações desses instrumentos quanto para o desenvolvimento de novos instrumentos específicos para avaliar equilíbrio, quedas e risco de quedas na DPOC. Os resultados desta revisão também ajudarão pesquisadores e profissionais de saúde a tomar decisões baseadas em evidências sobre o uso desses instrumentos de medida.

  • Não houve financiamento para a execução deste trabalho.
  • DISPONIBILIDADE DE DADOS
    Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo está disponível mediante solicitação ao autor correspondente [Ana Cristina Lamezon].

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Editado por

  • Editado por: Marquiony Marques dos Santos

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    31 Jul 2023
  • Aceito
    22 Dez 2023
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