Avaliação dos alunos deficientes visuais e videntes do Instituto de Cegos Padre Chico

Carvalho, Cynthia; Amorim, Amanda; Tuma, Eduardo; Lopes, Marcia Caires Bestilleiro; Nakanami, Celia Regina; Gomes, José Álvaro Pereira; Texeira, Caio Henrique Marques; Santos, Vagner Rogério dos

doi:10.37039/1982.8551.20230056

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Revista Brasileira de Oftalmologia

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Sumário

ARTIGO ORIGINAL • Rev. bras.oftalmol. 82 • 2023 • https://doi.org/10.37039/1982.8551.20230056 copiar

Avaliação dos alunos deficientes visuais e videntes do Instituto de Cegos Padre Chico

Evaluation of the visually impaired and sighted students at the Instituto de Cegos Padre Chico

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo

Avaliar o perfil dos alunos concluintes, deficientes visuais e videntes do Instituto de Cegos Padre Chico entre os anos 2011 e 2020.

Métodos

Entre janeiro e março de 2021, foi realizada uma análise documental dos alunos concluintes entre os anos de 2011 e 2020. Foram coletados dados relacionados à situação social, educacional, socioeconômica e oftalmológica. Os dados foram tratados no programa Microsoft Excel 2013 da Microsoft e analisados no software livre Bioestat, versão 5.0.

Resultados

Foram coletados os dados de 110 concluintes cegos, com baixa visão e videntes. Mais de 90% dos alunos declararam rendimento familiar equivalente a um salário-mínimo e meio. Do total da amostra, 52 alunos eram cegos; 38 tinham baixa visão, e 20 eram videntes. Dentre as 36 patologias identificadas entre os alunos, 57,78% levaram à cegueira e 42,22%, à baixa visão. Em alunos cegos, as patologias mais frequentes foram glaucoma congênito (32,69%) e amaurose congênita de Leber (11,53%); em alunos com baixa visão, foram glaucoma congênito e distrofias de retina (ambas em 10,53% da amostra).

Conclusão

É de suma importância a avaliação da saúde ocular para que o professor realize de forma mais rápida as práticas de ensino e alcance resultados satisfatórios na alfabetização de crianças com deficiência visual.

Educação; Cegueira; Baixa visão; Tecnologia assistiva; Reabilitação; Pessoas com deficiência visual

Ano de conclusão	Concluintes (n)	Ano matrícula	Idade conclusão (anos)
2011	3	1999-2008	16-20
2012	11	2000-2012	14-21
2013	12	1999-2011	13-22
2014	10	2003-2014	14-19
2015	11	2004-2014	14-19
2016	15	2004-2015	14-20
2017	12	2007-2015	14-18
2018	13	2007-2017	14-21
2019	12	2008-2019	14-19
2020	11	2009-2018	15-19

Renda per capita da família (salário-mínimo)	n (%)
Até 1/2	43 (39,09)
1	41 (37,27)
1,5	18 (16,36)
>2	8 (7,27)
Total	110 (100)

Concluintes	Sexo	NC	NBV	NV	Total
2011	M	1 (1,92)	1 (2,63)	0	2 (1,82)
	F	1 (1,92)	0	0	1 (0,90)
2012	M	7 (13,46)	1 (2,63)	0	8 (7,27)
	F	1 (1,92)	2 (5,26)	0	3 (2,73)
2013	M	3 (5,77)	4 (10,53)	0	7 (6,36)
	F	2 (3,85)	3 (7,89)	0	5 (4,55)
2014	M	3 (5,77)	2 (5,26)	1 (5,00)	6 (5,45)
	F	1 (1,92)	0	3 (15,00)	4 (3,64)
2015	M	3 (5,77)	2 (5,26)	1 (5,00)	6 (5,45)
	F	0	2 (5,26)	3 (15,00)	5 (4,55)
2016	M	4 (7,69)	3 (7,89)	1 (5,00)	8 (7,27)
	F	3 (5,77)	2 (5,26)	2 (10,00)	7 (6,36)
2017	M	4 (7,69)	3 (7,89)	2 (10,00)	9 (8,18)
	F	2 (3,85)	1 (2,63)	0	3 (2,73)
2018	M	4 (7,69)	5 (13,16)	0	9 (8,18)
	F	2 (3,85)	1 (2,63)	1 (5,00)	4 (3,64)
2019	M	3 (5,77)	1 (2,63)	1 (5,00)	5 (4,55)
	F	4 (7,69)	2 (5,26)	1 (5,00)	7 (6,36)
2020	M	4 (7,69)	2 (5,26)	3 (15,00)	9 (8,18)
	F	0	1 (2,63)	1 (5,00)	2 (1,82)
Total		52 (100)	38 (100)	20 (100)	110 (100)

Patologia	NC (%)	NBV (n)
Alta miopia	0	2 (5,26)
Amaurose congênita de Leber	6 (11,53)	1 (2,63)
Atrofia de nervo óptico	1 (1,92)	0
Catarata congênita	0	3 (7,89)
Cavidade anoftálmica	1 (1,92)	0
Cegueira bilateral	2 (3,85)	0
Ceratocone	0	2 (5,26)
Coágulo no cérebro	1 (1,92)	0
Coloboma de retina	0	1 (2,63)
Coriorretinite	0	1 (2,63)
Descolamento de retina	0	1 (2,63)
Distrofia de retina	1 (1,92)	4 (10,53)
Enoftalmia bilateral	2 (3,85)	0
Estrabismo divergente	0	1 (2,63)
Glaucoma congênito	17 (32,69	4 (10,53)
Luxação do cristalino	0	1 (2,63)
Maculopatia	0	1 (2,63)
Meningite neonatal	1 (1,92)	0
Microftalmia	1 (1,92)	0
Miopia	0	1 (2,63)
Neurite óptica	1 (1,92)	0
Nistagmo	1 (1,92)	1 (2,63)
Osteopetrose	0	1 (2,63)
Paralisia cerebral	0	1 (2,63)
Persistência do vítreo primário	1 (1,92)	0
Prematuridade	1 (1,92)	0
Retinoblastoma	1 (1,92)	0
Retinopatia da prematuridade	6 (11,54)	5 (13,16)
Retinose pigmentar	0	3 (7,89)
Rubéola congênita	1 (1,92)	0
Sequela pós-cirurgia de medula	1 (1,92)	0
Doença de Tay-Sachs	1 (1,92)	0
Toxoplasmose congênita	1 (1,92)	0
Trombose de nervo óptico	1 (1,92)	0
Uveíte	1 (1,92)	0
Sem patologia ocular	2 (3,85)	4 (10,53)
Total	52 (100)	38 (100)

Classificação	n (%)
Cegueira	52 (47,27
Baixa visão	38 (34,55)
Sem deficiência visual	20 (18,18)
Total	110 (100)

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[1] Autor correspondente:Cynthia Carvalho Rua Maracá, 444 – Vila Guarani CEP: 04313210 – São Paulo, SP, Brasil E-mail: cyncarvalho@gmail.com Instituição de realização do trabalho: Laboratório de Inovação e Tecnologia em Saúde do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade Federal de São Paulo em conjunto com Instituto para Cegos Padre Chico.