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Prevalência e fatores associados à colonização retal e vaginal pelo estreptococo do grupo B em parturientes e suas características fenotípicas

Prevalence of GBS genital colonization in pregnant women, risk factors associated with this colonization and phenotypic characteristics

RESUMO DE TESE

Prevalência e fatores associados à colonização retal e vaginal pelo estreptococo do grupo B em parturientes e suas características fenotípicas

Prevalence of GBS genital colonization in pregnant women, risk factors associated with this colonization and phenotypic characteristics

Autora: Valéria Moraes Neder Alves

Orientador: Prof. Dr. José Antonio Simões

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-graduação do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em 13 de abril de 2005.

INTRODUÇÃO: O estreptococo do grupo B (EGB) pode ser transmitido verticalmente e causar sérias conseqüências neonatais. No Brasil ainda não foram adotadas estratégias de prevenção e tratamento para reduzir a incidência de infecção neonatal pelo EGB, as quais, para serem efetivas, devem ser elaboradas com base em conhecimentos sobre a prevalência, os fatores associados ao maior risco de colonização e às características fenotípicas do EGB.

OBJETIVO: estabelecer a prevalência da colonização pelo EGB no trato genital de parturientes, identificar os fatores associados a essa colonização e as características fenotípicas destes estreptococos.

MÉTODO: foi realizado um estudo de corte transversal, no período de 11 de novembro de 2003 a 14 de maio de 2004. No momento da admissão para o parto, uma amostra de 316 parturientes do Hospital Universitário de Jundiaí foi submetida à coleta, com swab estéril, de material da região retal e vaginal, para detecção do EGB, por meio de cultura seletiva no meio de Todd-Hewitt. Dados referentes aos fatores associados à colonização foram obtidos dos prontuários rotineiramente preenchidos, ou perguntados às parturientes e transcritos para a ficha de dados. A susceptibilidade a sete antimicrobianos (penicilina, ampicilina, eritromicina, nitrofurantoína, clindamicina, cefalotina e gentamicina) foi obtida através da técnica de disco difusão dos antibióticos. As amostras foram diferenciadas pela tipagem sorológica e anti-soros tipo específicos, para os tipos sorológicos Ia, Ib, II, III, IV, V.

RESULTADOS: A prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B na amostra estudada foi de 14,6%. Trabalhar fora de casa foi um fator significativamente associado à colonização. Nenhuma cepa foi resistente à penicilina, ampicilina, eritromicina e nitrofurantoína. A maior resistência foi para a gentamicina (76,1%), seguida pela clindamicina (17,4%). O sorotipo mais freqüente foi o Ib (23,9%), seguido pelos sorotipos II e Ia (19,6% e 17,4%, respectivamente). Não houve correlação entre o sorotipo e a maior resistência antimicrobiana.

CONCLUSÕES: a prevalência da colonização pelo EGB em parturientes do Hospital Universitário de Jundiaí foi alta. Não houve fatores associados à colonização, exceto ao que se refere ao fato de trabalhar fora de casa. A penicilina continua sendo a droga de escolha para a profilaxia intraparto, porém a clindamicina como alternativa em mulheres alérgicas à penicilina deverá ser melhor avaliada por antibiograma ou substituída pela cefalotina. O sorotipo mais freqüente (Ib) diferiu da maioria dos estudos em outros países, demonstrando a necessidade da identificação da sorotipagem em cada região, a fim de uma futura elaboração de vacinas específicas para nossas gestantes.

Palavras-chave: Estreptococo do grupo B; Gravidez; Antibiograma; Sorotipagem

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Nov 2005
  • Data do Fascículo
    Jul 2005
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