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Acurácia dos Métodos Clínico e Ecográfico no Diagnóstico de Adenomiose

Resumo de Tese

Acurácia dos Métodos Clínico e Ecográfico no Diagnóstico de Adenomiose

Autor: Sérgio Fernandes Cabral Júnior

Orientador: Prof. Dr. Hélio de Lima Ferreira Fernandes Costa

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento Materno-Infantil da Faculdade de Ciências Médicas ¾ Universidade de Pernambuco, em 27 de julho de 2001.

Objetivo: avaliar a acurácia dos métodos clínico e ecográfico para o diagnóstico de adenomiose.

Pacientes e Métodos: foi realizado um estudo transversal de validação de método diagnóstico, abrangendo 95 mulheres no menacme, internadas para se submeterem a histerectomia por causas diversas. As pacientes foram entrevistadas a respeito do seu passado obstétrico, sinais e sintomas vigentes e examinadas através de toque vaginal combinado e ecografia transvaginal. A adenomiose foi considerada presente pelo método clínico na mulher com 40 ou mais anos de idade com "desvio menstrual para mais", associado a dismenorréia e com 2 ou mais filhos. Pelo método ecográfico quando fosse encontrada, no miométrio, pelo menos uma área mal delimitada de ecotextura miometrial anormal, de característica hiperecóica, hipoecóica, heterogênea ou cística à ecografia transvaginal. A acurácia dos métodos clínico e ecográfico foi avaliada através de seus respectivos valores de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo.

Resultados: o exame histopatológico do útero identificou 22 casos de adenomiose entre as 95 mulheres estudadas (23%). Entre as mulheres com adenomiose, as alterações clínicas mais freqüentes foram o "desvio menstrual para mais" (95,5%) e a dismenorréia (81,8%). Dentre as alterações ecográficas, as áreas heterogêneas foram as mais encontradas (22,7%). O método clínico mostrou sensibilidade, especificidade, VPP e VPN, respectivamente de 68,2%; 78,1%; 48,4%; 89,1%, enquanto que o método ecográfico de 45,5%; 84,9%; 47,6%; 83,8%. Ambos os métodos mostraram acurácia semelhantes de acordo com o valor da razão de verossimilhança que foi de 3,11 para o clínico e 3,03 para o ecográfico. Quando um ou outro método foi positivo para adenomiose, observamos sensibilidade de 86,4%, especificidade de 64,4%, VPP de 42,2% e VPN de 94%. Os leomiomas, presentes em 72,7% das pacientes, contribuíram de maneira estatisticamente significante para diminuir a especificidade do método clínico para 73,6% e a sensibilidade do ecográfico para 37,5%. Os graus de profundidade e envolvimento miometriais não interferiram significativamente com o diagnóstico de adenomiose pelo método clínico, entretanto o diagnóstico pelo método ecográfico teve maior sensibilidade nas mulheres com grau II de profundidade miometrial.

Conclusão: O método ecográfico teve acurácia semelhante ao método clínico no diagnóstico de adenomiose. A associação com leiomiomas reduziu a especificidade do método clínico e a sensibilidade do método ecográfico. Associando-se o método de diagnóstico clínico ao ecográfico, quando um ou outro for positivo, poderíamos identificar a grande maioria das mulheres com adenomiose (86,4%).

Palavras-chave: Adenomiose. Ultra-sonografia. Histerectomia. Dismenorréia. Sangramento anormal.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Jul 2003
  • Data do Fascículo
    Dez 2001
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