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Impacto de distúrbios hemorrágicos raros durante a gestação na mãe e no feto: revisão de 29 gestações em um único centro

RESUMO

Objetivo:

O presente estudo objetiva fornecer informações sobre a relação entre diferentes tipos de deficiências de fator e resultados obstétricos e maternais.

Métodos

Análise retrospectiva de registros médicos de oito mulheres com deficiências de fator. Dados demográficos e clínicos das pacientes após sua última gestação foram obtidos.

Resultados:

Vinte e nove gestações ocorreram entre as oito pacientes. As taxas de abortos espontâneos foram relativamente altas em duas pacientes com deficiência de fator XIII (80% e 57,1%) se comparadas aos demais grupos de deficiências de fator. Ocorreram dezesseis nascimentos, sendo que um deles foi o de um par de gêmeos, e dois óbitos (um natimorto e um pós-parto na mesma paciente). Restrição de crescimento intrauterino foi identificada em cinco casos, sendo quatro destes com deficiência de fator X. A principal baixa em nível de hemoglobina entre todas as pacientes após o parto foi de 1,7 g/dL (variação, 0,2-3,6 g/dL). Transfusão de hemácias foi necessária apenas em um caso com deficiência de fator XIII.

Conclusão:

Não há consenso atualmente para o manejo de gestantes com deficiências de fator em função do conhecimento limitado, dada a raridade de tais condições. O parto deve ocorrer em uma unidade específica com uma equipe composta de obstetra, hematologista, anestesista, parteira, e pediatra para minimizar as complicações

Palavras-chave:
deficiência de fator VII; deficiência de fator X; deficiência de fator XI; deficiência de fator XIII; hemofilia A; gestação com complicações hematológicas

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