Resumo:
Neste artigo refletimos sobre as oportunidades e desafios para a implementação de uma abordagem translíngue em três contextos diferentes de ensino de língua inglesa no Brasil, a partir de três relatos autoetnográficos. O primeiro relato foi escrito por uma professora de inglês na educação infantil bilíngue; o segundo, por um aluno de graduação em Letras e professor de inglês trabalhando em uma escola de línguas; o terceiro, por um professor universitário em uma faculdade de Letras – Inglês. Apesar de suas diferenças em termos de público-alvo, recursos disponíveis para construção de sentidos e características ecológicas em geral, parece haver uma orientação monolíngue permeando os três contextos. Apesar dos desafios causados por essa orientação monolíngue, que reflete a colonialidade do poder (MIGNOLO, 2000MIGNOLO, W. D. Local Histories/Global Designs: Coloniality, Subaltern Knowledges, and Border Thinking. Princeton: Princeton University Press, 2000. 408 p.) e o imperialismo linguístico (PHILLIPSON, 1993PHILLIPSON, R. Linguistic Imperialism. Oxford: Oxford University Press, 1993. 365 p., , 2009PHILLIPSON, R. Linguistic Imperialism continued. New York and London: Routledge, 2009. 296 p.), os três autores acreditam na importância da criação de espaços translíngues (GARCÍA; WEI, 2014GARCÍA, O.; WEI, L. Translanguaging: Language, Bilingualism and Education. New York: Palgrave Macmillan, 2014. 165 p.), onde alunos(as) podem negociar diferenças culturais e linguísticas. Essa crença se baseia no fato de que, em cada contexto, oportunidades para práticas translíngues podem ser encontradas e criadas.
Palavras-chave:
ensino de língua inglesa; orientação monolíngue; colonialidade do poder; translinguajar; produção de sentidos