RESUMO
Objetivo:
O objetivo desde estudo foi avaliar a efetividade da triancinolona intra-vítrea e da clorpromazina retrobulbar como alternativas no manejo da dor ocular em olhos cegos.
Métodos:
Este foi um estudo prospectivo intervencionista não-randomizado de pacientes com olho cego doloroso não responsivo ao tratamento tópico e sem indicação de evisceração atendidos no Serviço de Oftalmologia do Hospital Governador Celso Ramos no ano de 2010. Após exame oftalmológico e ultrassonografia ocular modo B, os pacientes foram divididos em dois grupos. Pacientes do Grupo 1 possuíam glaucoma intratável e receberam injeção retrobulbar de clorpromazina 2,5ml, e pacientes do Grupo 2 possuíam olhos phthisicos com componente inflamatório e receberam injeção intra-vítrea de triancinolona 0,3ml. Foram realizadas avaliações com 1, 3 e 6 meses após o procedimento e a dor quantificada de forma subjetiva em uma escala de 0 a 10 (sem dor e com o máximo de dor, respectivamente).
Resultados:
Foram incluídos 38 olhos, sendo 15 no Grupo 1 e 21 no Grupo 2. Houve predomínio do sexo masculino e idade média de 54 anos. A causa mais prevalente de olho cego doloroso foi o glaucoma neovascular. Tanto a injeção de clorpromazina retrobulbar quanto a de triancinolona intra-vítrea mostraram-se eficazes no controle da dor ocular em olhos cegos no período do estudo (p<0,001). Ocorreu uma redução de 77,1% no uso de colírios (p<0,01) após a aplicação das medicações.
Conclusão:
Tanto a injeção de clorpromazina retrobulbar quanto a de triancinolona intra-vítrea mostraram resultados significativos no controle da dor ocular em olhos cegos, além de uma redução no uso de colírios. A clorpromazina é um medicamento de baixo custo, com melhor perfil de efeitos adversos e mostrou resultados discretamente melhores relação à triancinolona. Possíveis viéses identificados no estudo são o de tempo e seleção.
Descritores:
Dor ocular; Injeções; Injeções intravítreas; Triancinolona; Clorpromazina