Resumo: No artigo, analisam-se os textos que Juana Manso produziu no Rio de Janeiro entre 1845 e 1853, considerando-se o modelo de relatos do exílio e da viagem intelectual, assim como o conceito de cosmopolitismo, ligado à ideia de cidadania transnacional. A trajetória intelectual e a produção de Manso são analisadas em um duplo eixo: seu horizonte cosmopolita, isto é, sua busca por adaptar os ideais do humanismo ilustrado aos países da América do Sul e sua preocupação com o acesso de mulheres, crianças e jovens - sobretudo daqueles despossuídos de direitos - à educação e à cidadania. Por meio dessas duas articulações, percebe-se que a produção brasileira de Manso - marcada pelo deslocamento próprio do exílio - revela a consciência profunda da autora em relação à alteridade, tanto em termos de língua e de nacionalidade, quanto em termos de gênero e idade.
Palavras-chave: exílio; cosmopolitismo; educação; gênero; viagem