Resumo
Objetivo Caracterizar o conhecimento que relacione a velhice, trabalho, idadismo e ações na saúde do trabalhador a partir de uma revisão de escopo.
Método Baseado em uma pergunta norteadora e critérios de busca foi realizada uma seleção de artigos entre abril a junho de 2023 nas bases Scientific Eletrônico Library Online (SCIELO), Web of Science, Scopus, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PUBMED. No total de 1.745 produções encontradas, 26 artigos corresponderam aos critérios de elegibilidade, sendo estes publicados nos últimos 10 anos.
Resultados Da análise, resultaram duas categorias a serem discutidas: impactos do idadismo na saúde do trabalhador e ações para a saúde da pessoa idosa nos ambientes de trabalho. As principais medidas encontradas para a redução do idadismo nos ambientes de trabalho incluem a presença de uma equipe de saúde nos ambientes de trabalho que levam ao adoecimento e incentivo à educação em gerontologia para os trabalhadores.
Conclusão Observou-se a incipiência de estudos sobre a velhice do trabalhador, o reconhecimento acerca das doenças mais frequentes entre pessoas idosas que trabalham e as profissões em que elas se encontram mais vulneráveis ao idadismo. Novas investigações poderão dar subsídios para que sejam promovidas políticas com atenção a pessoa idosa que trabalha e o desenvolvimento de uma cultura organizacional geracional.
Palavras-Chave: Envelhecimento; Pessoa Idosa; Mercado de Trabalho; Idadismo; Políticas Públicas
Abstract
Objective To characterize the knowledge that relates aging, work, ageism, and actions in worker health through a scope review.
Method Based on a guiding question and search criteria, a selection of papers was conducted between April and June 2023 in the Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Web of Science, Scopus, Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), and PUBMED databases. Out of a total of 1,745 productions found, 26 papers met the eligibility criteria, all of which were published in the last 10 years.
Results From the analysis, two categories emerged for discussion: the impacts of ageism on worker health and actions for the health of elderly people in work environments. The main measures found to reduce ageism in work environments include the presence of a health team in workplaces that lead to illness and the promotion of education in gerontology for workers.
Conclusion The incipiency of studies on the aging of the worker was observed, as well as the recognition of the most common diseases among elderly people who work and the professions in which they are most vulnerable to ageism. Further investigations may provide insights for the promotion of policies attentive to elderly people in the workforce and the development of a generational organizational culture.
Keywords Aging; Elderly People; Labor Market; Ageism; Public Policies
INTRODUÇÃO
No contexto de envelhecimento populacional1, pessoas idosas ganham destaque, pois além de mais presentes no mercado de trabalho, sua renda é necessária para as famílias.2,3 No estudo sobre o perfil de pessoas idosas e a renda no Brasil4, foi apontado que dos 71,3 milhões de domicílios, 33,9% é composto por pessoas idosas. Esse grupo contribui com cerca de 70% da renda total, sendo que 34,8% provem da ocupação de trabalho e 56,3% da aposentadoria4. Ressalta-se que no século XXI essa participação no mercado de trabalho brasileiro aumentará devido à elevação da idade mínima para a aposentadoria com a Nova Previdência4,5.
Dentre os desafios do envelhecimento, temos o ageísmo ou idadismo, termo desenvolvido por Butler em 1969, que se refere a qualquer preconceito relacionado à idade6. Essa discriminação influencia na formação de estereótipos, como a representação de improdutividade7. O idadismo tem sido evidenciado pelas organizações políticas e, em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu uma campanha de combate à discriminação, através do Relatório Mundial sobre o Idadismo8. Nele, o idadismo é tido como prejudicial à saúde física, mental e econômica, sendo considerada uma barreira para um envelhecimento saudável.
No mundo do trabalho, o preconceito pode acontecer durante a vida laboral, incluindo a aposentadoria9. Isso representa uma violação dos direitos humanos, com impactos na saúde10. Há doenças físicas, transtornos mentais, isolamento social, diminuição da cognição, o que leva a uma redução da longevidade. Destaca-se, que para a manutenção de pessoas idosas na população economicamente ativa (PEA), deve-se considerar a heterogeneidade do envelhecimento, devido a diferenças socioeconômicas e políticas, que produzem diferentes trajetórias de velhice marcadas por dificuldades de acesso à direitos básicos, como saúde, moradia, emprego dentre outros11-13.
