RESUMO
Nas últimas décadas, teve início a produção de vinhos finos no Vale do São Francisco, atividade que se consolidou, dando origem a um arranjo produtivo vitivinícola no semiárido brasileiro. Diante da importância dessa rede de vitivinicultura, e na tentativa de melhor entendê-la, adotamos o pensamento bourdieusiano para explicitar as disposições subjetivas que permeiam a dinâmica de (inter)ação dos agentes dessa rede. Para tal, utilizamos a teoria do habitus de Pierre Bourdieu como base teórica. O corpus da pesquisa foi constituído por entrevistas em profundidade realizadas com representantes de cinco das seis vinícolas instaladas naquele campo produtor. As entrevistas foram tratadas por meio de análise de discurso pautada em categorias da teoria bourdieusiana adotada. Nossos achados indicam quatro disposições subjetivas dos agentes dessa rede: busca por uma unidade no discurso, postura de “boa vizinhança”, crença no papel da rede para o desenvolvimento local e percepção e reprodução de desfavorecimentos e preconceitos. Limitações e indicações de futuras pesquisas são consideradas.
Palavras-chave:
Rede vitivinícola; Vale do São Francisco; Bourdieu; Habitus