Open-access Sintomas ansiosos e depressivos em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família em áreas rurais de Campo Grande/MS

Resumo

Objetivo  Identificar a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos, e seus fatores associados, em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família em áreas rurais de Campo Grande/MS, Brasil.

Método  Trata-se de uma pesquisa transversal, com amostragem probabilística aleatória simples estratificada proporcional, na qual foram aplicados instrumentos de caracterização da amostra, de avaliação da multimorbidade e da funcionalidade, além do Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI) e da Escala de Depressão Geriátrica (GDS) para o rastreio de sintomas depressivos e ansiosos. A razão de prevalência (RP), e o respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%), foi estimada por meio da Regressão de Poisson com variância robusta.

Resultados  Participaram do estudo 249 pessoas idosas e a prevalência de sintomas depressivos foi de 23,29% (IC95% 18,42-28,98) e de sintomas ansiosos foi de 22,09% (IC95% 17,33-27,20). A presença de sintomas depressivos esteve associada à idade, estado civil, prática de atividade física, autoavaliação do estado de saúde e uso de medicamentos. Quanto à presença de sintomas ansiosos, esteve associada ao sexo, estado civil, prática de atividade física, autoavaliação do estado de saúde e presença de multimorbidade.

Conclusão  O adoecimento psíquico deriva-se de vulnerabilidades sociais e condições de saúde física em que as pessoas idosas estão imersas. A população idosa de áreas rurais necessita de visibilidade e cuidados em saúde mental pela Estratégia Saúde da Família, de modo que a elaboração de políticas públicas para essa população, com foco na promoção, prevenção e reabilitação da saúde, é uma ação necessária.

Palavras-Chave: Idoso; Saúde Mental; Estratégia de Saúde Nacionais; Atenção Primária à Saúde; Zona Rural

Abstract

Objective  To identify the prevalence of anxious and depressive symptoms, and associated factors, in older adults treated by the Family Health Strategy in rural areas of Campo Grande/MS.

Method  A cross-sectional study with proportional stratified simple random probabilistic sampling was conducted. Instruments were applied to characterize the sample and assess multimorbidity and functioning, in addition to the Geriatric Anxiety Inventory (GAI) and the Depression Scale Geriatric (GDS) for screening depressive and anxious symptoms. The prevalence ratio (PR), and respective 95% confidence interval (95%CI), was estimated using Poisson Regression with robust variance.

Results  249 older adults participated in the study. The prevalence of depressive symptoms was 23.29% (95%CI 18.42-28.98) and anxiety symptoms was 22.09% (95%CI 17.33-27.20). The presence of depressive symptoms was associated with age, marital status, physical activity, self-rated health status, and medication use. The presence of anxious symptoms was associated with gender, marital status, physical activity, self-rated health status, and the presence of multimorbidity.

Conclusion  Mental illness stems from social vulnerabilities and physical health conditions to which older adults are exposed. The older population in rural areas needs greater visibility and mental health care through the Family Health Strategy, calling for the development of public policies for this population focusing on health promotion, prevention, and rehabilitation.

Keywords Aged; Mental Health; National Health Strategies; Primary Health Care; Rural Area

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecer ocorre de forma gradativa em pessoas que moram em áreas urbanas e rurais, contudo, existem aspectos que diferenciam tal processo, em ambos os contextos1. As pessoas idosas da zona rural podem se deparar com vulnerabilidades devido às dificuldades que possuem, típicas do espaço rural. É recorrente que existam limitações relacionadas aos meios de transporte, ao acesso à saúde e aos demais recursos sociais, entre outras dificuldades que podem existir em decorrência das formas possíveis de existência e subsistência nesses ambientes, o que pode gerar grandes impactos na saúde mental dessa população2,3.

