Resumo
Objetivo:
Avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos indivíduos com glaucoma primário de ângulo aberto.
Métodos:
Trata-se de estudo quantitativo com desenho transversal e analítico, mediante amostra constituída de 425 pacientes atendidos em uma Unidade de Atenção Especializada em Oftalmologia localizada no norte do estado de Minas Gerais, Brasil, cadastrados no período de 2004 a 2015. As variáveis analisadas foram: características demográficas e clínicas, fatores de risco e presença de doenças associadas. Foi realizado exame oftalmológico para avaliar alterações anatômicas e funcionais. Para as análises estatísticas foram utilizados os programas Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0. Considerou-se nível de significância p<0,05 para as variáveis categóricas. As variáveis descritivas foram apresentadas pela média, desvio-padrão e percentis 25, 50 e 75.
Resultados:
Predominou o gênero feminino (56,8%), a faixa etária de 60 anos ou mais (44%), e a cor da pele parda (81,7%). Fatores de risco como alta miopia (6,3%) e diabetes mellitus (17,9%) foram relatados pela minoria dos participantes. Em relação ao exame clínico, houve prevalência de escavação do nervo óptico aumentada (≥ 0,8 mm2) e baixa espessura central das córneas (≤ 535 micras).
Conclusão:
A maioria dos indivíduos apresenta glaucoma avançado, com escavações do nervo óptico aumentadas e campos visuais alterados. Outros fatores de risco frequentes foram: história familiar positiva para glaucoma, espessura central da córnea diminuída e hipertensão arterial sistêmica. Diagnóstico e tratamento precoces podem prevenir contra a perda de visão no glaucoma. Médicos da atenção primária à saúde devem encaminhar os pacientes que tenham fatores de risco para glaucoma, para a consulta especializada e exames oftalmológicos.
Descritores:
Glaucoma de ângulo aberto/diagnóstico; Glaucoma de ângulo aberto/epidemiologia; Cegueira; Saúde ocular