Resumo em Português:
OBJETIVO: avaliar qual o melhor método entre o exame clínico (EC), a mamografia (MMG) e a ultra-sonografia (US) na determinação pré-operatória do tamanho tumoral no câncer de mama, tendo como referência o exame anatomopatológico. MÉTODOS: foram incluídas neste estudo 184 pacientes com lesões mamárias detectadas por MMG e US, palpáveis ou não, e que foram submetidas a ressecção cirúrgica do tumor, com diagnóstico histopatológico de câncer de mama. O maior diâmetro tumoral foi avaliado por EC, MMG e US por um mesmo examinador, e a medida obtida por cada método foi correlacionada com o diâmetro máximo obtido pelo exame anatomopatológico. A análise comparativa foi feita por meio do coeficiente de correlação de Pearson (r). RESULTADOS: o coeficiente de correlação de Pearson encontrado entre o exame anatomopatológico e o EC foi 0,8; entre o exame anatomopatológico e a MMG foi 0,7 e entre o exame anatomopatológico e a US foi 0,7 (p<0,05). Foram calculados também os coeficientes de correlação de Pearson entre os métodos avaliados, obtendo-se r=0,7 entre o EC e a MMG, r=0,8 entre o EC e a US e r=0,8 entre a MMG e a US (p<0,05). CONCLUSÕES: o EC, a MMG e a US apresentaram acentuada correlação com a medida anatomopatológica, além de forte correlação entre si, mostrando-se equivalentes como métodos na determinação pré-cirúrgica do tamanho do tumor mamário. No entanto, devido às limitações específicas de cada método, o EC, a MMG e a US devem ser considerados complementares entre si para obtenção de uma medida mais acurada do tumor no câncer de mama.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to evaluate which method is the best to determine pre-surgically the size of breast cancer: clinical examination, mammography or ultrasonography, using as a reference the anatomopathological exam. METHODS: this study has included 184 patients with palpable-or-not breast lesions, detected by mammography and ultrasonography, that were submitted to surgical resection of the tumor, with histopathological diagnosis of breast cancer. The same examiner evaluated clinically the largest tumoral diameter, through clinical examination, mammography and ultrasonography, and the measurements obtained by each method were correlated with the maximum diameter obtained by the anatomopathological exam. The comparative analysis has been done by Pearson's correlation coefficient (r). RESULTS: Pearson's correlation coefficient between the anatomopathological and the clinical exams was 0.8; between the anatomopathological exam and the mammography, 0.7; and between anatomopathological exam and ultrasonography 0.7 (p<0.05). Pearson's correlation coefficients among the methods evaluated were also calculated and r=0.7 was obtained between clinical exam and mammography, r=0.8 between clinical examination and utrasonograhy, and r=0.8 between mammography and ultrasonography (p<0.05). CONCLUSIONS: clinical examination, mammography and ultrasonography have presented high correlation with the anatomopathological measures, besides high correlations among themselves, what seems to show that they may be used as equivalent methods in the pre-surgical evaluation of the breast tumoral size. Nevertheless, due to specific limitations of each method, clinical examination, mammography and ultrasonography should be seen as complementary to each other, in order to obtain a more accurate measurement of the breast cancer tumor.Resumo em Português:
OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida de mulheres no climatério, atendidas em um hospital-escola na cidade do Recife, Pernambuco, empregando o Medical Outcome Study 36-item Short Form Health Survey (MOS SF-36 Health Survey), o Women's Health Questionnaire (WHQ) e o índice de Blatt-Kupperman modificado. MÉTODOS: em estudo descritivo, transversal, foram avaliadas 233 mulheres atendidas entre fevereiro e junho de 2006. Em amostragem de conveniência, foram incluídas mulheres com idade entre 40 e 65 anos e concordância em participar da pesquisa, excluindo-se a com história prévia de ooforectomia bilateral, terapia hormonal no semestre antecedente à pesquisa e doenças descompensadas. Calculou-se o tamanho amostral, admitindo prevalência de sintomas climatéricos em 4% e precisão igual a 2,5%. Foram analisadas: saúde geral, componente físico e componente mental, obtidos com o MOS SF-36 Health Survey; qualidade de saúde pelo WHQ; e sintomatologia climatérica pelo índice de