Apesar das limitações expostas, a população idosa que reside em áreas rurais apresenta menos doenças e maior qualidade de vida em relação às pessoas idosas que vivem em regiões urbanas, pois conseguem ter rotinas mais ativas, apresentar mais autonomia, maior contato com a natureza, menos exposição à poluição existente em áreas urbanas, tendo relações sociais e com o meio ambiente que favorecem um envelhecimento mais saudável, o que pode configurar fator protetivo a saúde mental dessa população3,4.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) se faz presente nas áreas urbanas e rurais, e possui papel importante no acompanhamento das mudanças que ocorrem durante a senescência, especialmente em relação ao cuidado à saúde física e mental das pessoas idosas residentes nas áreas rurais, pois esta possui a responsabilidade de praticar e aplicar as políticas públicas direcionadas a essa população, garantindo ações de promoção, prevenção, manutenção e reabilitação da saúde, contribuindo para um envelhecimento saudável e com qualidade de vida2.

No Brasil, estudos apontam para a alta prevalência de sintomas depressivos e ansiosos entre a população idosa, trazendo prejuízos à saúde mental e ao bem-estar na velhice, incluindo limitações na sociabilidade e nas interações sociais. De modo geral, os sintomas ansiosos incluem irritabilidade, cefaleia, inquietação, taquicardia, sudorese e tremores, por exemplo. Já os sintomas depressivos incluem tristeza, desânimo, isolamento social, alterações no apetite e no sono, perda de interesse pela vida, entre outros1,5. Importante destacar que a presença desses sinais e sintomas, por si só, não é indicativo que a pessoa tenha algum transtorno mental, uma vez que para tal diagnóstico há a necessidade de investigação clínica especializada.

É apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) que há 1.678,436 pessoas idosas com Transtorno Depressivo Maior no país, das quais 11 mil são residentes em Campo Grande, MS, Brasil6. No Brasil, tratando-se da população idosa que reside em áreas rurais, há alto índice de prevalência do diagnóstico dessa condição.

Estudos realizados em diferentes regiões do país, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, enfatizam que 8,1% e 22%, consecutivamente, da população idosa que reside em áreas rurais apresentam prevalência de sintomas depressivos7,8. Já outro estudo, realizado no Rio Grande do Sul, encontrou níveis menores, mas ainda semelhantes de sintomas depressivos, sendo apontado que 7,1% das pessoas idosas convivem com tais sintomas e que 9,2% convivem com sintomas ansiosos, entre aquelas que vivem em áreas rurais9. Importante pontuar que cerca 47,5% da população idosa que possui diagnóstico de transtorno depressivo possui o diagnóstico de transtorno de ansiedade5. Em relação aos Transtornos de Ansiedade, o país ocupa o primeiro lugar com maior prevalência em todo o mundo, em que 9,3% da população apresenta tal diagnóstico, com um total de cerca de 18,6 milhões de pessoas, de todas as faixas etárias10.

Apesar da existência de estudos e pesquisas apontando dados direcionados ao rastreio de sintomas ansiosos e depressivos, pouco se tem produzido cientificamente a respeito da prevalência de tais sintomatologias em pessoas idosas residentes em áreas rurais. E, ao realizar buscas nos bancos de dados, identificou-se que não existem estudos desta temática conduzidos em Mato Grosso do Sul.

Esta pesquisa justifica-se pela importância do rastreio de sintomas ansiosos e depressivos nesse público, visto que tais sintomas podem ocasionar prejuízos sociais, psicológicos e físicos, como a perda da autonomia, liberdade, agravamento de doenças crônicas, isolamento social, entre outros¹; e pela necessidade de direcionar pesquisas às pessoas idosas que residem em áreas rurais, para que recebam visibilidade, tenham suas necessidades em saúde mental identificadas e que possam ter seus direitos garantidos, especialmente os direitos expostos em Políticas Públicas de Saúde existentes para oferecer o cuidado adequado a essa população. O saber construído poderá subsidiar técnicos e gestores para a definição de estratégias eficazes, eficientes e resolutivas para atenção à saúde dessa população.

Com isso, o objetivo geral da presente pesquisa foi identificar a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos, e seus fatores associados, em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família em áreas rurais de Campo Grande, MS, Brasil.

MÉTODO

Trata-se de pesquisa transversal realizada no período de janeiro a junho de 2023, com as pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família residentes na área rural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, direcionada ao rastreio de sintomas ansiosos e depressivos.

Foram incluídas neste estudo pessoas com 60 anos ou mais de idade, de ambos os sexos, residentes em áreas rurais de Campo Grande, MS, Brasil, e que respondessem de forma autônoma e independente aos instrumentos utilizados na pesquisa.

