RESUMOS DOS TRABALHOS PREMIADOS NO 50º CONGRESSO BRASILEIRO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
MELHOR PÔSTER - OBSTETRÍCIA
Análise multivariada dos métodos de avaliação antenatal na predição da morbidade neonatal
Multivariate analysis of prenatal evaluation methods in the prediction of neonatal morbidity
Seizo Miyadahira; Rossana Pulcineli Vieira Francisco; Roseli Mieko Yamamoto Nomura; Kathia Sakamoto; Eduardo Hideki Miyadahira
Co-Autores: Sakamoto K; Miyadahira EH
Clínica Obstétrica do HC-FMUSP - Serviço do Prof. Dr. Marcelo Zugaib
INTRODUÇÃO: a propedêutica obstétrica contemporânea atingiu níveis altamente sofisticados, consentâneos com as expectativas da clientela moderna, muito diferente de um passado recente. Nada a obstar a eficácia na consecução de diagnósticos, aumentou demasiadamente o custo per capita do atendimento pré-natal, causado, muitas vezes, pelo uso inadequado de exames. Essa postura, inadvertida e mal equacionada tem suas origens na pretensa intenção do obstetra 'inserir-se na modernidade' à busca de atender as angústias da grávida. Certamente, as inseguranças geradas pela disposição de um grande rol de testes têm a sua nascente na falha da mídia científica e dos centros de pesquisa para os quais recaem toda a responsabilidade de difundir, com muita clareza e objetividade, a destinação precisa de cada exame.
OBJETIVOS: submeter os testes de avaliação antenatal (fetal e placentária) à análise simultânea quanto à predição dos indicadores da morbidade neonatal.
METODOLOGIA: para este estudo, foram selecioandas 1387 gestantes. Todas eram portadores de doenças de base ou apresentavam intercorrências mórbidas as quais foram classificadas em alto risco (728 casos) e baixo risco (659 casos) para a gênese da insuficiência placentária. Os exames considerados foram: classificação das doenças (CPATOL), Doppler umbilical (AU), Doppler da artéria cerebral média (ACM), Doppler do ducto venoso (DV), cardiotocografia (CTG) e perfil biofísico fetal (PBF). Os parâmetros indicadores da morbidade neonatal foram: prematuridade, recém nascido pequeno para a idade gestacional (RN PIG), Apgar e 1 e 5 minutos <7 e acidemia (ph<7,20 no nascimento). O estudo estatístico foi realizado por meio da análise multivariada, utilizando-se a Regressão Logística. Cada parâmetro pós-natal foi analisado isoladamente.
RESULTADOS: para a prematuridade demonstraram melhor predição: o Doppler AU alterado (OR 4,787 - IC 2,43; 9,44); Doppler AU com diástole zero ou reversa (DZ/DR) (OR 6,890 - IC 3,23; 15,75); a CTG alterada (OR 17,42 - IC 2,20; 24,51) e a CTG suspeita (OR2,92 -IC 1,49; 5,73). Para o RN PIG: CPATOL (OR 2,253 - IC 1,166; 4,353); DOPPLER AU alterada (OR 3,675 - IC 2,019; 6,685); Doppler AU com DZ/DR (OR 8,015 - IC 3,901; 16,472). Para o Apgar de 1 minuto <7: Doppler com DZ/DR (OR 9,072 - IC 4,28; 19,22); CTG alterado (OR 4,042 - IC 1,80; 9,05). Para o Apgar de 5 minutos <7: Doppler AU com DZ/DR (OR 8,54 - IC 2,21; 33,06); Doppler DV (OR 5,11 - IC 1,50; 17,37); PBF alterado (OR 3,89 - IC 1,36; 11,12). Finalmente, para a predição da acidemia apenas o Doppler AU alterado (OR 3,62 - IC 1,72; 7,59).
CONCLUSÕES: a dopplervelocimetria umbilical figura como o mais importante método de predição da morbidade neonatal, pois foi selecionada entre os melhores em todos os parâmetros neonatais analisados. A dopplervelocimetria da ACM, ao revés, não figurou para a predição de nenhuma morbidade. A dopplervelocimetria do DV e o PBF surgiram como bons métodos apenas para a predição de Apgar de 5 minutos <7, uma alteração tardia. Para a predição da acidemia, a dopplervelocimetria AU foi a única selecionada. A classificação da doença foi importante para a predição do RN PIG.
Palavras-chave: Diagnóstico pré-natal. Complicações da gravidez. Cardiotocografia. Dopplerfluxometria.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
06 Jul 2004 -
Data do Fascículo
Abr 2004