RESUMO
Este artigo aborda a série jornalística Cinemas-arapucas, veiculada pelo jornal A Noite entre os dias 8 e 16 de agosto de 1912, que teve como foco a denúncia contra alguns cinemas das áreas centrais do Rio de Janeiro por conta do não-cumprimento de regras relativas à segurança do público. Pretendemos verificar como a série jornalística inseriu-se na disseminação de uma retórica do medo em relação ao consumo cinematográfico - e, por extensão, com quais outros medos dialogava e que mecanismos de poder acionava a partir disso. Como questão central, nossa proposta é analisar a série Cinemas-arapucas para verificar algumas relações entre imprensa, autoridades, donos de cinematógrafos e público de cinema no Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX. Para tanto, adotamos como metodologia em nossa pesquisa o paradigma indiciário, tal como proposto por Carlo Ginzburg.
Palavras-chave:
cinema; consumo; Belle Époque; Rio de Janeiro; imprensa