Os efeitos da alavancagem financeira e da maturidade da dívida nos investimentos de empresas do setor elétrico brasileiro

Kuroda, Aline; Moralles, Herick Fernando; Albuquerque, Andrei Aparecido de

doi:10.7819/rbgn.v21i3.4004

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Revista Brasileira de Gestão de Negócios

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Sumário

Artigos • Rev. bras. gest. neg. 21 (03) • Jul-Sep 2019 • https://doi.org/10.7819/rbgn.v21i3.4004 copiar

Os efeitos da alavancagem financeira e da maturidade da dívida nos investimentos de empresas do setor elétrico brasileiro

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Objetivo:

Este trabalho teve como objetivo averiguar como as empresas do setor de energia elétrica realizam a escolha do nível de alavancagem financeira e maturidade das dívidas, com o intuito de amenizar o problema de subinvestimento.

Metodologia:

Foi aplicada a técnica de regressão linear múltipla em um modelo de painel dinâmico para verificar a relevância dessas e outras variáveis para o nível de investimento praticado.

Resultados:

A variável explicativa de investimento realizado no ano anterior apresentou-se significativa nas regressões com o sinal positivo como esperado. A variável de alavancagem financeira manteve-se significativa e com o sinal negativo. Os investimentos realizados das empresas são negativamente relacionados ao endividamento.

Contribuições:

Identificou-se que a maturidade das dívidas de empresas com baixas oportunidades de crescimento apresenta uma relação negativa com o nível de investimento. Assim, no setor de energia elétrica, a redução da maturidade da dívida pode ser considerada um substituto da diminuição do endividamento no controle do subinvestimento. Pela relevância desse setor para a economia e pela necessidade de constantes investimentos no setor, compreender sua dinâmica de financiamentos é uma importante contribuição tanto para pesquisadores quanto para os gestores de tais empresas.

Palavras-chave:
Investimento; alavancagem financeira; maturidade da dívida; subinvestimento

Empresa	Faturamento 2014 (10⁶ R$)	Composição	Segmento de atuação	Região
1 - AES Elpa	10.557,2	Mista	Geração, Transmissão e Distribuição	Estados SP, RS
2 - AES Tiete	3.205,0	Mista	Geração	Estado SP
3 - Ampla Energ	6.139,9	Privada	Distribuição	Estado RJ
4 - Ceee-gt	2.849,0	Mista	Geração, Transmissão e Distribuição	Estado RS
5 - Celesc	6.246,2	Mista	Geração, Transmissão e Distribuição	Estado SC
6 - Celpa	3.987,1	Privada	Distribuição	Estado PA
7 - Cemar	2.484,2	Privada	Distribuição	Estado MA
8 - Coelba	5.733,0	Privada	Distribuição	Estado BA
9 - Copel PNB	13.900,0	Mista	Geração, Transmissão e Distribuição	Estado PR
10 - Duke Energy	1.222,9	Mista	Geração	Estados SP, PR
11 - Eletropaulo	10.557,2	Mista	Distribuição	Estado SP
12 - Energisa MT	2.637,8	Mista	Geração e Distribuição	Estado MT
13 - Light S/A	661,88	Privada	Distribuição	Estado RJ
14 - Tractabel	6.472,5	Privada	Geração	Estados RS, SC, PR, SP, MG, MS, MT, GO, TO, MA, PI, CE

Variável	Descrição
INV_i,t	Subtração do valor dos passivos de funcionamento - não onerosos - do valor total dos ativos, dividida por ativos fixos (imobilizado) do período anterior (Albuquerque, 2013Albuquerque, A. A., & Matias, A. B. (2013). Identificando a relação entre alavancagem financeira e investimento nas empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Contextus - Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 11(2), 76-104. doi:10.19094/contextus.v11i2.446 https://doi.org/10.19094/contextus.v11i2... ).
ALAV_i,t-1	Razão entre o total de dívidas (soma dos empréstimos, financiamentos e debêntures de longo e curto prazo) e o ativo total (Albuquerque, 2013Albuquerque, A. A., & Matias, A. B. (2013). Identificando a relação entre alavancagem financeira e investimento nas empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Contextus - Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 11(2), 76-104. doi:10.19094/contextus.v11i2.446 https://doi.org/10.19094/contextus.v11i2... ).
MAT_i,t-1	Razão entre dívidas de longo prazo (prazos maiores que um ano) e as dívidas totais (empréstimos, financiamentos e debêntures de curto e longo prazo) (Dang, 2011Dang, V. A. (2011). Leverage, debt maturity and firm investment: an empirical analysis. Journal of Business Finance & Accounting, Hoboken, 38(1-2), 225-258. doi: 10.1111/j.1468-5957.2010.02215.x https://doi.org/10.1111/j.1468-5957.2010... ).
CRES_i,t-1	Medido por meio do Q de Tobin (Q): soma do valor de mercado das ações multiplicado pelo número de ações e do valor contábil das dívidas, dividida pelo valor contábil do ativo total (Albuquerque, 2013Albuquerque, A. A., & Matias, A. B. (2013). Identificando a relação entre alavancagem financeira e investimento nas empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Contextus - Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 11(2), 76-104. doi:10.19094/contextus.v11i2.446 https://doi.org/10.19094/contextus.v11i2... ; Dang, 2011Dang, V. A. (2011). Leverage, debt maturity and firm investment: an empirical analysis. Journal of Business Finance & Accounting, Hoboken, 38(1-2), 225-258. doi: 10.1111/j.1468-5957.2010.02215.x https://doi.org/10.1111/j.1468-5957.2010... ).
FC_i,t-1	Adição do lucro líquido à depreciação das empresas, dividido por ativos fixos (imobilizado) do período anterior (Albuquerque, 2013Albuquerque, A. A., & Matias, A. B. (2013). Identificando a relação entre alavancagem financeira e investimento nas empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Contextus - Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 11(2), 76-104. doi:10.19094/contextus.v11i2.446 https://doi.org/10.19094/contextus.v11i2... ).

