Resumo
Objetivo: identificar a prevalência dos distúrbios mais comuns em pacientes do Serviço de Visão Subnormal do Centro de Referência de Oftalmologia (CEROF - UFG).
Método: Foram avaliados 713 registros de pacientes, t odos apresentavam erros refrativos corrigidos. Coletaram-se dois elementos: melhor acuidade visual corrigida (MAVC) no melhor olho e o diagnóstico da doença oftalmológica responsável pela deficiência visual. Todos os grupos etários foram incluídos, sem distinção entre sexo ou raça.
Resultados: As doenças mais prevalentes foram distrofias retinianas hereditárias (124 pacientes; 20,63%), cicatrizes coriorretinianas por toxoplasmose (118-19,63%), maculopatia miópica (38-6,32%), Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) (36-6%). 220 pacientes (36,6%) preencheram critério de baixa visão (grupo 1), e 381 (63,39%) apresentaram definição de cegueira legal (grupos 2, 3, 4 e 5) recomendada pelo Grupo de Estudos para a Prevenção da Cegueira WHO (Genebra, l972).
Conclusão: Estudos nacionais mostram resultados semelhantes sobre cicatrizes coriorretinianas. Estudos epidemiológicos mostram maior prevalência de DMRI, provavelmente porque as clínicas oftalmológicas primárias falham no encaminhamento destes pacientes. A proporção de cegueira relacionada à ROP nos países desenvolvidos é maior, possivelmente porque não há plano de ação público oferecendo acompanhamento oftalmológico adequado para essas crianças. Não havia número significativo de pacientes com glaucoma congênito no departamento, o que pode se relacionar com as condições socioeconômicas e saúde no Brasil. Ações preventivas em oftalmologia necessitam de conhecimento científico de problemas oftalmológicos regionais aplicados à realidade, que será foco de tal ação. Um suporte social, incluindo parceria entre escola, família e sistema público de saúde, seria importante para gerar benefícios para a população.
Descritores: Baixa visão; Saúde Pública; Cegueira; Visão/epidemiologia; Cegueira/prevenção & controle