RESUMO
Usando uma combinação de arquivos e trabalhos secundários, este artigo argumenta que cientistas e bioeticistas, após a Segunda Guerra Mundial, defenderam uma ampla variedade de práticas eugênicas e apoiaram fortemente o desenvolvimento de uma eugenia fortalecida pelos avanços na medicina e na genética humana e populacional. Detalho uma extensa pesquisa nos documentos de Curt Stern e da American Eugenics Society (American Philosophical Society, na Filadélfia), os quais permitiram-me levantar escritos desconhecidos da eugenia e sua integração nas ciências após a Segunda Guerra Mundial, por figuras importantes como Curt Stern e Theodosius Dobzhansky. Além disso, detenho-me na participação de Richard Lewontin em uma conferência em Princeton patrocinada pela American Eugenics Society, em 1965. Este artigo também é o primeiro a descrever não apenas a defesa e o desenvolvimento das ideias eugênicas pelos geneticistas, mas também a detalhar a defesa dessa ideologia desumana e anticientífica pelos bioeticistas, até o início do Projeto Genoma Humano, no final da década de 1980.
PALAVRAS-CHAVE:
Eugenia; Genética; Projeto Genoma Humano; Segunda Guerra Mundial; Curt Stern; Theodosius Dobzhansky