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Estudo da infecção genital por Chlamydia trachomatis em adolescentes e jovens do sexo feminino no distrito sanitário leste do município de Goiânia: prevalência e fatores de risco

Resumo de Tese

Estudo da Infecção Genital por Chlamydia trachomatis em Adolescentes e Jovens do Sexo Feminino no Distrito Sanitário Leste do Município de Goiânia: Prevalência e Fatores de Risco.

Autora: Rosane Silva Carneiro de Araújo

Orientadora: Profa. Dra. Eleuse Machado de Britto Guimarães

Dissertação apresentada em 14 de novembro de 2001 ao Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, para a obtenção do título de Mestre em Medicina Tropical; Área de concentração: Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Introdução: A infecção genital por Chlamydia trachomatis é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre adolescentes e jovens do sexo feminino. As infecções freqüentemente são assintomáticas e as possíveis conseqüências são a doença inflamatória pélvica e a infertilidade. Não existem conhecimentos suficientes sobre a epidemiologia da infecção por C. trachomatis no Brasil, especialmente na região centro-oeste.

Objetivos: Estimar a prevalência da infecção genital pela C. trachomatis em adolescentes e jovens do sexo feminino e identificar os fatores de risco relacionados com infecção cervical por C. trachomatis.

Material e Métodos: A população de estudo consistiu de 296 adolescentes e jovens do sexo feminino: 86 grávidas e 210 não grávidas. O exame ginecológico foi realizado e as amostras laboratoriais obtidas para o exame de amplificação de DNA clamidial (PCR-Amplicor/Roche). As informações das características sócio-demográficas e de comportamento sexual foram obtidas através de questionário auto-aplicável. A análise estatística foi realizada pelo programa Epi-info (versão 6.0 e versão 2000) e pelo programa SPSS versão 8.0. O valor de p menor que 0,05 foi considerado estatisticamente significante e análise univariada e análise multivariada com regressão logística foram realizadas para detecção dos fatores associados com infecção clamidial.

Resultados: A prevalência geral da infecção clamidial foi de 19,6% (58/296) e 68,9% das adolescentes e jovens eram assintomáticas. A prevalência em grávidas foi 24,4% e em não grávidas 17,6%, com p>0,05. A média de idade foi de 18,2 anos (variação de 12 a 24 anos); 51,4% eram casadas ou viviam em união consensual. 56,1% apresentavam baixo nível de escolaridade (8 anos ou menos). As mães das adolescentes e jovens tinham menor nível de escolaridade: 40,5% (quatro anos ou menos) e destas 8,4% eram analfabetas. Para 58,1% das participantes a idade da primeira relação sexual foi 15 anos ou menos; 53,4% referiam em único parceiro sexual durante toda a vida, mas 15,2% referiam quatro ou mais parceiros durante toda a vida: 83,1% referiam um parceiro no último mês. Somente 18,9% referiam uso de condom em todas as relações sexuais. Treze adolescentes e jovens apresentavam antecedentes de doença sexualmente transmissível.

Conclusão: A prevalência da infecção genital por C. trachomatis nesta população de estudo foi alta. A maioria das participantes estava assintomática. A idade menor que 20 anos e o fato de ter mais que um parceiro sexual foram os fatores de risco relacionados com infecção.

Palavras-chave: Infecção genital. Adolescência. Chlamydia trachomatis.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Nov 2002
  • Data do Fascículo
    Ago 2002
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