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Estudo da Secreção do Paratormôrnio (PTH) em Mulheres Normo e Hipoestrogênicas Submetidas a Hipocalcemia Induzida por Infusão Endovenosa de EDTA

Resumos de Tese

Estudo da Secreção do Paratormôrnio (PTH) em Mulheres Normo e Hipoestrogênicas Submetidas a Hipocalcemia Induzida por Infusão Endovenosa de EDTA

Autora: Letícia Cebrian Reis Pereira

Orientador: Prof. Dr. Marcos Felipe Silva de Sá

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, em 6 de agosto de 2001.

A osteoporose é uma doença prevalente no período do climatério e que gera grande impacto social, econômico e pessoal Vários pontos de sua fisiopatologia já foram esclarecidos e sabe-se que sofre influência de vários fatores, dentre eles: fatores genéticos, baixo pico de massa óssea, baixo peso corporal, tabagismo alcoo-lismo, sedentarismo, sexo feminino, patologias crônicas, hipotestrogenismo e distúrbios do paratormônio (PTH) e vitamina D. Porém, ainda permanece obscura a relação entre dois hormônios importantes para o metabolismo ósseo, o estradiol e o PTH, sendo de fundamental importância o esclarecimento dessa interação para uma melhor compreensão da fisiopatologia, profilaxia e tratamento da osteoporose.

Objetivo: O objetivo desse trabalho foi analisar a secreção de PTH em mulheres no menacme e na pós-menopausa (normo e hipestrogênicas), após hipocalcemia induzida por infusão endovenosa de EDTA.

Pacientes e métodos: Foram estudadas 14 pacientes: 7 mulheres no grupo controle, com idade entre 25 e 35 anos, no menacme, normoestrogênicas, com ciclos regulares, sem uso de contraceptivo hormonal e com FSH < 15 mil/ml; 7 mulheres com mais de 5 anos de menopausa natural, sem terapia de reposição hormonal há mais de 6 meses e FSH>30 mil/ml. Foram excluídas as pacientes que apresentavam fatores que interferem na massa óssea, tais como: tabagismo, alcoolismo, doenças crônicas, IMC<17 kg/m2, cálcio iônico basal alterado ou uso de medicamentos como corticóides, antimetabólicos, antiepiléticos, anticoagulantes e suplementação vitamínica ou de cálcio. Essas 14 pacientes foram submetidas a um teste de estímulo da secreção de PTH, que consiste em um período de repouso de 30 minutos e posterior indução de hipocalcemia induzida por infusão endovenosa contínua de EDTA (30 mg/kg), durante 2 horas, com bomba de infusão contínua. Durante o repouso foram colhidas amostras de sangue venoso para determinações basais de FSH, estradiol, osteocalcina, cálcio iônico e PTH e durante os 120 minutos do teste foram coletadas amostras de sangue venoso de 10 em 10 minutos para dosagens de cálcio iônico e PTH. As pacientes colhiam também a segunda urina do dia para dosagens de deoxipridinolina e creatinina urinária e foram submetidas à densitometria óssea.

Resultados: A idade média das pacientes do grupo controle © foi de 30,86 anos e do grupo na pós-menopausa (M) foi de 64,71 anos, com média de 19,57 anos de menopausa. As pacientes do grupo C e M tiveram respectivamente peso médio de 67,8 kg e 52,26 kg e IMC médio de 25,97 kg/m2 e 23,06 kg/m2, sem diferença estatística entre eles. O FSH médio nos grupos C e M foi de 2,97 mUI/ml e 74,14 Mil/ml, e o estradiol médio foi de 105,5 pg/ml e 22,0 pg/ml, respectivamente. A média dos valores sangüíneos basais de cálcio iônico nos grupos C e M foi de 1,17 mmol/l e 1,24 mmol/l, sem diferença estatística. Foram calculadas as áreas sob as curvas de cálcio iônico durante todo o teste e após o início da infusão de EDTA e não foram encontradas diferenças estatísticas entre os grupos C e M. A média dos valores séricos basais de PTH nos grupos C e M foi de 27,08 pg/ml e 33,73 pg/ml, sem diferença estatística. Foram calculadas as áreas sob as curvas de PTH durante todo o teste e após o início da infusão de EDTA e não foram encontradas diferenças estatísticas entre os grupos C e M. Num segundo momento as pacientes na pós-menopausa foram subdivididas em dois subgrupos: com e sem osteoporose, e as mesmas análises anteriores foram aplicadas nesses dois grupos. Os subgrupos com e sem osteoporose apresentaram respectivamente: média de idade de 65,25 anos e 64 anos, média de 22,25 anos de menopausa e 16 anos de menopausa e IMC médio de 21,95 kg/m2 e 24,53 kg/m2. A média dos valores sangüíneos basais de cálcio iônico foi de 1,225 mmol/l e 1,257 mmol/l e as áreas sob as curvas de cálcio iônico também não apresentaram diferença estatística. Quando analisamos os dados sobre PTH nos subgrupos com e sem osteoporose, encontramos respectivamente: média dos valores séricos do PTH basal e 19,68 pg/ml e 52,47 pg/ml e ASC total de PTH de 15520 e 25290, ambos com diferença estatística entre os dois subgrupos (p=0,03).

Conclusão: No presente estudo não foi observada relação direta entre os níveis de estrogênios (normo e hipoestrogênismo) e alteração na secreção de PTH foram significativamente mais elevados do que naquelas com osteoporose, o que corrobora a existência de um efeito anabólico do PTH sobre o tecido ósseo, em situação fisiológica.

Palavras-chave: Hipocalcemia. Paratormônio. Climatério. Osteoporose.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jul 2002
  • Data do Fascículo
    Jun 2002
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