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O “HOMEM CORDIAL”: UM CONCEITO LATINO-AMERICANO NO ENSAIO BRASILEIRO

Resumo:

Este artigo analisa Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, um livro seminal na tradição ensaística brasileira. A discussão começa com os limites da busca da especificidade nacional no Brasil, de modo a considerar a formação cultural brasileira como uma projeção de suas raízes ibéricas. Neste contexto, o “homem cordial” emerge como uma metáfora para a falta de espaço público no Brasil. Por um lado, o homem cordial é um produto dos debates na virada do século sobre o excepcionalismo latino-americano, uma figura quase capaz de suportar as desilusões do mundo moderno. Por outro lado, o homem cordial oferece uma janela a Buarque de Holanda para os limites do liberalism democrático e as tradições personalistas da América Latina: um impasse discutido extensivamente, mas nunca resolvido em Raízes do Brasil. Em última instância, o livro permite um questionamento mais profundo das pulsões coletivas e dos desejos individuais que, juntos, formam a matéria a que o populismo iria responder, uma forma política temporariamente capaz de atender as expectativas das pessoas.

Palavras-chave
Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982); cultura e política no Brazil; ensaísmo; populismo; homem cordial

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