RESUMO
Objetivo:
Avaliar a qualidade de vida de crianças com estrabismo e entender suas consequências em aspectos funcionais e psicossociais da infância.
Métodos:
Uma entrevista semiestruturada adaptada do questionário Adult Strabismus-20 foi realizada com os pais ou responsáveis legais das crianças entre 3 e 13 anos atendidas na rede pública de saúde. Uma escala do tipo Likert de cinco pontos foi usada para mensurar o impacto do estrabismo na infância, do ponto de vista funcional e psicossocial.
Resultados:
Foram incluídas no estudo 97 crianças, sendo 61,4% com esotropia e 35,9% com exotropia. Em cada grupo, a magnitude do desvio foi classificada em menor ou maior que 30 dioptrias prismáticas. Quando analisados os escores funcionais e psicossociais de cada grupo separados por tipo e magnitude do desvio, a média do escore do grupo com esotropia e dos pacientes com maior desvio foi pior. O valor de correlação entre os escores funcionais e psicossociais foi de 0,656 (p<0,01).
Conclusão:
Estrabismo na infância está associado a muitos efeitos negativos. As consequências devem ser levadas em consideração quando da decisão por tratamento cirúrgico em idades precoces. O tratamento do estrabismo pode alterar de forma positiva a percepção que a criança tem de si mesma, resultando em benefícios na qualidade de vida, tanto em aspectos funcionais quanto psicossociais.
Descritores:
Estrabismo; Qualidade de vida; Criança; Função visual; Inquéritos e questionários