Dada a importância atual do ageísmo e sua relação com o mundo laboral, busca-se evidenciar a relação entre velhice, trabalho, idadismo nos ambientes de trabalho, por meio de desfechos apresentados pela literatura internacional. Assim, espera-se contribuir para futuras políticas públicas nacionais em favor da saúde das pessoas idosas trabalhadoras.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão de escopo segundo o Instituto Joanna Briggs Institute (JBI)14, realizada nas seguintes etapas: formulação de uma pergunta norteadora; desenvolvimento de estratégia de busca e definição de critérios de inclusão e de exclusão dos artigos; busca e seleção segundo critérios estabelecidos; extração, análise e organização das produções e discussão dos resultados14. Foi seguido o protocolo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis - Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR).15 A revisão foi cadastrada na plataforma Open Science Framework (OSF) sob o link: https://osf.io/4da3z/?view_only=174e5be60e834fa68ac75f0745104b77
Para a questão norteadora, utilizou-se a estrutura População/Participantes, Conceito e Contexto (PCC)14: “o que se tem discutido na literatura científica internacional (contexto) acerca da relação entre o idadismo, trabalho e a saúde do trabalhador (conceito) nos ambientes de trabalho com pessoas idosas (população/participantes)?”
A busca ocorreu de abril a junho de 2023 nas bases: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Web of Science, Lilacs, Scopus e Pubmed. A escolha das bases de dados foi devido ao grande acervo disponível, possibilitando um resgate mais amplo de publicações. Os descritores utilizados na busca foram levantados conforme a temática, no portal de Descritores em Ciências da Saúde (DeSC/MeSH). As estratégias adotadas estão apresentadas no Quadro 1.
Estratégias de busca nas bases de dados na revisão de escopo sobre Pessoa Idosa, mercado de trabalho, idadismo e a saúde do trabalhador, 2023.
Foram incluídos os estudos que atenderam à temática do idadismo/ageísmo relacionado com a saúde da pessoa idosa e saúde do trabalhador, abrangendo artigos científicos (quantitativos, qualitativos ou mistos); sem limitação de idioma; recorte temporal de 10 anos e com acesso livre e completo na íntegra. Descartou-se os que não atenderam a temática e aqueles duplicados.
A seleção seguiu as etapas de leitura: do título, dos resumos e do texto completo. Nas fases, dois revisores independentes foram responsáveis pela triagem e qualquer divergência foi resolvida por consenso, considerando os critérios de inclusão. Os revisores elaboraram um quadro com as informações: características do estudo (autores, ano de publicação, país e desenho de estudo e conclusões), originando ao Quadro 2 de descrição dos artigos.
Características dos estudos incluídos na revisão de escopo sobre Pessoa Idosa, mercado de trabalho, idadismo e a saúde do trabalhador, 2023.
Os resultados foram inseridos no fluxograma PRISMA (Figura 1). Por fim, as informações foram discutidas com a finalidade de problematizar os achados da literatura.
Fluxograma do processo de seleção da revisão de escopo sobre Pessoa Idosa, mercado de trabalho, idadismo e a saúde do trabalhador, 2023, adaptado do PRISMA 2020.
Os estudos utilizados são de acesso de domínio público, não necessitando submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa e repositórios para depósito de dados de pesquisa.
RESULTADOS
Encontrou-se 1.745 artigos e, após a aplicação dos critérios de elegibilidade, 26 artigos compuseram a sistematização e discussão (Figura 1).
A seguir, apresenta-se os resultados e a descrição geral dos artigos (Quadro 2).
Quanto às características das produções, nota-se prevalência de estudos qualitativos no idioma inglês. Nas que foram utilizadas entrevistas tem-se predominância do uso de questionários e escala na avaliação do preconceito etário nos ambientes de trabalho. As temáticas encontradas nos artigos foram divididas em categorias discutidas a seguir.
DISCUSSÃO
Idadismo e os impactos na saúde do trabalhador
A longevidade representa um ganho social e nessa perspectiva, existe a necessidade de pessoas idosas em permanecerem ativas, como uma forma de ampliar a qualidade de vida. O trabalho é apontado como meio de inclusão e desenvolvimento de habilidades16. À medida que a vida laboral aumenta, maiores são os desafios para o trabalhador, sendo as garantias de direitos ameaçadas por uma série de fatores, dentre eles, o ageísmo17.