Blatt-Kupperman modificado. Os dados foram analisados com o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 13.0. RESULTADOS: a qualidade de vida foi classificada como ruim. Pelo MOS SF-36 Health Survey, identificou-se maior prejuízo no componente mental (18,5 versus 27,7% do físico), maiores perdas nas funções sociais (80,2%) e limitações por problemas emocionais (78,61%). Pelo WHQ, houve maior acometimento de distúrbios do sono (69,7%), sintomas somáticos (69,1%) e vasomotores (68,8%), sendo considerados regulares a função sexual e os sintomas menstruais. Os sintomas de deficiência estrogênica foram acentuados para 53% das mulheres. O aumento dos sintomas de hipoestrogenismo se acompanhou de piora da saúde geral e da saúde menopausal. CONCLUSÕES: pareceu plausível supor que a menopausa se configurou realmente como um evento biopsicossocial, mais do que orgânico, derivado predominantemente da deficiência estrogênica.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to evaluate quality of life of climacteric women attended at a school hospital in Recife, Pernambuco, Brazil, adopting the Medical Outcome Study 36-item Short Form Health Survey (MOS SF-36 Health Survey) and the Women's Health Questionnaire (WHQ), as well as the modified Blatt-Kupperman index. METHODS: according to a descriptive, transversal study, 233 women, assisted from February to June 2006, were evaluated. Within a convenience sample, the inclusion criteria were age from 40 to 65 years old and agreement in participating of the research, excluding previous history of bilateral oophorectomy, hormonal therapy in the last semester and uncontrolled illnesses. The sample size was calculated admitting a prevalence of climacteric symptoms of 4% and a precision of 2.5%. The variables were: general health and physical and mental components based on the MOS SF-36 Health Survey; quality of health based on the WHQ and climacteric symptoms according to the modified Blatt-Kupperman index. Data were analyzed by the Statistical Package for Social Sciences, version 13.0 software. RESULTS: the quality of life was classified as bad. Based on the MOS SF-36 Health Survey, there was more damage in the mental component (18.53 versus 27.77% for physical components), higher losses in social functions (80.28%) and limitations for emotional problems (78.61%). According to WHQ, there were limitations due to sleep disturbances (69.77%), somatic (69.15%) and vasomotor symptoms (68.80%), considering regular sexual function and menstrual symptoms. Estrogenic deficiency symptoms were found in 53% of the women. The increase of hypoestrogenism symptoms were followed by worsening of general and menopausal health. CONCLUSIONS: it seemed reasonable to assume that menopause, for the researched women, was really configured as a biopsychosocial event, more than organic, derived predominantly from estrogenic deficiency.Resumo em Português:
OBJETIVO: comparar a freqüência de vulvovaginites em mulheres infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) com mulheres não infectadas. MÉTODOS: estudo de corte transversal com 64 mulheres infectadas pelo HIV e 76 não infectadas. Foram calculadas as freqüências de vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase, que foram diagnosticadas por critérios de Amsel, cultura e exame a fresco, respectivamente. Para análise dos dados, utilizaram-se o teste do c2, teste exato de Fisher e regressão múltipla para verificar a independência das associações. RESULTADOS: a infecção vaginal foi mais prevalente em pacientes infectadas pelo HIV quando comparadas ao Grupo Controle (59,4 versus 28,9%, p<0,001; Odds Ratio=2,7, IC95%=1,33-5,83, p=0,007). Vaginose bacteriana ocorreu em 26,6% das mulheres HIV positivas; candidíase vaginal, em 29,7% e tricomoníase, em 12,5%. Todas foram significativamente mais freqüentes no grupo de mulheres infectadas pelo HIV (p=0,04, 0,02 e 0,04, respectivamente). CONCLUSÕES: vulvovaginites são mais freqüentes em mulheres infectadas pelo HIV.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to compare the frequency of vulvovaginitis in women infected with human imunnodeficiency virus (HIV) with the frequency in non-infected women. METHODS: a transversal study including 64 HIV infected women and 76 non-infected ones. The frequencies of bacterial vaginosis, candidiasis and trichomoniasis, diagnosed by Amsel's criteria, culture and fresh exam, respectively, were calculated. Chi-square test, Fisher's exact test and multiple regressions to verify the independence of associations were used to analyze the data. RESULTS: the vaginal infection was more prevalent in HIV infected patients, as compared to the control group (59.4 versus 28.9%, p<0,001; Odds Ratio=2.7, IC95%=1.33-5.83, p=0.007). Bacterial vaginosis occurred in 26.6% of the positive-HIV women; vaginal candidiasis, in 29.7% and trichomoniasis, in 12.5% of them. All the infections were significantly more frequent in the group of HIV infected women (p=0.04, 0.02 e 0.04, respectively). CONCLUSIONS: vulvovaginitis is more frequent in HIV infected women.Resumo em Português:
