Resumo
Ocorreu um ciclone na costa sul do Brasil entre 30/06/2020 e 01/07/2020, movendo-se do continente em direção ao mar. O sistema foi registrado em modelos numéricos e observações in-situ (boia e navio) desde o dia em que se formou até se dissipar. O objetivo deste trabalho é utilizar os dados coletados durante essa condição ambiental extrema em uma comparação estatística com o modelo atmosférico operacional Global Forecast System (GFS) e uma implementação local do modelo de ondas WAVEWATCH III (WW3), que utiliza o GFS como um dos inputs, para entender as limitações desses modelos. Inicialmente, os resultados mostraram que o sistema próximo à costa sul do Brasil era um ciclone explosivo forte de acordo com a classificação de Sanders e Gyakum (1980)SANDERS, F.; GYAKUM, J.R. Synoptic-dynamic climatology of the “Bomb”. Monthly Weather Review, v. 108, n. 10, p. 2725-2730, 1980.. Descobrimos que os modelos GFS e WW3 apresentaram maiores erros em comparação com os dados da boia durante o período de 48 horas de condições meteorológicas explosivas, enquanto para o modelo GFS, os maiores erros ao redor do navio ocorreram após esse período. Os erros do WW3 podem ser explicados pela diferença entre a profundidade da boia e o ponto da grade do WW3, e os erros do GFS nessa localização.
Palavras-chave
ciclones explosivos; modelos ambientais numéricos operacionais; GFS; WW3