A amostra foi calculada considerando o total de pessoas idosas residentes na área rural e registrada na sua respectiva USF (946 pessoas), margem de erro de 5%, frequência de 22% - referente à prevalência de sintomas depressivos na população idosa rural, conforme apresentado no estudo de Ferreira e Tavares8, e nível de confiança de 95%.

O resultado indicou uma amostra mínima necessária de 207 pessoas e, para possibilitar análise com múltiplas associações, foi acrescido 20%, o que resultou em uma amostra final de 249 pessoas.

Procedeu-se uma amostragem probabilística aleatória simples estratificada proporcional, que considerou as quatro unidades de Saúde da Família (USF) localizadas em áreas rurais de Campo Grande/MS. Foram incluídas 13 pessoas (5,22%) da USF Dr. Roger A. Buainain (Rochedinho), 32 pessoas (12,85%) da USF Manoel Cordeiro (Aguão), 44 pessoas (17,67%) da USF Dra. Maria José de Pauli (Três Barras) e 160 pessoas (64,26%) da USF Dr. Bento Assis Machado (Anhanduí).

Com base nos registros fornecidos pelas unidades de saúde, foi realizado o sorteio de maneira aleatória por meio de software estatístico. Nos casos em que a pessoa sorteada não consentiu com sua participação, a próxima pessoa da lista sorteada foi convidada a participar do estudo, de modo que, ao final, foram incluídas o número total de pessoas previstas no cálculo amostral.

O resultado do sorteio dos participantes foi apresentado à equipe de cada USF de modo que cada Agente Comunitário de Saúde (ACS) pudesse identificar as pessoas sorteadas em sua área e assim fosse possível realizar as visitas aos domicílios.

No momento da visita domiciliar, o ACS apresentou a equipe de pesquisadores à pessoa sorteada, e então foi explicado acerca da pesquisa e seus objetivos. As pessoas que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e, na sequência, foi dado seguimento à pesquisa, sendo iniciada a aplicação dos instrumentos.

Nos casos em que a pessoa sorteada não consentiu com sua participação ou não estava em seu domicílio, a próxima pessoa idosa da lista foi elencada, visto que o sorteio foi realizado com um número maior do que o número da amostra, levando em consideração que poderia haver desistência ou recusa com relação à participação da pesquisa.

A coleta de dados foi conduzida por meio de entrevista em que a pesquisadora realizava a leitura de cada questão e as respectivas opções de resposta e, na sequência, após a resposta da pessoa entrevistada, realizou-se o adequado registro no instrumento de pesquisa.

Foi aplicado instrumento para caracterização sociodemográfica e epidemiológica dos participantes, e as variáveis incluídas, sobre idade, sexo, raça/cor da pele, estado civil, escolaridade, renda individual, se pratica alguma religião, se realiza alguma atividade de lazer, se realiza alguma atividade física ou esportiva, se é fumante, se faz uso de bebida alcoólica, sobre autoavaliação do estado de saúde, se faz uso de algum medicamento e se tem dor crônica; bem como as estratégias de categorização utilizadas, estão descritas no Quadro 1. Para viabilizar a análise inferencial, algumas variáveis foram recategorizadas.

Quadro 1
. Descrição das variáveis do estudo e estratégias de adaptação do modelo de análise. Campo Grande, MS, 2023.

Multimorbidade é entendida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde e, para a identificação dessa condição na população analisada, utilizou-se formulário semiestruturado sobre Problemas de Saúde Autorreferidos, elaborado a partir dos resultados apontados pelo Grupo Brasileiro de Estudos sobre Multimorbidade – GBEM11. Considerando que os desfechos principais do presente estudo são os sintomas depressivos e ansiosos, e para evitar colinearidade, não foram consideradas depressão e problemas do humor para identificação de multimorbidade. A variável foi categorizada em sim/não.

A avaliação do nível de funcionalidade aplicou o Índice de Katz, o qual avalia os aspectos relacionadas às atividades básicas de vida diária (ABVD) da pessoa por meio de seis atividades12. A pontuação final classifica a pessoa em independente, quando não precisa de ajuda em nenhuma atividade (escore 0); dependente leve/moderado, quando precisa de ajuda em alguma atividade (escore entre 1 e 3); e dependente quando tem necessidade de maior ajuda para realizar suas atividades (escore entre 4 e 6). Para realização de análise estatística inferencial, a variável foi categorizada em independente (escore 0) e dependência (escore entre 1 e 6).

