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Estudo dos linfócitos do sangue periférico de pacientes com carcinoma de colo do útero submetidas à quimioterapia neoadjuvante

Resumos de Teses

Estudo dos Linfócitos do Sangue Periférico de Pacientes com Carcinoma de Colo do Útero Submetidas à Quimioterapia Neoadjuvante

Tese de Doutorado, apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – em 27/06/97

Autor: Heitor Ricardo Cosiski Marana

Orientador: Prof. Dr. Jurandyr Moreira da Andrade

As pacientes com carcinoma avançado apresentam uma diminuição da atividade citotóxica das células NK. As modificações nos parâmetros da imunidade não foram ainda estudadas em pacientes submetidas à quimioterapia (QT). Neste trabalho foram incluídas 24 pacientes com carcinoma avançado do colo do útero, submetidas a quimioterapia neoadjuvante. O esquema de tratamento utilizado foi: cisplatinum (100 mg/m²/ciclo) e bleomicina (15 mg/ciclo), repetidos a cada 28 dias. Avaliamos o número e a atividade lítica das células NK, as subpopulações de linfócitos T, a capacidade proliferativa induzida pela fito-hemaglutinina (PHA) e a produção de interfereon-g (INF-g), pelas células mononucleares do sangue periférico (PBMC), antes e após a QT neoadjuvante. A IL-12 aumenta a atividade das células NK quando adicionada à cultura de PBMC, e este parâmetro também foi analisado. Embora o número de células NK fosse pouco superior no período pré-QT (p<0,008), no grupo de boa resposta clínica, observamos uma marcada superioridade da atividade citotóxica dos PBMC (p<0,001), e dos níveis de linfócitos T CD8+ (p<0,0047), CD8+/CD28+ (p<0,01) e CD45RO (p<0,029), nas 13 pacientes que apresentaram boa resposta ao tratamento, quando comparadas ao grupo que apresentou má resposta (11 pacientes). A atividade lítica foi mais alta antes e após a QT, apenas no grupo de boa resposta clínica (p<0.001). A resposta ao estímulo proliferativo pela PHA mostrou-se superior no período pré-QT (p<0.04), assim como a capacidade de produção de INF-g no período pós-QT (p<0,05), nos PBMC das pacientes do grupo de boa resposta clínica. Concluímos que podemos utilizar estes achados como fator prognóstico na prática clínica: a proliferação com PHA, os níveis de células NK, CD8+ e CD8+/CD28+ no período pré-QT, e produção de INF-g no período pós-QT, assim como a atividade citotóxica, com e sem estímulo pela IL-12, em ambos os períodos. Estes resultados sugerem que nas pacientes com má resposta clínica, as células NK apresentam menor atividade lítica por célula, e são refratárias ao estímulo pela IL-12, provavelmente como resultado da redução na expressão de receptores para IL-12, ou um defeito intracelular no mecanismo de transdução. Além disto estas observações também fornecem suporte para investigações clínicas para tratamento neoadjuvante com QT e IL-12 em pacientes com carcinoma de colo do útero.

Palavras-Chave: Colo do Útero, Câncer do Colo, Quimioterapia, Linfócitos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Maio 2007
  • Data do Fascículo
    Fev 1998
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