RESUMO
Objetivo
Avaliar os cálculos de potência da lente intraocular e os erros refrativos pós-operatórios em pacientes com alta miopia submetidos à cirurgia de catarata, comparando a refração-alvo prevista e a refração pós-operatória real medida 30 dias após a cirurgia com a fórmula SRK/T.
Métodos
Esta análise retrospectiva incluiu 39 olhos de 31 pacientes com cirurgia de catarata de facoemulsificação não complicada com implantação de lente intraocular na bolsa. Os comprimentos axiais foram medidos por biometria de coerência óptica ou ultrassônica (imersão), com medidas de axial length (AL) maiores que 26 mm em pacientes com miopia maior que -6.0 D. A refração manifesta foi realizada na consulta pós-operatória de 1 mês, e o equivalente esférico foi analisado.
Resultados
Após análise de 39 olhos de 31 pacientes submetidos à cirurgia de catarata com AL médio de 30,4 (desvio-padrão de 2,2) mm, o equivalente esférico refrativo médio pré-operatório foi de -15,6 (desvio-padrão de 7,6) D, variando de -24,0 a -13,4 D. Aos 30 dias de pós-operatório, o equivalente esférico médio foi de -0,35 (desvio-padrão de 1,1) D, variando de -2,4 a 2,50 D.
Conclusão
Encontramos uma correlação entre o erro refrativo absoluto e o poder dióptrico da lente intraocular. Contrariando as expectativas, em nosso estudo, a biometria ultrassônica apresentou melhores resultados que o biômetro óptico, provavelmente devido ao pequeno número de pacientes submetidos à biometria óptica, sugerindo que a biometria de imersão bem executada ainda pode produzir resultados satisfatórios.
Biometria; Lentes intraoculares; Erros de refração; Miopia; Extração de catarata