RESUMO
A hipótese evolutiva da corrida de resistência afirma que o movimento teve um papel crucial no aparecimento de características anatômicas tipicamente humanas, assim como na modelação da estrutura e forma do cérebro humano. A íntima ligação entre exercício e evolução humana é evidenciada pelo fato de a inatividade nos tornar doentes. Efetivamente, o corpo humano, incluindo o cérebro, evoluiu para suportar períodos prolongados de estresse cardiovascular. O movimento é de tal modo essencial para o cérebro, que a atividade física regular é imprescindível para que funcione de modo adequado. Estudos vêm demonstrando que o exercício aeróbico aumenta a proliferação de neurônios, a síntese de fatores neurotróficos, gliogênese, sinaptogênese, regula sistemas de neurotransmissão e neuromodulação, além de reduzir a inflamação sistêmica. Todos esses efeitos têm impacto significativo no sentido de melhorar a saúde mental, reduzir o declínio de massa cinzenta associado à idade e melhorar as funções cognitivas. Deste modo, o objetivo deste artigo é apresentar uma atualização sobre a temática de exercício físico e saúde mental. Dados os recentes avanços apresentados neste original, sobre a neurobiologia do exercício e seu potencial terapêutico e econômico para a população em geral, espera-se que pesquisas futuras que correlacionem estudos básicos a variáveis psicológicas e estudos de imagem possam elucidar os mecanismos pelos quais o exercício melhora a saúde cerebral.
Descritores:
exercício; neurociência; saúde mental