O atual avanço do número de pessoas idosas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) representa um desafio aos profissionais de saúde, às políticas públicas e à população em geral no que concerne à necessidade de discutir sexualidade, práticas sexuais no processo de envelhecimento e o impacto dessas questões na promoção de saúde da pessoa idosa. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os impactos psicossociais do diagnóstico de HIV/aids em pessoas idosas em atendimento em um serviço público de saúde, a partir da percepção dos sujeitos entrevistados. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com pacientes idosos soropositivos para HIV, residentes na macrorregião Centro-Oeste de Minas Gerais. A análise dos resultados permite afirmar que, de acordo com os 14 pacientes entrevistados, o diagnóstico de HIV/aids implica uma reorganização na maneira como se relacionam com pessoas; no autocuidado; nas práticas sexuais; na realização de atividades cotidianas e nas possibilidades de manterem sua participação em grupos sociais. Relatam constrangimento, medo da rejeição e discriminação, experiências de isolamento e preconceitos enfrentados. Com base na análise dos resultados, pode-se concluir que a maioria dos problemas enfrentados pelos idosos está vinculada aos estigmas e estereótipos socialmente construídos em relação à doença e aos esforços empreendidos pelos mesmos para manter o diagnóstico em segredo.
HIV/aids; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Envelhecimento; Sexualidade