RESUMO
Introdução:
O sono é considerado um importante indicador da saúde e tem papel fundamental no desenvolvimento e na plasticidade cerebral.
Objetivo:
Verificar se há relação entre a qualidade do sono e os indicadores de saúde mental e se a atividade física (AF) organizada ou aptidão cardiorrespiratória (APCR) atuam como moderadores dessa associação.
Métodos:
Trata-se de um estudo de corte transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 226 alunos entre seis a 11 anos de idade do sexo feminino e masculino, estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola pública de Porto Alegre - Brasil, sendo a mesma selecionada por critério de conveniência. A APCR foi mensurada através do teste de corrida e da caminhada de seis minutos. A qualidade do sono e a AF organizada fora da escola foram verificadas através de uma anamnese, o nível socioeconômico através de uma adaptação do questionário da ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) e os indicadores da saúde mental com o auxílio do Strengths and Difficulties Questionnaire, todos respondidos pelos pais. Para a análise de dados, utilizaram-se frequências, médias e desvios padrão e modelos lineares generalizados. Para as análises, utilizou-se um intervalo de confiança de 95%.
Resultados:
A qualidade do sono apresentou associação com o total de dificuldades (β=7,659; p<0,001), sintomas emocionais (β=1,754; p=0,001), hiperatividade/déficit de atenção (β=3,054; p<0,001), problemas de conduta (β=1,619; p<0,001) e problemas de relacionamento com colegas (β=1,231; p=0,007), nos meninos. Já nas meninas, apresentou relação com o total de dificuldades (β=3,421; p=0,006) e problemas de conduta (β=1,235; p=0,003). No entanto, as interações não foram significativas.
Conclusão:
Apesar de ocorrerem por vias independentes, destaca-se a importância de dormir bem, praticar AF organizada e ter bons níveis de APCR para a melhora e manutenção da saúde mental. Nível de evidência III; Estudo caso controle.
Descritores:
Saúde mental; Sono; Exercício físico; Aptidão cardiorrespiratória; Crianças