OBJETIVO: Verificar a prevalência do astigmatismo e a variação de seu eixo nas várias faixas etárias (2-99 anos) em uma população de uma clínica oftalmológica privada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo, transversal com base na análise de prontuários. Foi considerado astigmatismo uma diferença entre o maior e menor meridiano da córnea de -0,50 dioptrias(D) ou mais. Quanto ao eixo, consideramos: astigmatismo a favor da regra: entre 160º e 20º ; astigmatismo oblíquo: entre 21º e 69º e entre 111º e 159º ; astigmatismo contra a regra: entre 70º e 110º . Os dados apresentados e analisados se referem à refração efetivamente prescrita para o paciente. RESULTADOS: Foram encontrados 20.866 olhos astigmatas (47,6% - Intervalo de Confiança IC 95% - 47,1-48). O eixo do astigmatismo se apresentou a favor da regra em 9574 olhos (45,9% IC 95% 45,2-46,6), oblíquo em 3893 olhos (18,7% IC 95% 18,1-19,2), e contra a regra em 7399 olhos (35,5% IC 95% 34,8-36,1). Verificou-se que a distribuição do astigmatismo oblíquo permanece linear no avançar da idade, enquanto há uma inversão do eixo do cilindro, de a favor para contra a regra com o tempo. CONCLUSÃO: Ficou bem evidenciada neste trabalho a marcante mudança do eixo do astigmatismo com o avançar da idade. Não encontramos relação entre o grau das ametropias e o eixo do astigmatismo.
Astigmatismo; Prevalência; Distribuição por idade; Óculos; Erros de refração; Acuidade visual