OBJETIVO: comparar as cirurgias de sling de aponeurose e TVT (do inglês tension-free vaginal tape) para correção da incontinência urinária de esforço (IUE) quanto às taxas de cura subjetiva e objetiva, à mobilidade do colo vesical ao ultra-som, à variação do teste do absorvente, às alterações urodinâmicas e à incidência de complicações. MÉTODOS: foram selecionadas 80 pacientes com IUE. Destas, 61 foram operadas pela técnica de TVT e 19 por sling de aponeurose do reto abdominal. As médias de idade, índice de massa corpórea e paridade foram 50,1 anos, 29,7 kg/m² e 4,5 partos (mediana=3) para as pacientes com sling de aponeurose e de 51,7 anos, 28,1 kg/m² e 4,1 partos (mediana=3) para aquelas com TVT. Todas se submeteram a anamnese, exame físico, ultra-sonografia do colo vesical, teste do absorvente e estudo urodinâmico no pré-operatório e após, pelo menos, seis meses depois da cirurgia. Após 15 ou 19 meses e depois de cerca de quatro a cinco anos, foram novamente entrevistadas quanto aos resultados da cirurgia. RESULTADOS: quanto à avaliação subjetiva, após seis meses, julgaram-se curadas 96,7% das mulheres com TVT e 89,5% das com sling. Porém, após 15 a 19 meses, o Grupo TVT manteve a mesma taxa de cura subjetiva, enquanto que no Grupo Sling houve redução para 77,8%. Houve diminuição significativa da mobilidade do colo vesical, similar em ambos os grupos, e melhora no teste do absorvente. No final do estudo urodinâmico, foram classificadas como cura objetiva 93,4% das mulheres do Grupo TVT e 78,9% daquelas do Grupo Sling. O tempo médio de sondagem vesical foi maior no Grupo Sling. Observou-se retenção urinária em 42,1% dos casos de sling e em 9,8% de TVT. As taxas de cura tardia foram 90% para TVT e 55,6% para sling. CONCLUSÕES: a cirurgia de TVT propiciou melhor taxa de cura subjetiva após 15 ou 19 meses, porém, a taxa de cura objetiva foi igual em ambas as técnicas neste tempo. Entre as complicações detectadas, a retenção urinária no pós-operatório foi superior no Grupo Sling.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to compare sling operations of aponeurosis and tension-free vaginal tape (TVT) for the correction of stress urinary incontinence (SUI) regarding: the rates of subjective and objective healing, the mobility of the bladder neck with ultrasonography, the variation of the absorbent test, the urodynamic alterations and the incidence of complications. METHODS: eighty patients with SUI were selected. Among them, 61 underwent a TVT surgery and 19, an abdominal rectum sling operation of aponeurosis. Average age, index of body mass and parity were 50.1 years old, 29.7 kg/m² and 4.1 deliveries (median=3) for the patients with aponeurosis sling, and 51.7 years old, 28.1 kg/m² and 4.1 deliveries (median=3) for the ones with TVT. All of them have undergone anamnesis, physical examination, bladder neck ultrasonography, absorbent test and urodynamic evaluation before and at least six months after the surgery. After 15 or 19 months and after about four or five years, they were again interviewed concerning the surgery results. RESULTS: after six months, 96.7% of the women with TVT and 89.5% of the ones with sling thought they were healed in the subjective evaluation. Nevertheless, after 15 to 19 months, the TVT Group kept the same subjective healing rate, while among the Sling Group the rate decreased to 77.8%. There was a significant decrease in the mobility of the neck bladder that was similar in both groups and an improvement in the absorbent test. At the end of the urodynamic study, 93.4% of the women from the TVT Group and 78.9% of the ones from the Sling Group were classified as having an objective healing. The average time of bladder probing was higher in the Sling Group. Urinary retention was observed in 42.1% of the sling cases and in 9.8% of the TVT's. The rates of late healing were 90% for TVT and 55.6% for sling. CONCLUSIONS: TVT surgery provided better subjective healing after 15 or 19 months, but the rate of objective healing was the same in both techniques at that time. Among the complications detected, the urinary retention was higher in the Sling Group, in the post-surgery period.Resumo em Português:
OBJETIVO: avaliar as atitudes e conhecimento dos obstetras das maternidades públicas da cidade de Salvador (MPS) sobre as recomendações do Ministério da Saúde para a profilaxia da transmissão vertical do vírus humano da imunodeficiência (HIV) e terapia antiretroviral em gestantes. Avaliou-se também a influência das condições de trabalho, disponibilidade da testagem rápida e da terapia antiretroviral em relação à aplicação destas recomendações. MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte transversal entre agosto e novembro de 2005, envolvendo 129/152 (85%) dos obstetras de todas as MPS. Utilizou-se como instrumento um questionário anônimo, estruturado e auto-explicativo, com questões sobre as características da população, condições de trabalho e disponibilidade de insumos, conhecimento e atitudes relacionadas ao aconselhamento e testagem para o HIV e condutas com as pacientes (uso da zidovudina (AZT), reconhecimento de fatores de risco, escolha e manejo da via de parto e cuidados no puerpério). RESULTADOS: dos obstetras, 69% referiram conhecer integralmente as recomendações do Ministério da Saúde; 90,7% concordaram com a solicitação compulsória da testagem rápida para o HIV; 63,6% escolheram a cesariana para via de parto; 38% contra-indicaram o parto por via vaginal; 37,5% recomendaram isolamento das pacientes soropositivas e 58,1% indicaram laqueadura tubária. A maioria (90%) dos sujeitos referiram a existência de fatores prejudiciais à aplicabilidade das recomendações, sendo que os mais apontados foram a realização inadequada e a indisponibilidade das informações do pré-natal na admissão. Embora a testagem rápida estivesse disponível, apenas um terço dos entrevistados afirmou que o resultado estava sempre disponível em tempo hábil. CONCLUSÕES: algumas atitudes relacionadas à assistência à gestante com HIV foram discordantes das recomendações do Ministério da Saúde. Na opinião dos entrevistados a inadequação do pré-natal e a indisponibilidade do resultado da testagem rápida influenciam negativamente na aplicação das recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to evaluate the attitudes and knowledge of obstetricians from public maternities in Salvador city (PMS) about the recommendations from the Health Ministry (HM) for the prophylaxis of vertical transmission of HIV (VTH) and antiretroviral therapy in pregnant women. The influence of working conditions, availability for quick testing and antiretroviral therapy has also been evaluated concerning the application of these recommendations. METHODOLOGY: a transversal study from August to November 2005, involving 129/152 (85%) of the obstetricians from all the PMS. The instrument used was a structured and self-explanatory anonymous questionnaire, with questions on the population characteristics, working conditions and availability of material, knowledge and attitudes related to HIV counseling and testing, and proceedings with the patients (use of AZT, recognition of risk factors, choice and management of type of delivery and puerperal care). RESULTS: 69% of the obstetricians stated they knew integrally the HM recommendations, 90.7% agreed with the compulsory request of quick testing for HIV; 63.6% chose the caesarean section as the type of delivery; 38% were against normal delivery; 37.5% recommended isolation of positive serum patients and 58.1% indicated tubal ligation. Most of them (90%) mentioned the existence of factors unfavorable to the recommendations applicability, and among those factors, the most pointed were the inadequate way the pre-natal admission was done and the lack of information at that occasion. Even though the quick testing was available, only one third of the interviewees stated that the result was always available in due time. CONCLUSIONS: some attitudes related to the assistance to the pregnant women with HIV were incompatible with the HM recommendations. According to the interviewees, the inadequacy of the pre-natal plus the non-availability of quick testing, influence negatively the applicability of VTH prophylaxis recommendations.Resumo em Português:
OBJETIVO: comparar a reprodutibilidade intra- e interobservador da medida da espessura total do segmento uterino inferior (SUI), por via abdominal, e da medida da camada muscular, por via vaginal, usando ultra-sonografia bi- e tridimensional. MÉTODOS: foi estudada a medida da espessura do SUI de 30 gestantes com cesárea anterior, entre a 36ª e a 39ª semanas, por dois observadores. Foi efetuada abordagem ultra-sonográfica abdominal com a paciente em posição supina e vaginal em posição de litotomia. No corte sagital, foi identificado SUI e foram coletadas quatro imagens bidimensionais e dois blocos tridimensionais da espessura total por via abdominal e o mesmo da camada muscular por via vaginal. As aquisições tridimensionais foram manipuladas no modo multiplanar. O tempo foi cronometrado. A reprodutibilidade foi avaliada pelo cálculo da diferença absoluta entre todas as medidas, proporção de diferenças menores que 1 mm, coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e limites de concordância de Bland e Altman. RESULTADOS: a medida da espessura média do SUI por via abdominal bidimensional foi de 7,4 mm e, por via vaginal, de 2,7 mm; a tridimensional foi 6,9 mm abdominal e 5,1 mm vaginal. Reprodutibilidade intra- e interobservador da via vaginal versus abdominal: menor diferença absoluta (0,2-0,4 versus 0,8-1,5 mm), maior proporção de diferenças (85,8-97,8 versus 48,7-72,8%) com p<0,0001, versus ICC (0,8-0,9 versus 0,6-0,8) e menores limites de concordância (-0,9 a 1,5 versus -3,8 a 4 mm) para via vaginal. Ultra-sonografia tri- versus bidimensional: menor diferença absoluta (0,2-1,4 versus 0,4-1,5 mm), maior proporção de diferenças (57,7-97,8 versus 48,7-91,7%) com p>0,05 e menores limites de concordância (-3,8 a 3,4 versus -3,6 a 4 mm) para ultra-sonografia tridimensional e ICC semelhantes (0,6-0,9 versus 0,7-0,9). CONCLUSÕES: do exposto, concluímos que a medida da espessura da camada muscular do SUI por via vaginal utilizando a ultra-sonogafia tridimensional é mais reprodutível. Nossos resultados, porém, não indicam que essa medida tenha implicação clínica para predição de rotura uterina, que não foi objeto deste estudo. O único trabalho que correlacionou a espessura do SUI com risco de rotura uterina, sem interferir na conduta do obstetra ou antecipar o parto, foi feito por medidas bidimensionais abdominais da espessura total.Resumo em Inglês:
PURPOSE: to compare the intra and interobserver reproducibility of the total thickness measurement of the inferior uterine segment (IUS), through the abdominal route, and of the muscle layer measurement, through the vaginal route, using bi and tridimensional ultrasonography. METHODS: the IUS thickness measurement of 30 women, between the 36th and 39th weeks of gestation with previous caesarean section, done by two observers, was studied. Abdominal ultrasonography with the patient in both supine and lithotomy position was performed. In the sagittal section, the IUS was identified and four bidimensional images and two tridimensional blocks of the total thickness were collected through the abdominal route, and the same for the muscle layer, through the vaginal route. Tridimensional acquisitions were manipulated in the multiplanar mode. The time was measured with a chronometer. Reproducibility was evaluated by the computation of the absolute difference between measurements, the ratio of differences smaller than 1 mm, the intraclass coefficient (ICC), and the Bland and Altman's concordance limits. RESULTS: the average bidimensional measurement of IUS thickness was 7.4 mm through the abdominal and 2.7 mm through the vaginal route, and the tridimensional measurement was 6.9 mm through the abdominal and 5.1 mm through the vaginal route. Intra- and interobserver reproducibility of vaginal versus abdominal route: smaller absolute difference (0.2-0.4 mm versus 0.8-1.5 mm), greater ratio of differences (85.8-97.8% versus 48.7-72,8%), with p<0,0001, higher ICC (0.8-0.9 versus 0.6-0.8) and lower concordance limits (-0.9 to 1.5 versus -3.8 to 4 mm) for the vaginal route. Tri versus bidimensional ultrasonography: lower absolute difference (0.2-1.4 versus 0.4-1.5 mm), higher ratio of differences (57.7-97.8% versus 48.7-91.7%) with p>0.05[A1] and similar lower concordance limits (-38 to 3.4 versus -3.6 to 4 mm) for tridimensional ultrasonography and ICC (0.6-0.9 versus 0.7-0.9). CONCLUSIONS: from the above, we came to the conclusion that the measurement of the IUS muscle layer, through the vaginal route using tridimensional ultrasonography is more reproducible. Nevertheless, our results do not indicate that this measurement shows any clinical evidence to predict uterine tear, as that was not the aim of this study. The only work that has correlated the UIS thickness with risk of uterine tear, without interfering in the obstetrician behavior or anticipating delivery, was done by bidimensional abdominal measurements of the total thickness.Resumo em Português:
O diagnóstico não invasivo da gravidez ectópica deve ser realizado precocemente, antes de ocorrer a ruptura tubária, combinando a ultra-sonografia transvaginal com a dosagem da fração beta do hormônio gonadotrófico coriônico. Diversas opções de tratamento podem ser utilizadas. Devemos respeitar as indicações tanto das intervenções cirúrgicas como do tratamento clínico. A laparotomia está indicada nos casos de instabilidade hemodinâmica. A laparoscopia é a via preferencial para o tratamento da gravidez tubária. A salpingectomia deve ser realizada nas pacientes com prole constituída. A salpingostomia é indicada nas pacientes com desejo reprodutivo, quando os títulos da b-hCG forem inferiores a 5000 mUI/mL e as condições cirúrgicas forem favoráveis. O tratamento com metotrexato (MTX) é uma conduta consagrada, podendo ser indicado como primeira opção de tratamento. Os principais critérios para indicação do MTX são estabilidade hemodinâmica, b-hCG <5.000 mUI/mL, massa anexial <3,5 cm e ausência de embrião vivo. A dose única 50 mg/m² intramuscular é a preferencial por ser mais fácil, mais prática e com menores efeitos colaterais. O protocolo com múltiplas doses deve ficar restrito para os casos de localização atípica (intersticial, cervical, cicatriz de cesárea e ovariana) com valores de b-hCG >5.000 mUI/mL e ausência de embrião vivo. A indicação do tratamento local com injeção de MTX (1 mg/kg) guiada por ultra-sonografia transvaginal é na presença de embrião vivo nos casos de localização atípica. A conduta expectante deve ser indicada nos casos de declínio dos títulos da b-hCG em 48 horas antes do tratamento e quando os títulos iniciais são inferiores a 1.500 mUI/mL. Em relação ao futuro reprodutivo, existem controvérsias entre a salpingectomia e a salpingostomia. Até obtermos um consenso na literatura, orientamos às pacientes desejosas de uma futura gestação a optar pelas condutas conservadoras, tanto cirúrgicas como clínicas.Resumo em Inglês:
It is advisable to do the non-invasive diagnosis of ectopic pregnancy precociously, before there is the tube rupture, combining for that the transvaginal ultrasonography with the dosage of the b-fraction of the chorionic gonadotrophin. A range of treatment options may be used. Either a surgical intervention or a clinical treatment may be taken into consideration. Laparotomy is indicated in cases of hemodynamic instability. Laparoscopy is the preferential route for the treatment of tube pregnancy. Salpingectomy should be performed in patients having the desired number of children, while salpingostomy should be indicated in patients willing to have more children, when the b-hCG titers are under 5,000 mUI/mL and the surgical conditions are favorable. The use of methotrexate (MTX) is a consecrated clinical procedure and should be indicated as the first option of treatment. The main criteria for MTX indication are hemodynamic stability, b-hCG <5,000 mUI/mL, anexial mass <3,5 cm, and no alive embryo. It is preferable a single intramuscular dose of 50 mg/m², because it is easier, more practical and with less side effects. Protocol with multiple doses should be restricted for the cases with atypical localization (interstitial, cervical, caesarean section scar and ovarian) with values of b-hCG >5,000 mUI/mL and no alive embryo. Indication for local treatment with an injection of MTX (1 mg/kg) guided by transvaginal ultrasonography should occur in cases of alive embryos, but with an atypical localization. An expectant conduct should be indicated in cases of decrease in the b-hCG titers within 48 hous before the treatment, and when the initial titers are under 1,500 mUI/mL. There are controversies between salpingectomy and salpingostomy, concerning the reproductive future. Till we reach an agreement in the literature, the advice to patients who are looking forward to a future gestation, is to choose either surgical or clinical conservative conducts.