O rastreio da presença de sintomas ansiosos e depressivos foi realizado a partir da aplicação da Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale - GDS) e do Inventário de Ansiedade Geriátrica (Geriatric Anxiety Inventory - GAI), sendo ambos os instrumentos validados após a tradução e adaptação transcultural para a aplicação em âmbito brasileiro, e realizada uma análise minuciosa dos itens presentes. Sendo assim, tais instrumentos são considerados métodos com propriedades psicométricas confiáveis e eficazes para rastreio de tais sintomatologias em pessoas idosas13-16.

Nesta pesquisa, foi utilizado o GDS com 15 questões dicotômicas, entre as quais as questões 1, 5, 7, 11 e 13 pontuam um se forem respondidas com “não” e as questões 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 12, 14 e 15 pontuam um se forem respondidas com “sim”. O ponto de corte para identificar sintomas depressivos na população idosa é igual ou maior que 6 pontos13.

O GAI é composto por 20 questões dicotômicas, em que as respostas “sim” são pontuadas com um ponto e estabeleceu-se como ponto de corte para identificar sintomas ansiosos nas pessoas idosas a pontuação igual ou superior a 13 pontos14,15.

Os dados foram compilados, e procedeu-se análise estatística descritiva com apresentação dos resultados pelos valores absolutos e relativos. Para apresentação da prevalência de sintomas ansiosos e depressivos, também foi calculado o respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%).

Para a identificação dos fatores associados aos sintomas depressivos e ansiosos, aplicou-se Regressão de Poisson com variância robusta. Foi realizada análise bivariada para estimar a razão de prevalência (RP), o respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o nível de significância e, na sequência, foi conduzida análise multivariada, pelo método Forward, na qual foram inseridas as variáveis que apresentaram p<0,200.

Para cada desfecho, foram calculados dois modelos finais, um considerando apenas os preditores com nível de significância de 5%, e outro ajustado pela idade, sexo e renda.

O modelo final utilizado foi aquele com melhor ajuste considerando os parâmetros Deviance, Akaike Information Criterion (AIC), Bayesian Information Criterion (BIC) e a área sob a Curva ROC.

Diante das implicações éticas relacionadas à pesquisa com seres humanos, a coleta de dados foi iniciada somente após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CEP/UFMS), conforme parecer nº 5.722.052, de acordo com o que dispõe a Resolução CONEP/CNS nº 466/2012.

RESULTADOS

Participaram do estudo 249 pessoas, das quatro unidades de saúde incluídas na pesquisa, com uma maior proporção na faixa etária de 60 a 69 anos, do sexo feminino, autodeclaradas pardas e casadas. A média de idade dos participantes foi de 71,46 (IC95% 70,52–72,40) anos. As demais características sociodemográficas e epidemiológicas dos participantes do estudo estão descritas na Tabela 1.

A prevalência de sintomas depressivos na população do estudo foi de 23,29% (IC95% 18,42-28,98) e de sintomas ansiosos de 22,09% (IC95% 17,33-27,20).

Em relação à presença de sintomas depressivos, a análise bivariada demonstrou associação com a idade, a escolaridade, a renda individual, a prática de atividade física, a autoavaliação da condição de saúde, o uso de medicamento, a presença de dor crônica, de multimorbidade e de dependência funcional. Na análise multivariada, o modelo final com os melhores parâmetros foi aquele ajustado pela idade, sexo e renda, o qual evidenciou que a maior prevalência de sintomas depressivos esteve associada com a idade, o estado civil, a prática de alguma atividade física, a autoavaliação do estado de saúde e o uso de algum medicamento. A Tabela 2 apresenta os resultados das análises realizadas para o desfecho presença de sintomas depressivos.

Tabela 1
Características sociodemográficas e epidemiológicas das pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família na área rural de Campo Grande, MS, 2023.

