Resumo
Este artigo discute processos de (des)legitimação quanto a saberes, valores e culturas que se operam dentro das escolas brasileiras, sobretudo aqueles relacionados a práticas de leitura literária. Nesse sentido, a fundamentação teórica apoia-se em autores como Soares ([1986] 2017SOARES, M. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 18. ed. São Paulo: Contexto, [1986], 2017.), Freitas (2009FREITAS, L. A educação da ralé. In: SOUZA, J. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. p. 325-351.) e Gerhardt (2014GERHARDT, A. F. L. M. Comprometimento conjunto, situatividade e normatividade entre os muros da escola. Educação e Realidade, v. 39, n. 03, p. 887-906, Jul. 2014. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/xGf9M9vxf5hdpG8VSFpRDGG/abstract/?lang=pt# . Acesso em: 21 fev. 2024.
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), por salientarem aspectos tradicionalmente (des) legitimados dentro do sistema educacional brasileiro. As teorizações são, então, postas em diálogo com documentos oficiais de ensino, no que tange ao trabalho com a leitura na escola. Com relação ao recorte analítico e metodológico, à luz da Análise Dialógica do Discurso (ADD), o texto investiga documentos como os PCNs, as OCEM e a BNCC para problematizar que enfoques são ou deixam de ser legitimados com relação a práticas literárias. Os resultados apontam para orientações que pouco consideram saberes e vivências dos aprendizes durante o ato da leitura literária.
Palavras-chave:
Leitura literária; ensino; documentos oficiais