Resumo
Objetivo
Analisar a relação entre políticas contábeis conservadoras e o valor que os acionistas atribuem para o caixa das empresas de capital aberto no Brasil.
Referencial teórico
O caixa é o ativo mais vulnerável às ações oportunistas do agente. Parte da discussão da literatura sobre o tema diz respeito aos possíveis mecanismos para alinhar os interesses entre agente e principal. Entretanto, pouco se sabe se o conservadorismo contábil, como um mecanismo de governança e um atributo importante dos relatórios financeiros, pode mitigar parte dos problemas de agência relacionados ao uso do caixa.
Metodologia
Para analisar o valor de mercado do caixa, utilizamos o modelo de regressão de Pinkowitz, Stulz e Williamson (2006). Uma medida baseada nos accruals foi utilizada como proxy do conservadorismo contábil.
Resultados
As evidências obtidas indicam uma associação positiva entre políticas contábeis conservadoras e o valor de mercado do caixa. De forma geral, as evidências empíricas sugerem que os acionistas atribuem um maior valor de mercado para o caixa das empresas conservadoras.
Implicações práticas e sociais da pesquisa
Apresentar outro benefício associado ao conservadorismo contábil também auxilia na discussão acerca do conservadorismo nos relatórios financeiros. Tal fato é relevante dado o debate em curso sobre os méritos da neutralidade em oposição ao conservadorismo como uma característica desejável dos números contábeis.
Contribuições
O estudo contribui com a literatura ao demonstrar que políticas contábeis conservadoras têm o potencial de trazer benefícios econômicos reais para as organizações, servindo como um mecanismo de governança que reduz os problemas de agência associados ao uso do caixa.
Palavras-chave:
Governança corporativa; cash holdings; qualidade da auditoria