Com base em um processo trabalhista, o artigo analisa uma greve no ramo têxtil baiano em 1948. Logo depois de concluída, levada à Justiça do Trabalho, a greve foi objeto de uma queixa patronal, cujo ganho de causa motivou farta documentação comprobatória, no artigo retrabalhada como fonte para a pesquisa. Como fenômeno, a greve, ao mesmo tempo em que pontua o encerramento do ciclo grevista do pós-guerra, apresenta aspectos que se entrelaçam com características gerais do intervalo 1945-1964 (e além). O modo como a greve foi processada na Justiça do Trabalho faz ver como o sistema político, diante da presença do movimento operário, procurou aplacar temores e tensões contendo a insinuação dos trabalhadores, como uma classe, em cenário cujo conteúdo democrático o fim da ditadura do Estado Novo exigia.
trabalhadores; indústria têxtil; Justiça do Trabalho; Bahia; greve