No que se refere à presença de sintomas ansiosos, por meio da regressão de Poisson bivariada, foi possível observar associação com o sexo, o estado civil, a prática de atividade física, a autoavaliação da condição de saúde, a presença de dor crônica, de multimorbidade e de dependência funcional. Considerando os parâmetros para análise dos modelos, na análise multivariada, quanto à presença de sintomas ansiosos, o modelo final indicou que a maior prevalência esteve associada ao sexo, ao estado civil, a prática de atividade física, a autoavaliação do estado de saúde e presença de multimorbidade (Tabela 3).

Tabela 2
Fatores associados à presença de sintomas depressivos em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família na área rural em Campo Grande, MS, 2023.
Tabela 3
Fatores associados à presença de sintomas ansiosos em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família na área rural em Campo Grande, MS, 2023.

DISCUSSÃO

A presente pesquisa evidenciou que os fatores associados aos sintomas ansiosos são pessoas do sexo feminino, solteiros, que não realizam nenhuma atividade física ou esportiva, que avaliam o estado de saúde como regular, e apresentam multimorbidade, enquanto a presença de sintomas depressivos está associada à idade superior a 80 anos, ser solteiro, não realizar atividade física ou esportiva, autoavaliar o estado de saúde como ruim ou muito ruim e fazer uso de medicação.

A prevalência de sintomas depressivos na população idosa que reside em áreas rurais encontrada neste estudo foi de 23,29% e de sintomas ansiosos de 22,09%. Existem poucas pesquisas brasileiras realizadas com a população idosa residente em áreas rurais e as que foram encontradas evidenciaram que a prevalência de sintomas depressivos variou entre 7,1% e 22%8,7, e o único estudo identificado acerca de sintomas ansiosos evidenciou prevalência de 9,2%9.

Já os estudos conduzidos com pessoas idosas em áreas urbanas identificaram que a prevalência de sintomas depressivos variou entre 9,6% e 74,5% e de sintomas ansiosos entre 33,91% e 48,84%1,5-20. Logo, observa-se maior prevalência desses sintomas na área urbana, cuja população está mais exposta a fatores que podem influenciar negativamente a saúde física e mental, como menos horas de sono, poluição, falta de contato com a natureza, alimentação menos saudável, distância de familiares; enquanto a população idosa em áreas rurais apresentam maior autonomia, alimentação mais saudável, relação direta e constante com o meio ambiente e, consequentemente, melhor qualidade de vida e menos doenças16.

Apesar de todos os estudos mencionados terem utilizado os mesmos instrumentos para rastreio de sintomas ansiosos e depressivos, sendo o GAI e GDS, a prevalência de tais sintomas em pessoas idosas residentes em áreas rurais do município de Campo Grande/MS pode ter apresentado porcentagem superior ao dos demais estudos devido a diferenças culturais, regionais e econômicas, visto que cada local possui seus próprios aspectos culturais, costumes e necessidades, inclusive os centros rurais e urbanos16,21.

Ademais, fato importante a ser considerado é o impacto da pandemia pela covid-19 na saúde mental da população idosa, que pode ter contribuído para a maior prevalência de tais sintomas, identificada neste estudo, pois os estudos mencionados foram realizados anteriormente ao momento pandêmico. A covid-19 contribuiu para o surgimento e agravo de quadros psicoemocionais nas pessoas idosas, pois gerou medo de contrair a doença, tristeza diante às notícias, luto por familiares e amigos que ficaram doentes e vieram a óbito, isolamento social que trouxe o sentimento de solidão, tensões econômicas e incertezas sobre o futuro18.

Levando em consideração os fatores associados aos sintomas depressivos, percebe-se que as pessoas idosas que se encontram em estado mais vulnerável para o desenvolvimento da sintomatologia depressiva são aqueles que apresentam fatores que possuem relação direta entre si. Possuir 80 anos ou mais traz como consequência uma série de mudanças orgânicas e no contexto social que podem comprometer a saúde mental e física dessa população20, o que pode acarretar a multimorbidade e a necessidade do uso de medicamentos para tratamento em saúde, inclusive para amenizar as dores crônicas que podem ser decorrentes das condições apresentadas.

