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Percepção dos cuidados e atenção com a saúde ocular da população brasileira

Perception of care and attention with the eye health of the Brazilian population

RESUMO

Objetivo

Avaliar a percepção e as atitudes da população brasileira a respeito dos cuidados e da atenção com a saúde ocular.

Métodos

Realizou-se um estudo transversal. A amostra foi aleatória e calculada para ser representativa da população brasileira. A coleta dos dados foi feita por empresa especializada em levantamentos populacionais, por meio de contato telefônico, por equipe treinada. O questionário foi estruturado com perguntas objetivas sobre os hábitos com a saúde ocular dos entrevistados. Todas as entrevistas foram gravadas e revisadas.

Resultados

A população de estudo foi de 2.132 pessoas. O perfil da amostra foi semelhante ao da população brasileira. Entre os entrevistados, 11,4% nunca tinham ido ao oftalmologista, 35% só o procuravam quando havia algum sintoma ocular ou visual, e 29,5% foram ao oftalmologista há mais de 2 anos. Pouco mais da metade dos entrevistados (55,8%) declarou ter algum problema de visão, e a miopia foi autodeclarada por quase metade dos entrevistados (43,2%), com proporção ainda maior nos jovens e naqueles com maior escolaridade. Dos entrevistados, 11,0% relataram já ter comprado óculos de grau sem prescrição médica, e 9,8% faziam ou já tinham feito uso de colírios sem prescrição médica, com proporção mais elevada nos autodeclarados indígenas e naqueles com menor escolaridade. Catarata e glaucoma apareceram como os problemas visuais mais frequentes na população acima de 50 anos. O tabagismo foi o principal fator de risco para o autodeclarado problema visual.

Conclusão

Obteve-se, nesta pesquisa, um retrato dos hábitos com relação à saúde ocular da população brasileira, que aponta para uma realidade em que parte dos brasileiros nunca foi ao oftalmologista e fazia uso de óculos e colírios sem a devida prescrição médica. Identificaram-se, ainda, os grupos populacionais mais propensos para problemas visuais e as populações mais vulneráveis e com maior dificuldade de acesso ao oftalmologista.

Doenças oculares; Saúde ocular; Acesso aos serviços de saúde; Fatores de risco; Epidemiologia; Brasil

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