RESUMO
O artigo discute o processo das demarcações dos limites entre as possessões portuguesas e espanholas, na conjuntura do Tratado de Santo Ildefonso (1777). Durante o processo, que se deu efetivamente entre 1780 e 1791, os rios se constituíram em importantes pontos de disputas intra-americanas entre as comissões demarcadoras luso-espanholas, dado que poderiam ser tomados como as linhas divisórias naturais do espaço físico subordinado a uma ou outra monarquia, assim como caminhos pelos quais poderiam ser mapeadas as localidades ainda desconhecidas, seus recursos naturais e as populações nativas. Temos como eixo de discussão diversas incursões militares aos afluentes dos rios Negro e Japurá, centrais nas disputas paralelas de portugueses e espanhóis durante as demarcações, demonstrando a grande preocupação com as fronteiras intra-americanas dos domínios portugueses, sobretudo em razão do problema de domar os sertões e transformá-los em jurisdições.
Palavras-chave:
fronteiras; relações transfronteiriças; Amazônia colonial; Tratado de Santo Ildefonso