RESUMO
Após a queda do Estado Novo, o Brasil passou por um processo de redemocratização e de reestabelecimento de suas casas legislativas. No final de 1947, diversas capitais do país realizaram eleições para suas Câmaras Municipais, em um pleito que levaria algumas mulheres a exercerem o cargo de vereadoras pela primeira vez. Em Porto Alegre, a operária comunista Julieta Battistioli acabou a disputa como primeira suplente do colega Elóy Martins, mas ao longo da legislatura assumiu a tribuna diversas vezes, protagonizando intensos debates com os demais vereadores. O objetivo deste artigo é analisar alguns dos espaços por onde Julieta circulou e, principalmente, alguns desses embates, identificando estratégias e ressignificações adotadas por ela, de forma a se legitimar em um ambiente até então exclusivamente masculino.
Palavras-chave:
gênero; comunismo; política; maternalismo