Variable	N	mean	median	min	max	sd
Investimento (R$)	560	15,855	15,682	14,102	17,422	0,659
Fluxo de caixa (R$)	560	6,384	6,376	0,000	6,908	0,365
Q de Tobin	560	1,04	0,73	0,15	17,66	1,05
Maturidade	560	0,77	0,82	0,05	1,00	0,18
Alavancagem financeira	560	0,34	0,32	0,01	1,03	0,17
Populaobr	560	185000000	185000000	180000000	190000000	5004470
Pibbrasil (R$ x1000)	560	18426	146	112	413486	69588

VARIABLES	(I)	(II)	(III)	(IV)
VARIABLES	SYS -GMM	SYS -GMM	SYS -GMM (4 lags)	SYS -GMM (8 lags)

INVi,t−1	0,356	0,429	0,947***	0,937***
	(3,575)	(4,278)	(0,0244)	(0,0260)
INVi,t−2		0,372
		(12,95)
FCi,t−1	-0,00727	-0,0285	0,0390***	0,0359***
	(1,364)	(1,608)	(0,00711)	(0,00527)
MATi,t−1	0,0457	0,0456	-0,0258**	-0,0175
	(2,098)	(2,068)	(0,0121)	(0,0125)
ALAVi,t−1	0,257	0,493	-0,0261***	-0,0205***
	(9,612)	(4,178)	(0,00650)	(0,00479)
CRESi,t−1	-0,00558	-0,0170	0,0190	0,0257**
	(5,762)	(3,096)	(0,0127)	(0,0124)
CRES × ALAVi,t−1	0,0374	0,0143	-0,0113***	-0,0109***
	(0,407)	(1,374)	(0,00310)	(0,00252)
CRES × MATi,t−1	-0,333	-0,229	-0,0342**	-0,0214
	(3,857)	(3,676)	(0,0160)	(0,0158)
POP	0,966	0,0496	0,156	0,122
	(37,87)	(62,12)	(0,136)	(0,158)
PIB	-0,651	-0,527	0,00778	0,0109
	(3,850)	(10,24)	(0,0106)	(0,0101)
Constant	-5,504	3,360	-2,323	-1,537
	(761,8)	(1,063)	(2,594)	(2,949)

VARIABLES	(I)	(II)	(III)	(IV)
VARIABLES	SYS -GMM	SYS -GMM	SYS -GMM (4 lags)	SYS -GMM (8 lags)

INVi,t−1	0,136	0,303	0,950***	0,939***
	(6,541)	(14,16)	(0,0217)	(0,0217)
INVi,t−2		0,500
		(21,83)
FCi,t−1	-0,0972	-0,0804	0,0394***	0,0368***
	(1,114)	(0,964)	(0,00753)	(0,00611)
MATi,t−1	-0,00670	0,0756	-0,0251*	-0,0149
	(3,874)	(1,981)	(0,0134)	(0,0122)
ALAVi,t−1	0,266	0,218	-0,0212***	-0,0113**
	(7,963)	(22,06)	(0,00610)	(0,00576)
CRESi,t−1	-0,123	0,134	0,0212	0,0266**
	(3,924)	(4,672)	(0,0134)	(0,0125)
CRES × ALAVi,t−1	-0,0410	-0,00185	-0,0108***	-0,0105***
	(0,638)	(1,262)	(0,00305)	(0,00250)
CRES × MATi,t−1	0,223	0,323	-0,0273	-0,0122
	(3,069)	(9,067)	(0,0186)	(0,0167)
Dummy × ALAVi,t−1	0,214	0,631	0,0245	0,0179
	(8,350)	(19,84)	(0,0268)	(0,0292)
Dummy × MATi,t−1	0,00406	-0,318	0,0117	0,0416
	(22,47)	(24,00)	(0,0442)	(0,0515)
POP	0,817	0,366	0,150	0,113
	(4,133)	(28,01)	(0,152)	(0,171)
PIB	-0,426	-0,738	0,00228	0,00456
	(2,843)	(9,091)	(0,0102)	(0,00893)
Constant	0	0	-2,234	-1,400
	(0)	(0)	(2,899)	(3,188)

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[1] 1.
Aline Midori Kuroda, Bacharel em Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Engenharia de Produção - DEP, São Carlos, Brasil. E-mail: alinekuroda@gmail.com

Contribution	[Aline]	[Herick]	[Andrei]
1. Definition of research problem	√		√
2. Development of hypotheses or research questions (empirical studies )	√		√
3. Development of theoretical propositions (theoretical Work)	√		√
4. Theoretical foundation/ Literature review	√		√
5. Definition of methodological procedures		√	√
6. Data collection	√
7. Statistical analysis		√	√
8. Analysis and interpretation of data		√	√
9. Critical revision of the manuscript		√	√
10. Manuscript Writing	√	√	√
11. Other (please specify which)

Contribuição	Aline	Herick	Andrei
1. Definição do problema de pesquisa	√		√
2. Desenvolvimento das hipóteses ou questões de pesquisa (trabalhos empíricos)	√		√
3. Desenvolvimento das proposições teóricas (ensaios teóricos)	√		√
4. Fundamentação teórica/Revisão de literatura	√		√
5. Definição dos procedimentos metodológicos		√	√
6. Coleta de dados	√
7. Análise estatística		√	√
8. Análise e interpretação dos dados		√	√
9. Revisão crítica do manuscrito		√	√
10. Redação do manuscrito	√	√	√
11. Outra (especificar)