Pesquisas na área da psicologia revelam que os estereótipos favorecem a percepção negativa da velhice. Logo, a imagem da pessoa idosa, associada aos adoecimentos e improdutividade, favorece a desvalorização desses trabalhadores18,19. Segundo diretrizes internacionais, a pessoa idosa deve ter acesso ao emprego livre de discriminações20,21, portanto o avanço do ageísmo nos ambientes de trabalho é identificado como uma violação do direito ao trabalho8. Devido ao preconceito etário, a OMS10 apresenta propostas para estruturar ações para uma sociedade que envelhece. Essas recomendações incluem a intergeracionalidade, ou seja, o convívio entre pessoas de gerações diferentes. Ambientes que favorecem relações geracionais contribuem para novos aprendizados, experiências, diversidade e respeito para todas as idades8,22.
Em países de envelhecimento expressivo, as pessoas idosas são fundamentais economicamente, sendo a aplicação dessa mão-de-obra uma medida estratégica para a economia23. Ao enfatizar a empregabilidade livre do idadismo, devemos considerar contribuições para a saúde da pessoa idosa relacionadas com a valorização pessoal e sociabilidade que promove a saúde, longevidade e bem-estar23. A inadequação do trabalho contribui para vulnerabilidades de saúde, aumentando os gastos sociais dos governos, o que torna uma problemática no campo econômico e do envelhecimento24. No Brasil, no Estatuto da Pessoa Idosa (EI)25 possui um capítulo destinado ao trabalho da pessoa idosa. Nele as atividades profissionais devem ocorrer em ambiente saudável e seguro, com atenção às suas especificidades físicas, intelectuais e psíquicas, sendo vedada discriminação por idade26. As implicações do preconceito foram identificadas através da escala de ageísmo no contexto organizacional, aplicada com 600 pessoas idosas em atividade de trabalho no Brasil26. Nessa investigação, a insegurança foi mais relevante para os mais velhos e as atitudes ageístas apareceram associadas ao declínio de habilidades sociais. Este estudo indica que ações que minimizem as percepções de exclusão devem ser incluídas em políticas de trabalho26.
Pesquisas têm sido devotadas nesse tema como, por exemplo, um estudo a partir do contexto da Pesquisa Nacional de Envelhecimento Saudável com americanos, identificando que cerca de 93,4% dos sujeitos com idade entre 50 e 80 anos já experimentaram algum tipo de agressão relacionada à idade27. Nesse estudo, as pessoas mais idosas apresentaram-se vulneráveis, em prejuízo à perda de saúde mental e física27.
A discriminação cotidiana foi pesquisada com 2.152 trabalhadores americanos com foco no presenteísmo28. O termo refere-se à permanência do sujeito no trabalho, mesmo que existam limitações na capacidade para executar suas atividades. Comportamentos autoidentificados pelos trabalhadores foram o cansaço, a ansiedade, a rotatividade, a qualidade do serviço, os atos discriminatórios e conflitos laborais, impactantes na percepção de saúde e na improdutividade28.
O Envelhecimento do trabalhador na Austrália29, como componente da Pesquisa Nacional Australiana de Atitudes Sociais, utilizou-se questionário com 1.124 participantes. Essa investigação conteve perguntas sobre a discriminação etária na perspectiva pessoal e social, experiências cotidianas e percepções de discriminação no trabalho29. Os participantes foram divididos por grupos: 18-34 anos; 35-49 anos; 50-64 anos; e 65 anos ou mais. Cerca de 46% dos participantes de variadas idades indicaram que o idadismo é comum, sendo evidente a partir dos 50 anos29. Ademais, as construções históricas preconceituosas no trabalho são uma barreira às oportunidades de emprego e impactam na segurança econômica.
Já na pesquisa com 1.000 participantes poloneses com idade entre 45 a 65 anos, através de um estudo de inquérito, o idadismo foi classificado nas formas dura e a leve30. O preconceito duro esteve presente em comportamentos negativos e na dificuldade de desenvolvimento da carreira. Já o leve esteve ligado a contextos pessoais e familiares. Em ambos ambientes, apresentou-se mais frequente entre as mulheres e moradores de áreas urbanas. Esse artigo compreende a demanda de conscientização sobre o papel da pessoa idosa e seu potencial de contribuição para a sociedade31.
