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Freqüência de doadores O com hemolisinas em altos títulos: experiência do Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

Frequency of high-titer hemolysins in O blood group donors: experience of São José dos Campos Hemotherapy Service

CARTA AO EDITOR LETTER TO EDITOR

Freqüência de doadores O com hemolisinas em altos títulos: experiência do Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

Frequency of high-titer hemolysins in O blood group donors: experience of São José dos Campos Hemotherapy Service

Evandro S. RosaI; Djanete B. MeloII; Cláudio M. T. P. MeloIII; Luciana F. FelipeIV

IMédico Hematologista — Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

IIMédica Hematologista — Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

IIIMédico Hematologista — Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

IVBiomédica — Serviço de Hemoterapia de São José dos Campos

Endereço para correspondência Endereço para correspondência Evandro S. RosaRua Antônio Sais, 425 — Centro 12210-040 — S. José dos Campos-SP Tel.: (012) 3921-3766 / 3921-3468 — Fax: (12) 3921-3766 e-mail: evandro_secchi@ig.com.br

ABSTRACT

There are few publications about the anti-A and anti-B haemolisyns frequency rates in group O blood donors. When these antibodies are present under high titers, such donors are called "dangerous O donors". We described briefly the experience of São José dos Campos Hemotherapy Service.

Key words: Haemolisyns; anti-A; anti-B; dangerous O blood donors.

Sr. Editor,

Em recente artigo publicado nesta revista, Gambero S1 e colaboradores analisaram seiscentos doadores com tipo sangüíneo O e demonstraram a presença de títulos elevados de hemolisina em 12,8% destes doadores. O critério utilizado para definir tais doadores foi a presença de títulos de hemolisinas superiores a 1/100 de acordo com o método previamente descrito por Deffune et al.2

Com base no mesmo método, em um período de oito meses analisamos 6.210 doadores O do nosso serviço e encontramos 13,6% destes com títulos elevados de hemolisinas. Os resultados encontrados foram comparáveis àqueles descritos por Gambero et al, indicando boa reprodutibilidade e possíveis semelhanças quanto ao perfil da população de doadores.

A literatura sobre o assunto é relativamente escassa e muitos trabalhos são oriundos de populações africanas ou melanésias.3-6 Contrariamente, alguns destes estudos relatam freqüências bem mais altas, chegando a mais de 50% dos doadores O. A ocorrência de altos títulos de hemolisinas nestes estudos pode ser explicada por fatores étnicos ou ambientais, contudo experimentos controlados devem ser desenvolvidos a fim de explicar as diferenças descritas.

Considerando a prática transfusional diária, em algumas situações torna-se necessária a transfusão de concentrado de plaquetas não-isogrupo e a implantação da pesquisa de hemolisinas em doadores O permite evitar as reações hemolíticas decorrentes destas transfusões.

Finalmente, relatos deste tipo devem ser incentivados pois colaboram com o desenvolvimento e a implantação de protocolos transfusionais específicos e voltados para a realidade local.

Referências Bibliográficas

1. Gambero S, Secco VNDP, Ferreira RR, et al. Freqüência de hemolisinas anti-A e anti-B em doadores do Hemocentro de Botucatu. Rev Bras Hemat Hemot 2004;26(1):28-34

2. Deffune E et al. Procedimento operacional padrão dos Laboratórios de imuno-hematologia do doador e controle de qualidade, rotina transfusional, hemobiologia perinatal. Hemocentro de Botucatu, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp, 2000, 201p.

3. Kulkarni AG, et al. High frequency of anti-A and anti-B haemolysins in certain ethnic groups of Nigeria. Vox Sang 1985;48(1):39-41

4. Adewuyi JO, Gwanzura C, Mvere D. Characteristics of anti-A and anti-B in black Zimbabweans. Vox Sang 1994;67(3):307-9.

5. Okafor LA, Enebe S. Anti-A and anti-B haemolysins, dangerous universal blood donors and the risk of ABO antagonism in a Nigerian community. Trop Geogr Med 1985;37(3);270-2

6. Talonu T. Potentially dangerous group O blood: incidence of anti-A and anti-B haemolysins in group O blood in Port Moresby. P N G Med J 1977 Mar;20(1):23-5

Recebido: 17/07/2004

Aceito após modificações: 20/08/2004

Avaliação: Editor e dois revisores externos.

Conflito de interesse: não declarado

  • Endereço para correspondência
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Mar 2005
    • Data do Fascículo
      2004
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