Este artigo retoma o problema da participação de agentes advindos das camadas subalternas na Insurreição Praieira (1848-49), e nas manifestações de rua que a precedem, buscando dimensionar esta participação e investigar as possíveis motivações dos participantes. Quinze funcionários dos baixos e médios escalões do aparato estatal e vinte e dois artesãos foram denunciados no inquérito contra a rebelião. Entre eles havia sedutores de povos que comandavam reuniões em suas lojas. Alguns mais ousados chegaram a atirar nas tropas imperiais no combate do Recife. A Praieira serve de prisma para se estudar os limites da obediência da clientela às malhas patronais e a formação de lideranças populares capazes de intermediar as relações entre a haute politique partidária e os interesses imediatos dos trabalhadores livres pobres urbanos.
Insurreição Praieira; trabalhadores livres; lideranças populares