O objetivo deste artigo é refletir sobre o processo de patologização da educação por meio de análise de caso de uma menina com diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Os resultados apontam que os discursos que se instauram em torno do aluno considerado hiperativo/desatento terminam por comprometer sua subjetividade e aprendizagem, uma vez que ele passa a internalizar parte das percepções de seu grupo de convivência. Assumindo os postulados de Vygotsky (1984), de que as funções cognitivas se formam na vigência da intersubjetividade, e os de Bakhtin (2006), de que construímos nossa autoimagem em meio ao olhar do outro, somos levados a concluir que a criança não nasce TDAH, mas que pode manifestar sinais de desatenção/hiperatividade a depender da qualidade das interações sociais em que está inserida.
TDAH; patologização da educação; subjetividade; aprendizagem