RESUMO
Neste artigo discuto os resultados de uma pesquisa cujo foco foi a política linguística para o inglês no Brasil, especificamente, os efeitos da Prova de Inglês do ENEM nas representações e nas práticas relacionadas ao idioma. Adotou-se a concepção teórica de Shohamy (2006SHOHAMY, E. Language Policy: Hidden Agendas and New Approaches. London; New York: Routledge, 2006. Doi: https://doi.org/10.4324/9780203387962
https://doi.org/10.4324/9780203387962...
), segundo a qual a compreensão da política linguística não se restringe à análise da legislação visto que a política real é colocada em prática por meio de mecanismos, ou seja, de recursos implícitos tais como placas de trânsito e exames de línguas. Desta forma, além da análise da legislação que trata do inglês, foram realizadas entrevistas com estudantes de um curso pré-vestibular, professores e coordenadores de inglês da rede pública. Verificou-se que o pressuposto de que a presença da língua inglesa no ENEM posicionaria o exame como um mecanismo de política linguística não se confirmou, uma vez que não houve um impacto significativo da prova de inglês do ENEM nas representações e nas práticas relatadas pelos participantes deste estudo.
PALAVRAS-CHAVE:
política linguística; representações; língua inglesa; impacto; Exame Nacional do Ensino Médio