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Aconselhamento contraceptivo para a pessoa transgênera designada mulher ao nascimento

Resumo

Apesar de 0,7% da população brasileira se identificar como transgênera, não existe treinamento para que o profissional de saúde realize um acolhimento de maneira integral a estes pacientes, incluindo a discussão do planejamento reprodutivo. O uso de testosterona promove a amenorreia nos primeiros 6 meses de uso; entretanto, este efeito não garante eficácia contraceptiva, e, consequentemente, aumenta os riscos de uma gravidez não planejada. O presente artigo é uma revisão integrativa com o objetivo de avaliar e organizar uma abordagem do aconselhamento contraceptivo na população transgênera que foi designada mulher ao nascimento. Para a estratégia de busca, foram pesquisados os bancos de dados PubMed e Embase, incluindo diretrizes internacionais sobre cuidados à população transgênera. De 88 artigos, 7 foram utilizados para desenvolver o modelo de aconselhamento contraceptivo. O modelo segue as seguintes etapas: 1. Abordagem das informações relacionadas à necessidade de contracepção; 2. Avaliação das contraindicações ao uso dos métodos contraceptivos (hormonais e não hormonais); 3. Efeitos colaterais e possíveis desconfortos associados ao uso do contraceptivo. O modelo de aconselhamento contraceptivo é composto por 18 questões que abordam as indicações e contraindicações ao uso destes métodos e um fluxograma que auxilia na escolha dentre os métodos permitidos ao paciente de acordo com a sua necessidade.

Palavras-chave
transgênero; contracepção; testosterona

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