Corroborando com o presente estudo, as pesquisas de Ferreira e Tavares8 e de Rocha, Bezerra e Monteiro20, encontraram dados que evidenciam que a população idosa com 80 anos ou mais é susceptível para sintomas depressivos. Os idosos longevos podem estar expostos a mais vivências de perdas, lutos e à probabilidade de desenvolverem condições crônicas de saúde20.

O processo de envelhecimento é marcado por uma série de transformações fisiológicas que, de alguma maneira, podem impactar a capacidade física, cognitiva e psicológica dessas pessoas, e tal situação pode gerar um quadro de comprometimento funcional que, a depender do nível, pode levar a uma situação de dependência. Trata-se de uma situação complexa e interrelacionada visto que nos casos em que há redução da funcionalidade, observa-se, consequentemente, a redução, ou impossibilidade, de realização de alguma atividade física ou esportiva, o que impacta sobremaneira na saúde física e mental dessa pessoa e, assim, contribui para avaliação negativa acerca do seu estado de saúde18.

A autopercepção em relação ao estado de saúde é subjetiva, mas traz respostas que tendem a dizer a respeito da saúde como em sua totalidade, pois leva em consideração os aspectos biopsicossociais. Os sintomas depressivos e ansiosos podem ser observados através da autoavaliação de saúde, visto que o processo de envelhecimento, a depender das vulnerabilidades vivenciadas pelas pessoas, podem carregar mudanças e percepções negativas que pode levar ao surgimento de tais sintomatologias18,19.

Ser uma mulher idosa remete a uma série de vulnerabilidades, inclusive físicas, de modo que a partir de determinada idade, esta fica mais propensa ao desenvolvimento da multimorbidade e limitações de saúde. Considera-se que as mulheres apresentam maior vulnerabilidade social, pois é comum que estas vivenciem situações de desigualdades de gênero e machismo; que apresentem sobrecarga de trabalho, menores níveis de escolaridade e de renda salarial, um maior número de doenças, limitações físicas e funcionais, além de viverem mais sozinhas, o que pode gerar, por consequência, menor suporte social, emocional, e sintomas ansiosos21,22.

Possuir multimorbidade resulta na necessidade em fazer uso de medicamentos para as condições de saúde e dores crônicas apresentadas, fato que pode ocasionar dependência funcional em decorrência da realidade vivenciada que, por consequência, pode resultar em uma avaliação negativa de seu estado de saúde. A autopercepção em relação ao estado de saúde é subjetiva, mas traz respostas que tendem a dizer a respeito da saúde como um todo, visto que leva em consideração as dimensões biológicas, psíquicas e sociais19.

Entre a população idosa, as pessoas que possuem multimorbidade, fazem uso de muitos medicamentos, frequentemente apresentam dores crônicas, e tendem a avaliar de forma negativa o seu estado de saúde atual16. Nesta perspectiva, segundo Terassi et al.19, pessoas idosas que apresentam dores crônicas estão mais propensas ao desenvolvimento de sintomas ansiosos e depressivos, visto que sentimentos negativos como medo, raiva, ansiedade e agressividade podem ser desencadeados devido às dores.

Tais fatores podem impossibilitar ou atrapalhar que as pessoas idosas consigam realizar atividades físicas ou praticar esportes, o que pode gerar aumento da sintomatologia ansiosa e depressiva, visto que a prática de exercícios físicos contribui para a melhora do humor, diminuição do estresse, autonomia, aumento de convívio social, entre outros17,19. Além disso, aqueles que são solteiros, ou seja, que podem vir a ter sentimento de solidão, emoções negativas e que não possuem suporte em relação aos cuidados de saúde, apresentam maior prevalência da sintomatologia ansiosa e depressiva. Consequentemente, tais sujeitos necessitam de maior apoio social e familiar16-17,24,25.

Observa-se que os fatores associados aos sintomas depressivos se assemelham aos associados aos sintomas ansiosos, especialmente os fatores ligados à condição de saúde que as pessoas idosas se encontram, como ter multimorbidade, utilizar medicamentos, ter dores crônicas, dependência funcional, não realizar nenhuma atividade física ou esportiva e avaliar negativamente o estado de saúde. Tal situação indica que essas pessoas que se encontram em uma situação adoecedora fisicamente podem apresentar adoecimento psicológico; e que há a possibilidade de os mesmos pacientes apresentarem ambos os sintomas, depressivos e ansiosos, apesar de suas manifestações serem de maneiras distintas, o que pode justificar a porcentagem semelhante da prevalência dos dois sintomas nesta pesquisa.