Donizzetti32 aborda em seus estudos as relações entre conhecimento, idade e ansiedade na Itália. O público definido por amostragem de conveniência e método de bola neve incluiu 886 italianos com média de idade de 35,8 anos (Desvio Padrão, DP =14,2 anos), predominantemente do sexo feminino (64,8%). A idade dos participantes variou entre 18 e 65 anos com a seguinte distribuição entre as faixas etárias: 18-25 (39,8%); 26–35 (8,1%); 36–55 (42,6%); 56–65 (9,4%). Foram utilizadas as escalas de Ansiedade sobre o Envelhecimento, Fraboni de Ageísmo, Diferencial Semântico do Envelhecimento e Quiz de Fatos sobre o Envelhecimento. Conclui-se que os estereótipos negativos são formados ao longo da vida32. Uma conclusão similar a essa foi encontrada em uma pesquisa acerca dos estereótipos entre professores de nível superior33, onde o desconhecimento sobre o envelhecimento apresentou-se como uma implicação negativa para a etapa da velhice. Esses resultados reforçam a diretriz da educação em gerontologia, na promoção de atitudes positivas sobre a população idosa no trabalho33.
O cotidiano de trabalhadores foi analisado a partir de um questionário de ansiedade e envelhecimento, com 647 funcionários com idade entre 24 a 62 anos34. Emergiu dessa investigação que o preconceito é um fator prejudicial para a qualidade do trabalho e atividades realizadas em grupo34. Essa condição também aparece associada à redução da expectativa de vida no trabalho, mesmo em países cujo índice de envelhecimento é mais avançado, pois é um fator decisório na contratação desses profissionais35.
As remunerações e a redução da prospecção de carreira são razões associadas ao idadismo, que elevam não só o nível de estresse no trabalho, mas os riscos socioeconômicos e de saúde, menores oportunidade de capacitação, morbidades e barreiras sociopsicológicas entre pessoas idosas36.
Sobre a diferenciação na seleção de trabalhadores por idade, um estudo realizado por teste de correspondência investigou o preconceito de idade é predominante no Reino Unido na fase de contratação37. Conclui-se que os trabalhadores apresentaram-se penalizados no tocante à qualidade e no acesso a vagas de trabalho. Essa situação também é vista por Harris38 cuja análise indica que as pessoas idosas não recebem remunerações adequadas à experiência profissional.
Sobre a contratação de pessoas idosas e o preconceito39,40 evidencia-se a necessidade de uma política de trabalho mais estruturada e inclusiva como artifícios importantes para um mundo do trabalho com uma PEA envelhecida39,40.
Dos 26 estudos desta revisão, 25 estão voltados para a compreensão dos impactos do preconceito no trabalho na perspectiva dos trabalhadores. No entanto, tem-se uma produção que integra a visão dos empregadores38. Para esse grupo, a imagem negativa da pessoa idosa implica em menor comprometimento organizacional e satisfação do grupo, além do aumento de comportamentos de trabalho contraproducentes38. Assim, a empregabilidade das gerações mais velhas foi mapeada com trabalhadores de 50 anos ou mais na Eslováquia39. Tentou-se identificar as razões pelas quais os empregadores resistem em contratar os mais velhos, concluindo-se que essa condição é devido à inadequação da política de incentivo ao emprego do Estado39.
Ações para a saúde da pessoa idosa inserida em ambientes de trabalho
A permanência de pessoas idosas trabalhando é devido não só ao aumento da população idosa, mas à carência de mão-de-obra mais jovem40. Como o envelhecimento ocorre de maneiras diferentes para países desenvolvidos e subdesenvolvidos, alguns países se encontram mais preparados para absorver a mão-de-obra idosa. Portanto, condições inseguras de trabalho ameaçam a saúde do trabalhador mais velho, já que o trabalho pode não ser lhes adequado41.
Um estudo, baseado na experiência dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças com pessoas idosas, nos EUA42, considera positiva a presença de uma equipe de saúde nos ambientes de trabalho, pois favorece o reconhecimento de questões contemporâneas do trabalho. Ademais, essa compreensão incluiu impactos da discriminação na relação com as doenças crônicas e às atividades laborais42,43.
