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Sexo por “oitavas”: o “torpe” uso dos corpos e a escravidão em Minas Gerais no século XVIII1 1 Este artigo apresenta uma versão das discussões estabelecidas em minha tese intitulada “A prostituição em Minas Gerais no século XVIII: ‘mulheres públicas’, moralidade e sociedade”, defendida na Universidade Federal Fluminense (PPGH/UFF) em 2018, orientada pelo Prof. Luciano Figueiredo, com financiamento da CAPES e FAPERJ. Agradeço aos professores Jacqueline Sarmiento, Gefferson Ramos e Adriano Paiva pelas críticas e sugestões ao texto original. Também sou muito grato à leitura cuidadosa dos pareceristas anônimos e revisores da RBH.

Sex for “Octaves”: The “Torpid” Use of Bodies and Slavery in Minas Gerais in the Eighteenth Century

RESUMO

O meretrício foi uma realidade no território minerador durante o Setecentos. Mas esta atividade muitas vezes foi confundida com outros comportamentos sociais mais visíveis, como o concubinato, os “tratos ilícitos”, o adultério ou as relações entre pessoas desiguais. Aqui se argumenta que a prática social de sexo por “oitavas” era um meio de adquirir recursos, num contexto de economia mineradora e escravista, onde havia grande circulação de riquezas. Analiso termos, diálogos e valores que fundamentam o lugar econômico do meretrício na capitania de Minas Gerais durante a primeira metade do século XVIII, utilizando como fonte as visitas pastorais e um dicionário produzido por Antônio da Costa Peixoto em Vila Rica, Minas Gerais, no qual o autor apresenta frases e termos da “língua mina”, idioma do grupo Gbe da África Ocidental, traduzidas para “palavras portuguesas correspondentes”.

Palavras-chave:
Escravidão; meretrício; mulheres; economia mineradora

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