Levando em consideração que a atuação de profissionais na ESF, na grande parte das situações, ainda é voltada ao modelo biomédico e curativista, há a necessidade da reformulação do cuidado em saúde, para que se considere a realidade em que os sujeitos vivem, como a das pessoas idosas residentes em áreas rurais26. As concepções de saúde, doença e cuidado estão relacionadas aos fatores sociais e culturais dos ambientes nos quais os sujeitos estão inseridos, de modo que é importante compreender as necessidades e expectativas apresentadas pelos usuários da ESF, com vistas à melhoria de práticas de cuidado. Possuir um olhar ampliado, tanto pelos gestores, como pelos profissionais de saúde, possibilita uma visão para além de dados epidemiológicos voltados a fatores biológicos18.

Ações de prevenção e promoção em saúde direcionadas às pessoas idosas devem ser realizadas no âmbito da ESF nas áreas rurais, como atividades físicas, incentivo a um estilo de vida saudável, grupos terapêuticos, serviços voluntários, espaços de convivência e de interação social, a fim de contribuir para a melhora da saúde mental, havendo a diminuição de estresse e de sintomas ansiosos e depressivos. Além disso, tais ações promovem a formação de vínculos e redes de apoio, aumento da autoestima, relações positivas com os demais membros das atividades propostas, troca de afetos e melhorias na qualidade de vida27.

As limitações deste estudo estão relacionadas à amostra da pesquisa ser apenas do município de Campo Grande/MS. E, por se tratar de pesquisa realizada no âmbito da Atenção Primária à Saúde, é preciso apontar que o município não possui cobertura total desse tipo de serviço, portanto, é possível que uma parcela considerável da população não tenha sido incluída na pesquisa. Contudo, tal viés foi minimizado uma vez que se utilizou o método de amostragem probabilística. Além disso, esta pesquisa trata-se de um estudo transversal, em que os dados encontrados mostram apenas um recorte da realidade investigada, e existe uma escassez notável de estudos científicos direcionados às pessoas idosas residentes em áreas rurais, fato que limita a possibilidade de realizar comparações e aprofundamento teórico.

CONCLUSÃO

Com esta pesquisa, foi possível identificar a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em pessoas idosas assistidas pela Estratégia Saúde da Família (ESF) em áreas rurais de Campo Grande/MS, sendo de 22,09% e 23,29%, respectivamente. Segundo os dados, as pessoas idosas que se encontram em situação de risco para o desenvolvimento do adoecimento psicológico são aquelas que vivem em contexto de vulnerabilidade social, que apresentam condições crônicas de saúde, e que estão mais distantes dos fatores que podem ser considerados como de proteção, como ter maior renda salarial, maior nível de escolaridade, menos uso de medicamentos, menos doenças autorreferidas etc.

A ESF possui um papel importante no cuidado em saúde mental e os dados nesta pesquisa demonstram a necessidade do planejamento e implementação de políticas públicas direcionadas à população idosa de áreas rurais, visto que há baixa cobertura em saúde e um número insuficiente de profissionais, incluindo profissionais especialistas em saúde mental. Ademais, considerando a escassez de informações acerca desta temática, novos estudos em áreas rurais em outras regiões do país, com a população idosa e sobre a saúde mental, especialmente sobre sintomas ansiosos e depressivos devem ser realizados, tanto para rastrear tais sintomas, como para avaliar a exposição de pessoas idosas a fatores de risco para a saúde mental ao longo do tempo.

  • Financiamento da pesquisa: Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) [Processo: 71/011.156/2022]. Bolsa de Mestrado a Amanda Gonçalves Torres.
  • DISPONIBILIDADE DE DADOS
    Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no Figshares e pode ser acessado em dx.doi.org/10.6084/m9.figshare.25854001.

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Editado por

  • Editado por: Camila Alves dos Santos

Disponibilidade de dados

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no Figshares e pode ser acessado em dx.doi.org/10.6084/m9.figshare.25854001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Ago 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    13 Fev 2024
  • Aceito
    11 Jun 2024
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