Sobre a qualificação da mão-de-obra, discute-se44 a inclusão do conhecimento gerontológico a profissionais, para possibilitar o entendimento sobre as fases da vida com seus ganhos e perdas na saúde. A relação trabalho, envelhecimento e saúde do trabalhador é considerada insuficiente para o campo da gerontologia quanto para a Saúde Pública. Portanto, é importante repensar conceitos e políticas de saúde do trabalhador (ST) nos contextos de trabalho45.
A percepção de pessoas idosas sobre a eficácia das ações para aprimorar a capacidade para o trabalho foi destacada através de um estudo com funcionários na Alemanha.46 Destaca-se a exaustão de cargas horárias, estereótipos de idade, deficiência na gestão do trabalho e insegurança ocupacional persistentes mesmo diante de intervenções de equipes de saúde 46. Considera-se que o protagonismo dos trabalhadores na organização das intervenções em saúde, pode favorecer ações mais efetivas para a saúde dos profissionais46. Isto corrobora a legislação no Brasil, pois toda a ação no campo da ST, conforme o Sistema Único de Saúde (SUS), deve ter como base a participação dos próprios trabalhadores47,48.
Por fim, tem-se a necessidade de observar as competências individuais dos trabalhadores e suas demandas de trabalho (ambiente de trabalho, organização do trabalho, gestão) na busca de melhorias para pessoas idosas trabalhadoras49. Essa pesquisa considera central compreender as diferenças em relação às capacidades individuais dos trabalhadores mais velhos, seus meios de trabalho como forma de aperfeiçoar a participação dos mesmos no mercado de trabalho49. Assim como é pontuado no relatório mundial do idadismo, a legislação é um fator estruturante no combate ao preconceito. Tem-se como sugestão de estudos identificar a efetividade das políticas públicas nacionais existentes diante do preconceito no trabalho e conhecer as estratégias adotadas pelos trabalhadores que convivem com ambientes laborais idadistas. Esta revisão pode apresentar como limitação o recorte temporal dos últimos 10 anos e por não ter adotado a literatura cinzenta como teses, dissertações que pudessem abordar a temática.
CONCLUSÃO
Diante de uma sociedade com maior longevidade e reflexos no mercado de trabalho, esta revisão discutiu a relação entre velhice, trabalho, idadismo e a saúde do trabalhador, colocando-a como um novo desafio para as políticas de trabalho para pessoas idosas. Nesse caminho, o idadismo apareceu como uma das causas que levam ao conflito no trabalho, exclusão, adoecimento mental e físico, sendo, portanto, um problema ainda silenciado nos ambientes laborais.
Os resultados encontrados apontam que até mesmo produções científicas internacionais nessa temática são escassas, embora seja de grande relevância social e econômica. As lacunas no conhecimento podem avançar com a inclusão das perspectivas sociais, variáveis como raça e gênero, escolaridade, em virtude das diferenças de acesso ao trabalho e preconceito sofridos por sujeitos socialmente diferentes.
Por meio da análise, deve-se considerar a participação das pessoas idosas no mercado de trabalho em uma perspectiva econômica e também a compreensão dos tipos de adoecimentos provenientes do trabalho e as faixas etárias mais vulneráveis, os impactos do idadismo na saúde e as profissões que mais absorvem pessoas idosas.
Em suma, encontrou-se na pesquisa dados sobre a importância de práticas empresariais e públicas na promoção da intergeracionalidade no mercado de trabalho, incluindo programas de treinamento e valorização profissional. Propõe-se, investigações futuras que relacionem a política em ST e Saúde da Pessoa Idosa, como forma de repensar o cenário nesse campo, visando o desenvolvimento de políticas públicas, que considerem a pessoa idosa que trabalha.
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Não houve financiamento para a execução deste trabalho.
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DADOS DISPONÍVEIS
Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no repositório de dados Figshare e pode ser acessado em DOI https://doi.org/10.6084/m9.figshare.25560492.v1.
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Editado por
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Editado por: Letícia Sampaio Figueiredo
Disponibilidade de dados
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
21 Jun 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
07 Jan 2024 -
Aceito
17 Abr 2024