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Influência do Controle Metabólico Materno nos Resultados da Cardiotocografia Anteparto e sua Relação com o Prognóstico Perinatal, nas Gestações Complicadas pelo Diabete

Resumos de Tese

Influência do Controle Metabólico Materno nos Resultados da Cardiotocografia Anteparto e sua Relação com o Prognóstico Perinatal, nas Gestações Complicadas pelo Diabete

Autor: Moacyr Sanches Mascaro

Orientadora: Profa. Dra. Iracema de Mattos Paranhos Calderon

Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Medicina de Botucatu ¾ Unesp, para obtenção do título de Mestre em Medicina, Área de concentração: Obstetrícia, em 22 de fevereiro de 2002.

Objetivos: Relacionar a qualidade do controle metabólico com os resultados da cardiotocografia (CTG) anteparto e avaliar sua capacidade preditiva no prognóstico perinatal de gestações associadas ao diabete.

Sujeitos e Método: Estudo retrospectivo de 125 gestantes, portadoras de diabete gestacional ou clínico, no qual se relacionou a última CTG anteparto (intervalo máximo de 48 horas) à qualidade do controle metabólico materno e aos resultados perinatais. A qualidade do controle metabólico foi definida pela média glicêmica do dia do exame (MGd) e da gestação (MG) e pelo comportamento da requisição de insulina (R/insulina). Para os resultados perinatais foram analisados os índices de Apgar de 1º e 5º minuto, a classificação peso/idade gestacional, o tempo de internação, a necessidade de cuidados de UTI e a ocorrência de óbito neonatal (ONN) precoce. A capacidade diagnóstica da CTG anteparto foi avaliada pelos índices de sensibilidade (SENS), especificidade (ESP) e valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN).

Resultados: A MGd adequada (<120 mg/dL) se associou a 2,9% dos resultados de CTG anteparto alterados e a inadequada (³120 mg/dL), a 26,1% (p<0,005). A MG mantida inadequada na gestação se relacionou a 13,7% de CTG anteparto alterada e a adequada, a apenas 2,7% (p<0,005). O comportamento da requisição de insulina não interferiu nos resultados da CTG anteparto. E, do mesmo modo, os índices de Apgar de 1º e 5º minuto, a necessidade de cuidados de UTI e a ocorrência de ONN não dependeram do último traçado da CTG anteparto. O exame diferenciou o tempo de internação dos recém-nascidos (RN): quando normal, 46,4% tiveram alta hospitalar até o 3º dia de vida e, quando alterado, 62,5% deles ficaram internados por mais de sete dias. Os melhores índices relativos à capacidade diagnóstica da CTG anteparto corresponderam a 87,9% e 96,5% de ESP, respectivamente para Apgar de 1º e 5º minuto e VPN elevados (entre 80 e 98,1%) para todas as variáveis neonatais. Foram obtidos índices de SENS de 66,6% e 88,8%, respectivamente para cuidados de UTI e tempo de internação ou ONN precoce e VPP baixo para qualquer variável neonatal.

Conclusões: Os resultados alterados da última CTG anteparto relacionaram-se com níveis inadequados de MG, diária e da gestação, e não dependeram da R/insulina. Não se observou influência da CTG anteparto sobre os índices de Apgar de 1º e 5º minuto, necessidade de cuidados de UTI e ocorrência de ONN. A CTG anteparto normal favoreceu a alta hospitalar precoce; a alterada, o maior tempo de internação dos RN. O teste normal foi adequado para garantir a saúde neonatal. Ao contrário, os resultados alterados se relacionaram ao maior tempo de internação e indicaram risco de complicações, nos filhos de mães diabéticas.

Palavras-chave: Diabete melito. Cardiotocografia. Complicações da gravidez. Resultado perinatal. Óbito neonatal.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Set 2002
  • Data do Fascículo
    Jul 2002
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