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Repercussões maternas e perinatais relacionadas à classificação da hipertensão arterial na gravidez

Resumo de Tese

Repercussões Maternas e Perinatais Relacionadas à Classificação da Hipertensão Arterial na Gravidez

Autor: Milton Marchioli

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Peraçoli

Tese de Mestrado apresentada ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu ¾ UNESP em 7/5/99.

A hipertensão arterial representa importante fator de morbimortalidade materna e fetal. A forma como se manifesta na gestação parece ter forte impacto no resultado materno e perinatal. Este trabalho teve como objetivo analisar a influência da hipertensão arterial sobre a mãe e o produto da concepção, estimando dentro de e comparando entre cada tipo de hipertensão arterial, a incidência de: intercorrências obstétricas, cesárea, mortalidade materna, peso do recém-nascido e sua classificação relacionada à idade gestacional, óbito fetal e neonatal e taxa de mortalidade perinatal. Por meio de estudo retrospectivo, foram analisados 530 casos de hipertensão arterial na gravidez, divididos em cinco grupos, de acordo com o tipo de hipertensão arterial: hipertensão arterial crônica (HAC), hipertensão induzida pela gestação (HIG), pré-eclâmpsia (PE), hipertensão arterial crônica superposta a hipertensão induzida pela gestação (HAC + HIG) e hipertensão arterial crônica superposta a pré-eclâmpsia (HAC + PE). A HAC isolada e superposta a HIG ou PE (42,8%) e a HIG isolada (39,3%) ocorreram com maior freqüência. As gestantes portadoras de HAC isolada ou superposta por HIG ou PE eram mais idosas e tinham maior número de gestações, enquanto as portadoras de HIG ou PE eram na maioria primigestas. Em todos os grupos o antecedente familiar de hipertensão arterial esteve presente em mais que 50% dos casos. Os casos de PE isolada e de HAC superposta a HIG ou PE foram considerados os mais graves, quando se analisou tanto o valor da pressão arterial, sistólica e diastólica, como o quadro hipertensivo como um todo. A PE isolada foi o grupo com maior incidência de intercorrências obstétricas, dentre as quais predominou a eclâmpsia iminente (20,9%). A taxa de cesárea foi elevada em todos os grupos (75,2%), principalmente na PE (87,2%). Os resultados perinatais mostraram maior incidência de fetos pré-termo, com peso pequeno para idade gestacional e peso médio menor que 2.500 gramas, na PE isolada e HAC superposta a HIG ou PE. A mortalidade perinatal foi maior na HAC + PE e a materna na PE. Os resultados obtidos permitem concluir que, em gestantes hipertensas, é importante identificar o tipo de hipertensão arterial, uma vez que na PE isolada e na HAC superposta a HIG ou PE, encontramos maior incidência de casos graves e complicações obstétricas, assim como os piores resultados maternos e fetais. Portanto, nesses tipos de hipertensão arterial, há necessidade de controle mais rígido, para melhorar o prognóstico materno e fetal.

Palavras-chave: Gravidez. Hipertensão arterial. Mortalidade materna. Mortalidade perinatal.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jun 2006
  • Data do Fascículo
    1999
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