RESUMO
Um dos aspectos chave do letramento crítico é a preocupação com o outro coletivo, humano e não humano, em condição vulnerável. A obstrução para comunidades marginalizadas, objetivos de políticas linguísticas locais exacerbando desigualdades sociais e violência parecem intermináveis. Muito antes dos tempos pandêmicos, um lado da sociedade vem forçando comunidades desprivilegiadas e desempoderadas a lutar por alternativas para jogar o jogo da vida. Para tal finalidade, uma educação inovadora, participativa e ética que posicione o eu como responsável pelo outro, frequentemente um inimigo, (LEVINAS, 2007LEVINAS, E. Entrevistas. In: POIRIÉ, F. (ed.). Emmanuel Lévinas: ensaio e entrevistas. Tradução de J. Guinsburg, Márcio Honório de Godoy e Thiago Blumenthal. São Paulo: Perspectiva , 2007. p. 51-134. ) pode ampliar aprendizagem, desaprendizagem e reaprendizagem. Concluo que essa perspectiva pode expandir o exercício do letramento crítico (FREIRE, 2005FREIRE, P. Pedagogia da tolerância. São Paulo: Editora da UNESP, 2005. ), uma condição para minimizar os impactos das crises na sociedade contemporânea. Esta pesquisa é parte de meu projeto em andamento e intitulado Educação Linguística-Cultural, Ensino de Línguas, Tecnologias e Justiça Social Produtiva em Tempos Dilemáticos e está vinculado ao Projeto Nacional de Formação de Professores pelas teorias de Letramentos Críticos, Multiletramentos e Novos Letramentos, coordenado pela Profa. Dra. Walkyria Monte Mór e pelo Prof. Dr. Lynn Mario Trindade Menezes de Souza. Seguindo uma metodologia bibliográfica e interpretativista, este trabalho compreende dois momentos. O primeiro momento apresenta um breve esboço do já com um e para o outro no cenário online/off-line contemporâneo, interconectado à situação atual da educação brasileira, indo além do tempos (pós)pandêmicos, como aprendizagem para vida (ALHEIT, 2018ALHEIT, P. The Concept of “Biographicity” as Background Theory of Lifelong Learning? Adult Education Discourses, Zielona Góra, Polonia, v. 19, p. 9-22, 2018. Available at: Available at: http://cejsh.icm.edu.pl/cejsh/element/bwmeta1.element.desklight-7bd3d37b-f76e-495b-b98c-f3c1626a50ea . Access on: Sept. 28, 2020.
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). O segundo busca teorizar as contribuições de Freire (2005FREIRE, P. Pedagogia da tolerância. São Paulo: Editora da UNESP, 2005. ), Levinas (1991LEVINAS, E. Whole otherwise. In: BERNASCONI, R.; CRITCHLEY, S. (ed.; trans.). Re-reading Levinas. Indiana: Indiana University Press , 1991. p. 3-10., 1994LEVINAS, E. Totality and Infinity. An Essay on Exteriority. Translated by Alphonso Lingis . Pittsburgh: Duquesne University Press, 1994., 2000LEVINAS, E. Ethics and Infinity. Conversations with Philippe Nemo. Translated by Richard A. Cohen. Pittsburg: Duquesne University Press, 2000. , 2007LEVINAS, E. Entrevistas. In: POIRIÉ, F. (ed.). Emmanuel Lévinas: ensaio e entrevistas. Tradução de J. Guinsburg, Márcio Honório de Godoy e Thiago Blumenthal. São Paulo: Perspectiva , 2007. p. 51-134. , 2008LEVINAS, E. Otherwise than Being or Beyond Essence. Translated by Alphonso Lingis. Pittsburgh, Pennsylvania: Duquesne University Press, 2008. , 2014LEVINAS, E. Violência do rosto. Tradução de Fernando Soares Moreira. São Paulo: Edições Loyola Jesuítas, 2014. ) e Braidotti (2006BRAIDOTTI, R. Transpositions. On Nomadic Ethics. Cambridge: Polity Press , 2006. , 2018BRAIDOTTI, R. Affirmative Ethics, Posthuman Subjectivity, and Intimate Scholarship: A Conversation with Rosi Braidotti. In: STROM, K.; MILLS, T.; OVENS, A. (ed.). Decentering the Researcher in Intimate Scholarship. Wagon Lane, UK: Emerald Publishing, 2018. p. 179-188. DOI: https://doi.org/10.1108/S1479-368720180000031014
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, 2019BRAIDOTTI, R. Posthuman Knowledge. Cambridge: Polity Press, 2019. Kindle version. ) com mais detalhes no segundo, tendo em mente que a ética Levinasiana é menos abordada no campo aplicado da linguística e também pelo escopo deste artigo.
PALAVRAS-CHAVE:
linguagem; educação crítica; sociedade; formação de professor